Indústria de cablagens sem futuro em Portugal
Estava-se ainda no período de intervenções antes da Ordem do Dia quando Maria José Azevedo introduziu o tema da situação social na Lear, com a ameaça de despedimentos massivos praticamente confirmada.
Fernando Melo confirmaria a situação desesperada vivida pelos trabalhadores, e deu conta de algumas diligências efectuadas junto da administração da empresa.
Assim, segundo o autarca, os próprios «proprietários da empresa afirmaram» ao presidente da Câmara que a indústria de cablagens iria, «na próxima década, desaparecer por completo de Portugal». Logo, mesmo após este primeiro lote de despedimentos, seria apenas uma questão de tempo para que a unidade de Valongo seguisse o exemplo anterior da sua congénere da Póvoa de Lanhoso, isto é o encerramento puro e simples.
Na sequência da informação de Fernando Melo, Maria José Azevedo avançou na reunião com o exemplo da Yazaki Saltano, outra empresa do ramo, que se propunha transformar a unidade para a construção de componentes para a indústria de produção de energia eólica.
O presidente da Câmara responderia que, todavia, a administração da Lear não estava voltada para aí, parecendo inevitável, a curto ou médio prazo, o encerramento da empresa.
A única esperança adiantada pelo autarca repousava apenas no facto de haver empresas interessadas nas actuais instalações ocupadas pela Lear.
O socialista António Gomes, numa intervenção posterior, propôs que a Câmara deixasse este assunto nas mãos do Gabinete do Empresário, sugerindo que a autarquia encarasse a possibilidade de realizar actividades de formação dos trabalhadores da Lear, pois seriam trabalhadores com uma muito escassa formação profissional.
O Ministério da Economia poderia conceder micro-empréstimos dirigidas a pequenas actividades económicas, sugeriu ainda o autarca.
Por:
LC
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