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    Arquivo: Edição de 30-04-2006

    SECÇÃO: Destaque


    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER
    COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL EM ERMESINDE

    Ministra da Cultura foi visita-surpresa na Secundária de Ermesinde

    A ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, embora apenas na qualidade de representante do PS, foi visita-surpresa na sessão organizada pela Junta de Freguesia de Ermesinde dirigida aos alunos da Escola Secundária.

    Realizada na tarde do dia 21 de Abril (sexta-feira), a Conferência sobre o 25 de Abril contou ainda com a presença de Granja da Fonseca, em nome do PSD, e de Carlos Amador, em representação do PCP.

    Além dos membros da Junta de Freguesia, que estiveram todos na sessão – com o presidente, Artur Pais, na Mesa, onde também teve assento Isabel Fernandes do Conselho Executivo da Escola Secundária de Ermesinde – a conferência, contou ainda com a presença do vereador Mário Duarte, na sua qualidade de novo responsável pelo pelouro da Cultura no concelho de Valongo.

    Isabel Pires de Lima, que se considerou «privilegiada» por ter podido frequentar a Universidade, ao contrário da maioria dos jovens de então, explicou aos alunos da Secundária de Ermesinde presentes à Conferência sobre o 25 de Abril, como então a Universidade não era um espaço de debate de ideias nem de liberdade. Recordou a entrada da polícia nas salas de aula, as ordens de dispersão quando se encontravam mais de quatro pessoas juntas, a grande coerção da liberdade individual, antes do 25 de Abril.

    A falta do direito à Saúde e à Educação, o analfabetismo que imperva nos meios rurais, a dignidade cívica que era negada às mulheres .Não havia bibliotecas públicas a não ser nas grandes cidades como Lisboa e Porto, a música, a cultura e o desporto eram de difícil acessibilidade.

    O País estava fechado em torno de si próprio, e era «pequenino» no pior sentido da palavra.

    A ministra recordou ainda como o Salazar era conhecido pelo alcunha de Esteves, porque nas poucas vezes que aparecia nalgum lado, só se sabia disso depois de ter lá estado («esteve...»).

    O ACONTECIMENTO MAIS FELIZ...

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    Granja da Fonseca começou por dar testemunho do seu percurso político, tendo como autarca, sido presidente de Junta – aproveitando nesse sentido, para cumprimentar o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, Artur Pais – e, posteriormente, presidente da Câmara Municipal de Paredes.

    Lembrou também aquele que foi um dos inspiradores do seu pensamento – o social-democrata e fundador do então PPD – Partido Popular Democrático, Farncisco Sá Carneiro.

    Granja da Fonseca recordou que quando ocorreu o 25 de Abril, tinha ele acabado recentemente o serviço militar, tendo deixado a tropa em Julho de 1973, depois de ter estado três anos anos em Lamego.

    O 25 de Abril «foi o acontecimento mais feliz do século XX português», considerou ainda. Portugal melhorou muito em termos de saúde e na situação laboral e das mulheres.

    Finalmente, recordou ainda a morte do Padre Max, cuja vida foi ceifada por uma bomba. Amigo deste homem de esquerda, embora com outro ideário político, Granja da Fonseca contou que foi uma das pessoas que transportou então a sua urna.

    UMA LIÇÃO DE ESPERANÇA

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    Carlos Amador referiu como se envolvera na luta contra o regime e como, na sua perspectiva, o PCP tinha razão contra as suas ideias de então, na forma como concebia a luta pelo derrube do fascismo. Nesse sentido, o 25 de Abril fora uma lição de esperança, já que a derrota do regime proviera precisamente de um sector que era suposto ser um dos seus maiores suportes.

    Carlos Amador referiu como a maioria das pessoas ficava privada do ensino e como o 25 de Abril constituiu uma melhoria drástica dos salários. Contou até que a indústria de colchões tinha sido das maiores beneficiadas, porque finalmente as pessoas tinham dinheiro para comprar um.

    E contou como, aquando das cargas policiais, se ensaboavam os passeios para os cavalos escorregarem.

    Depois do 25 de Abril, as pessoas, elas próprias transformaram-se em agentes da transformação. Por isso, recusava a desesperança actual.

    Por: LC

     

     

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