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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-04-2006

    SECÇÃO: Opinião


    CARTAS AO DIRECTOR

    Recordando o amigo ausente

    (Ao saudoso tenente-coronel Salgueiro Maia)

    foto
    Quis o destino que nascêssemos conterrâneos, e ainda companheiros de armas como seu subordinado. Mas acima de tudo como amigos, nas nossas brincadeiras de infância, em casa dos nossos avós, ferroviários na linda vila de Castelo de Vide..

    Que lindos os serões escaldantes, brincando debaixo da velha cerejeira que não teve a sorte de morrer de pé. Nem vós, de verdes o seu triste fim, prematuro. Quis o destino que eu durasse mais uns anos e viesse residir para a bonita, mas maltratada, cidade de Ermesinde, próximo de onde vós destes os primeiros passos na companhia dos vossos progenitores, na altura funcionários da então prestigiada CP. Quis o destino que a Revolução dos Cravos, da qual fostes o grande herói, me apanhasse já fora das fileiras militares. Mas engrossando as fileiras daqueles que, como vós, desejavam um Portugal mais justo. Hoje, é ainda com esperança que os homens e mulheres bons e democratas alcançam um pouco dos vossos ideais que eu tão bem conhecia. É com mágoa que, nesta linda cidade de Ermesinde, apenas fosses contemplado numa pequena rua com cerca de duas centenas de metros, ali para o lado dos Sonhos. Enquanto em paralelo confirmamos outras vaidades.

    É deprimente verificar que muitos dos vossos detractores são os maiores beneficiários da vossa abnegação, lembrando o dia em que, com uma granada no bolso, enfrentaste o brigadeiro lacaio do fascismo que deu a ordem para te matarem no Terreiro do Paço – o capitão que enfrentou a morte para defender o País da opressão. E passados trinta anos encontrar-se em mãos de alguns jardins sem flores e impregnados de espinhos separatistas sob o manto da liberdade democrática... Felizmente que ainda restam muitos canteiros floridos de cravos e rosas, de onde se não perde o perfume da esperança dos vossos ideais por uma sociedade mais justa.

    Os verdadeiros democratas de todas as cores, jamais vos esquecerão e lutarão pelos sonhos do herói que não se integra.

    Até breve, Tenente-Coronel Salgueiro Maia!

    Por: João Dias Carrilho

     

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