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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-12-2005

    SECÇÃO: Crónicas


    Na Verdade a Paz – Dia Mundial da Paz

    A Cáritas promoveu este ano pela terceira vez a campanha "10 milhões de estrelas – um gesto pela paz". É urgente fazer passar a mensagem da paz, criar uma cultura de paz no coração dos cidadãos vencendo a dimensão consumista e materialista do Natal. Num mundo dilacerado pela guerra é mais do que nunca necessário actuarmos juntos para promovermos a paz, a solidariedade e a reconciliação. Só unidos e com gestos concretos teremos capacidade para nos opormos à violência.

    Na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz – 1 de Janeiro 2006, o Papa Bento XVI condena o terrorismo e o fanatismo religioso. Afirma que a Santa Sé continuará a servir a causa da paz, e reflectindo sobre a verdade e a mentira, lembra que a mistificação da verdade em função de programas ideológicos e militares, conduziu o século XX "à exploração e à supressão de um número impressionante de homens e mulheres, exterminando mesmo famílias e comunidades inteiras. «Com a mentira, está ligado o drama do pecado com as suas consequências perversas, que causaram e continuam a causar, efeitos devastadores na vida dos indivíduos e das nações», escreve Bento XVI.

    Porém «a verdade é anseio irreprimível presente no coração de cada pessoa», «a verdade da paz chama todos a cultivarem relações fecundas e sinceras», e estimula a procurarem caminhos de perdão e de reconciliação.

    Foto BOA NOVA
    Foto BOA NOVA
    Jesus Cristo definiu-se a verdade em pessoa e declarou a sua total aversão a «todos os que amam e praticam a mentira» (Ap 22, 15). Ele manifesta a verdade total do homem e da história. Com a força da sua graça é possível estar na verdade e viver de verdade, porque só Ele é totalmente sincero e fiel. Jesus é a verdade que nos dá a paz (Mensagem, nº 6).

    O Papa condena energicamente os actos terroristas, quaisquer que sejam as suas motivações políticas, sociais, culturais, religiosas ou ideológicas, sempre «inspiradas por um niilismo trágico e desconcertante». João Paulo II dizia: «Quem mata, com actos terroristas, cultiva sentimentos de desprezo pela humanidade, manifestando desespero pela vida e pelo futuro: nesta perspectiva tudo pode ser odiado e destruído» (Mensagem, 2002, nº 6). Bento XVI reforça a necessidade do desarmamento nuclear, pois «numa guerra nuclear, não haveria realmente vencedores, mas apenas vítimas» (nº 13) e lembra que a paz não pode ser apenas a ausência de conflitos armados, mas a defesa e promoção "da verdade, da justiça, da liberdade e do amor".

    Defende o papel da ONU e das organizações internacionais para a prevenção e solução dos conflitos e que os países, mesmo beligerantes, respeitem o direito humanitário internacional. A paz é um valor imprescindível à convivência humana e deve ser promovida por todos, pois depende de todos.

    A luz simbólica das velas e das estrelas "10 milhões de estrelas – um gesto para a paz" lembra-nos que com o nascimento de Jesus Cristo, Sol divino, brilhou para a humanidade uma nova luz propondo novo sentido à vida humana.

    As trevas são símbolo da escuridão em que permanecem os povos e as pessoas atormentadas pela guerra, pela pobreza, pelo sofrimento, pela doença, pela desigualdade social, pela falta de liberdade, pela opressão, pela marginalização.

    Globalizemos a paz na convivência humana pacífica em todas as regiões da terra.

    A Igreja sempre proclamou o "Evangelho da paz." Esta, para ser autêntica e duradoura, deve ser construída sobre a rocha da verdade de Deus e da verdade do homem. Só estes alicerces poderão gerar a paz.

    Armando Soares

     

     

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