COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL EM ERMESINDE
Ideias em questão
O debate que se seguiu à intervenção do major João Moutinho foi aberto e permitiu a expressão mais clara do pensamento deste e do de alguns dos participantes na sessão.
Uma das questões abordadas foi a da comparação da evolução de Portugal e Espanha, tendo João Moutinho considerado que, ao contrário de Portugal, Espanha, que seria até mais pobre do que nós, teria avançado muito. Uma das razões teria sido o facto de ter tido melhores políticos do que Portugal. João Moutinho afirmou mesmo que não tinha havido nenhum grande político em Portugal e que todos teriam sido medíocres.
Temos que apostar na indústria, mas numa indústria mais tecnológica, propôs o empresário e militar de Abril.
A uma outra questão colocada por Lino Soares, do PCP, que contestou o sentido de algumas das afirmações do major no que respeita aos recursos da Segurança Social («muita da situação que existe deriva de verbas que não foram entregues à Segurança Social»), João Moutinho respondeu mantendo que «não se pode viver acima das nossas possibilidades», e encarando a hipótese de se retirar às reformas o 13º e 14º mês, para além de se definir um plafonamento destas.
Apontando o exemplo da Câmara de Lugano (Suíça), que conhecia relativamente bem, o militar de Abril considerava que esta, como uma dimensão semelhante à de Valongo, só tinha o presidente da Câmara como permanente, sendo que os outros vereadores só se deslocavam à Câmara um dia por semana para despachar o expediente.
«É preciso reduzir as despesas do Estado!», defendeu o militar de Abril, que denunciou também um estado de coisas em que o poder financeiro domina tudo – «a culpa é dos governos, que não obrigam os bancos a pagar impostos!, todos se dobram a esta gente!», considerou o major.
No final, seria a vez de Alcina Meireles, do PS, protestar pelo facto do militar de Abril não se ter detido mais sobre aqueles tempos históricos, e reafirmar todo o sentido na comemoração desta data.
Por:
LC
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