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    Arquivo: Edição de 30-06-2006

    SECÇÃO: Educação


    Obesidade Infantil

    A Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve a obesidade como uma “epidemia global”.

    A prevalência de sobrepeso e obesidade infantil aumentou dramaticamente nas duas últimas décadas. A obesidade tornou-se, mesmo, a doença pediátrica crónica mais comum.

    A nível mundial, mais de 22 milhões de crianças com menos de 5 anos apresentam sobrepeso. Nas crianças em idade escolar (5-17 anos), 10% (155 milhões – 1 em cada 10!) têm excesso de peso e 3% (45 milhões) são mesmo obesas.

    A nível europeu, cerca de 14 milhões de crianças em idade escolar (20% – 1 em cada 5) apresentam excesso de peso e 3 milhões são obesas. Em termos de aumento desta prevalência, a International Obesity Task Force (IOTF) estima que, a cada ano, 400 mil crianças se juntam a estes 14 milhões com excesso de peso.

    Os países escandinavos apresentam uma prevalência menor de obesidade infantil, quando comparados com os países mediterrâneos. As ilhas mediterrânicas de Malta, Sicília, Gibraltar e Creta, assim como os países Espanha, Portugal e Itália, reportam valores de obesidade e excesso de peso superiores a 30%, entre crianças dos 7 aos 11 anos. A Inglaterra, Irlanda, Chipre, Suécia e Grécia reportam valores menores que 30%, enquanto a França, Suíça, Polónia, República Checa, Hungria, Alemanha, Dinamarca, Holanda e até a Bulgária apresentam valores de prevalência de 10 a 20% para esta faixa etária.

    Em Portugal, os dados apontam para uma prevalência de sobrepeso/obesidade infantil de 31,5%. Já um estudo realizado em 2004 no distrito do Porto, encontrou valores de sobrepeso/obesidade infantil de 36,2 %. No que se refere à cidade de Ermesinde, em 2004, uma avaliação de 365 crianças do 1º ano, encontrou uma prevalência de 37,8 %.

    Neste projecto “Comer bem... Para bem Crescer!”, a avaliação inicial das crianças do 3º Ano demonstrou uma prevalência de sobrepeso/obesidade de 33,6 %.

    Este aumento recente na prevalência da obesidade infantil resulta da interacção entre uma forte predisposição genética que facilita o armazenamento de gordura, o fácil acesso a alimentos densamente calóricos e os baixos níveis de actividade física que caracterizam as sociedades modernas.

    Apesar da definição de obesidade e sobrepeso terem mudado ao longo do tempo, estas podem ser definidas como um excesso de gordura corporal. Os valores-limite do Índice de Massa Corporal (IMC: Peso [kg] / altura em [m 2]) de Cole et al. (2000) são actualmente usados para diagnosticar obesidade e excesso de peso em crianças e adolescentes. Estes são baseados em dados internacionais e estão vinculados aos amplamente aceites valores-limite de IMC, para adultos, de 25 Kg/m2 (sobrepeso) e 30 Kg/m2 (obesidade).

    A obesidade e sobrepeso na infância têm um impacto significativo na saúde física e psicológica da criança. Esta doença está associada com o aumento do risco de dislipidemias, hipertensão, resistência à insulina, diabetes mellitus e arteriosclerose na vida futura. Por outro lado, desordens psicológicas, como depressão ou baixa auto-estima, ocorrem frequentemente nas crianças obesas. Além disso, vários estudos indicam que as crianças e adolescentes obesos apresentam elevada probabilidade de se tornar adultos obesos.

    Neste contexto, a única terapêutica é a prevenção, atitude determinante durante a infância, dada a estabilidade da obesidade infantil para a idade adulta, sendo professores, técnicos de saúde e a própria comunidade agentes preponderantes neste processo.

    Por: Liliana Pereira

     

     

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