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    Arquivo: Edição de 15-05-2006

    SECÇÃO: Tecnologias


    O que é a Metareciclagem?

    Miguel Caetano, investigador na área da sociologia, foi o cicerone que apresentou, no passado sábado, dia 22 de Abril, no Porto, a experiência e projecto da Metareciclagem.

    O evento enquadrava-se, tal como outros de que já aqui demos notícia, no Festival Copyriot – Gente sem Patente (http://copyriot.azine.org) e decorreu na Casa Viva 167, ao Marquês, no Porto.

    Fotografia Projecto METARECICLAGEM
    Fotografia Projecto METARECICLAGEM
    A experiência e projecto da Metareciclagem têm vindo a decorrer sobretudo no espaço do Brasil, abrangendo várias cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Recife, Belo Horizonte, Florianópolis e Porto Alegre – apresentou Miguel Caetano. Trata-se de um projecto cujo objectivo é providenciar uma reapropriação comunitária da tecnologia, tornando-a acessível e amigável e humanizando-a.

    O projecto envolve a fase de “captação” de computadores considerados obsoletos – a tralha – visando pô-los a funcionar ao serviço da comunidade em laboratórios sociais colectivos, usando software livre e procurando fazer deles quer ferramentas úteis para os projectos locais, quer meio de comunicação e informação através da internet.

    Estes laboratórios abrangem duas vertentes: uma de software e outra de hardware.

    Mais do que um grupo determinado, a Metareciclagem é antes uma rede de intercâmbio de práticas técnico-sociais.

    Geralmente, articulam-se três formas de concretização:

    a) A ConecTaz – «uma intervenção que visa a criação de redes sociais de troca e conversas», que pode ser temporária ou permanente, fixa ou móvel, mas usando sempre o software livre e procurando socializar o discurso tecnológico;

    b) Os Esporos – «meta-instâncias da Metareciclagem, cujo objectivo principal é, não o usufruto da tecnologia reapropriada, mas a replicação do conhecimento gerado na rede e a articulação local com outros movimentos ou grupos;

    c) A InfraLógica – «todos os sistemas que permitem a integração e identidade entre as diversas concretizações da Metareciclagem. Em última instância, são um wiki [ferramenta livre de comunicação e edição num espaço colectivo, nota AVE] e uma lista de discussão mais algumas coisinhas. Mas são peça-chave em todos os processos da Metareciclagem. Alguém que não conta o que faz através da InfraLógica não pode ser chamado de Metarecicleiro».

    Assim, destacam-se como algumas das pistas (abertas) para o movimento da Metareciclagem:

    • «Trabalhar buscando a desconstrução dos mitos associados a qualquer tipo de tecnologia e propor novos usos para ela»;

    • «Usar a tecnologia como ferramenta para facilitar as conversas, a mobilização e as acções colaborativas e colectivas entre pessoas com interesses em comum»;

    • As «ideias pertencem à Humanidade». Tudo o que se cria na Metareciclagem «é baseado em copyleft». Também por isso o movimento usa exclusivamente software livre.

    • «Participar da Metareciclagem começa com um cadastro» na sua lista de discussão.

    Aproveitando a abertura das autoridades brasileiras aos projectos de implantação do software livre (há várias distribuições brasileiras), a Metareciclagem conheceu alguma expansão, participando até em espaços sociais subsidiados pelo Governo brasileiro, embora não fosse essa a sua direcção principal, digamos assim.

    Como exemplo da humanização e reapropriação da tecnologia, cite-se a pintura individualizada dos computadores dos participantes da Metareciclagem (ver abaixo).

    Por: LC

     

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