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    Arquivo: Edição de 15-06-2006

    SECÇÃO: Destaque


    Foto RUI LAIGINHA
    Foto RUI LAIGINHA
    REUNIÃO DA JUNTA DE FREGUESIA DE ERMESINDE

    Reunião envolta em clima de hostilidades

    Foi acalorada a última reunião pública da Junta de Freguesia de Ermesinde realizada a 7 de Junho passado. Uma agressividade constante – e na maior parte das vezes desnecessária – entre alguns elementos do Executivo marcaram pela negativa a sessão. “Troca de galhardetes” que viria também a estender-se à assistência, já que depois de Artur Pais ter dado por terminada a reunião alguns elementos afectos ao público e ao Executivo encetaram uma acesa discussão. A noite acabou então aos berros, um triste espectáculo que em abono da verdade, diga-se, em nada beneficiou a Cidade de Ermesinde, muito pelo contrário.

    No que toca a assuntos de real interesse para a freguesia foram abordados, entre outros temas, ainda que de forma algo superficial, questões relativas ao Mercado de Ermesinde, às maleitas em termos de limpeza e de trânsito que algumas artérias da cidade apresentam, ou ainda a discussão em torno do programa das comemorações do Dia da Cidade.

    Apesar de já nos termos habituado aos intensos, e por vezes desnecessários, diálogos entre os elementos do Executivo da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE), em especial aqueles que são travados entre a Oposição e o elenco liderado por Artur Pais, temos de confessar que a maior parte das palavras trocadas na última sessão pública ultrapassaram os limites do bom senso, e protagonizaram em certos momentos um triste espectáculo a quem presenciava a sessão.

    Reunião que no entanto começou de forma calma, com a habitual intervenção do público. Problemas antigos e conhecidos por todos foram uma vez mais denunciados por Esmeralda Carvalho, que alertou a Junta para a existência de ervas daninhas nas bermas de algumas ruas centrais da cidade. Questionou também Artur Pais sobre se o abaixo-assinado promovido pela JFE acerca da estação ferroviária já havia sido enviado à Refer, querendo ainda saber se esta empresa havia dito alguma coisa sobre a instalação do painel electrónico no local, uma vez que o início das obras estava previsto para o mês passado. Na qualidade de membro da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde (BVE), Esmeralda quis saber se a JFE estaria ou não disposta a atribuir um subsídio pontual a esta associação pelo facto de no próximo dia 18 de Junho esta comemorar mais um aniversário. Esmeralda Carvalho enalteceu ainda o facto de já ser visível a limpeza em algumas ruas da freguesia, consequência da intervenção da nova empresa, a EcoAmbiente.

    A intervenção seguinte pertenceu a Telmo Vilar, que voltou, entre outras coisas, a referir o problema do trânsito na Rua da Índia Portuguesa.

    RESPOSTAS DE PAIS E ATAQUES DA OPOSIÇÃO

    Na resposta a estas intervenções, Artur Pais começou por dizer que o abaixo-assinado ainda não tinha seguido pois ainda não se tinha reunido um número considerável de assinaturas até à data. Quanto à outra questão em torno da Refer, a da instalação do painel electrónico na estação, referiu que não existem novidades, pois a empresa continua sem dizer nada em relação ao assunto.

    Em relação às ervas daninhas nas bermas das ruas, informou que a Junta tem neste momento poucos recursos humanos na área da limpeza urbana, dizendo ainda que a Junta já tinha recorrido ao Centro de Emprego de Valongo na tentativa de contratar novos cantoneiros, mas que até agora ninguém se ofereceu para trabalhar. Disse também que desconhecia o aniversário dos bombeiros, mas que iria analisar o pedido de subsídio feito por Esmeralda Carvalho. Quanto à questão do trânsito na Rua da Índia Portuguesa prometeu fazer novas diligências junto da polícia na tentativa de resolver o assunto.

    Perante estas respostas começaram então a surgir as primeiras reacções acaloradas da Oposição. O socialista Artur Costa insurgiu-se com Pais por este ter dito que a Junta não tinha recursos humanos para tratar da limpeza das bermas. «Nós não podemos dizer às pessoas que não temos cantoneiros, pois estamos aqui é para resolver problemas. Assumimos um compromisso com a Câmara Municipal de Valongo, que nos deu uma verba para fazer a limpeza das bermas, e agora o senhor presidente da Junta vem dizer que não tem gente para trabalhar. Isso não se diz, temos de assumir as nossas responsabilidades perante a população. O senhor não pode falar desta maneira. Com atitudes destas eu não pactuo», frisou visivelmente irritado o socialista. Costa chamaria ainda à atenção de Pais – fê-lo constantemente durante toda a reunião – para o facto de este ter dito a Esmeralda Carvalho que iria pensar se iria ou não atribuir o subsídio pontual aos BVE. «O senhor não sabe responder de forma correcta. Devia ter dito que o pedido de subsídio deveria ter sido proposto em ofício à Junta, que a seu tempo iria analisar a situação. E não foi nada disto que o presidente disse, veja lá se começa a dizer as coisas de forma correcta».

    Visivelmente irritada estava também Sónia Sousa, pelo facto de a JFE ainda não ter enviado o abaixo-assinado sobre a estação à Refer. A comunista disse ainda que achava incrível como num mês a Junta apenas tinha conseguido uma folha de assinaturas, quando ela, numa tarde, junto à estação havia recolhido três folhas com assinaturas de populares. «Temos que ser rápidos na entrega do abaixo-assinado. Não podemos andar aqui eternamente a recolher assinaturas. Temos de apressar o assunto e estipular um prazo para a entrega do documento junto da Refer», propôs.

    Na sequência desta intervenção, Artur Pais disse, em tom irónico, que ao contrário do que muita gente pensa, ele tem muito que fazer no seu gabinete da Junta, não tendo tempo para se deslocar para a porta da estação para recolher assinaturas como fez Sónia Sousa. Como prazo final para a entrega das assinaturas o presidente da Junta estipulou o final deste mês, altura em que será então enviado à Refer o abaixo-assinado.

    Por: Miguel Barros

     

     

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