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    Arquivo: Edição de 15-09-2005

    SECÇÃO: Destaque


    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER

    Campos Cunha estragou a festa

    Última sessão deste mandato da Assembleia Municipal, a reunião decorria em clima de cordialidade – incluindo os agradecimentos de vários deputados da Oposição às palavras simpáticas que lhes tinham sido dirigidas pelo deputado da maioria Paulo Braga Lino quando, já no final, e em período de despedidas e agradecimentos, Campos Cunha, o presidente da Mesa da Assembleia Municipal, ao referir, pela negativa, duas excepções, estragou por completo a festa.

    Usando da palavra no final da reunião, o presidente da Mesa, Campos Cunha referiu como excepções de um mandato quase perfeito da Assembleia Municipal, a forma «pouca ética» como, no início daquele, Álvaro de Sousa lhe tinha disputado a liderança da Mesa e, de igual modo, a forma como a Oposição se tinha posto ao lado dos «arruaceiros» que contestavam a deslocação da feira de Valongo.

    Foi o bastante para estragar a despedida deste mandato. Álvaro Sousa pediu para intervir em defesa da honra, deixando claro que se candidatou a presidente da Mesa da Assembleia no exercício de um direito que lhe conferia o facto de ter sido eleito deputado municipal e qualquer um destes ser elegível para presidir à Mesa, ao contrário da lista para a Câmara Municipal que elegia directamente o seu presidente.

    De igual modo, também os deputados municipais do Partido Socialista e da CDU manifestaram a sua indignação pela forma como o presidente da Mesa se referira ao incidente dos protestos populares e à intervenção da Oposição no caso da reinstalação da feira.

    Campos Cunha, mais uma vez a descambar para o autoritário, não lhes permitiu a resposta, não autorizando os deputados da Oposição a pronunciarem-se sobre o assunto. No caso de Álvaro de Sousa, a Campos Cunha somaram-se ainda alguns apartes de Carlos Teixeira.

    Foram momentos desagradáveis de uma reunião que poderia ter decorrido em clima de maior diálogo, como antes se tinha verificado com as intervenções e as respostas de Expedito Moreira (que na parte inicial da reunião, representou o presidente da Câmara, que entretanto chegou), do próprio Fernando Melo, e de José Luís Pinto, os membros do Executivo que antes intervieram.

    Se bem que na maior parte do mandato que agora termina, não fosse essa a tónica da intervenção de Campos Cunha – embora na fase inicial este autoritarismo se tivesse por mais do que uma vez manifestado –, o facto do ex-deputado do PP encabeçar de novo a lista da coligação PSD/PP para a Assembleia Municipal deixa algumas pre ocupações com a forma como poderá decorrer o seu funcionamento, caso este homem de perfil militar venha a ser de novo eleito como presidente da Assembleia.

    Mais consensuais, ainda antes do período da Ordem do Dia, foram os votos de louvor aos bombeiros e de pesar pela tragédia do Katrina, um e outro aprovados com voto unânime da Assembleia.

    Ainda antes da Ordem do Dia vários deputados municipais usaram da palavra para apontar esta ou aquela questão pontual ou comentarem as respectivas intervenções. Destaque maior então para a intervenção já referida de Paulo Braga Lino (despedida) e para a crítica de Ventura de Almeida, lamentando o decurso do mandato e «preocupado» com as dívidas da Câmara.

    OUTROS ASSUNTOS

    Expedito Moreira também se despediu («chegou a idade da reforma»), e o presidente da Junta de Freguesia de Campo, José Carvalho quis saber do andamento (do «não-andamento», como frisou), dos trabalhos do IC 24 em Campo.

    Aprovada a acta da reunião anterior, sem reparos, passou-se enfim à Ordem de Trabalhos.

    Álvaro Sousa ouve as palavras de Campos Cunha que, mais uma vez foi extremamente agressivo para com o seu ex-correligionário.
    Álvaro Sousa ouve as palavras de Campos Cunha que, mais uma vez foi extremamente agressivo para com o seu ex-correligionário.
    Um primeiro ponto, relativo à construção de reservatórios de água e à calendarização de encargos para 2005 e 2006, foi aprovado com os votos da maioria mais os da CDU (que, nos assuntos relativos à água, tem votado frequentemente com os deputados da coligação PSD/PP). Os deputados do PS e o independente Álvaro Sousa abstiveram-se.

    Seguiu-se a discussão da prestação de serviços de varredura no concelho (caderno de encargos, programa e abertura de concurso público), com a maioria a fazer valer a sua posição (16 votos) contra 15 do PS e da CDU e a abstenção do independente A. Sousa.

    A regulação de várias actividades (guarda-nocturno, vendedor de lotaria, etc.), foi pacífica e unânime

    O último ponto discutido a merecer atenção foi a suspensão parcial do PDM numa zona do centro de Ermesinde e estabelecimento de medidas preventivas, que a Câmara fundamentou com o facto de assim se poder impedir a construção de uma unidade industrial permitida pelo actual PDM – a existência de uma fábrica então em laboração e ali implantada há muito, tinha obrigado a classificar a zona como “industrial”. no PDM em vigor. Argumentos que não convenceram o PS, a CDU ou Álvaro e Sousa (que lembrou o exemplo do Marco). Para todos, o que era preciso era a revisão urgente do actual PDM. Mas a maioria voltou a ganhar sem precisar do voto de qualidade do presidente. O socialista José Craveiro votou, com a maioria, a favor da suspensão do PDM.

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    (UMA PALAVRA A PROPÓSITO DE ÁLVARO DE SOUSA)

    (Quer se gostasse quer não, do estilo e das posições de Álvaro de Sousa, poucos serão os que não concordem que, entre os deputados municipais, ele foi sempre dos mais empenhados, participativos e atentos, pautando a sua intervenção autárquica não por demonstrações descabeladas de revanche política, mas pela continuada apresentação de propostas de aditamento, correcção, ou fundamentada rejeição das propostas que iam baixando do Executivo municipal à Assembleia).

    Por: LC

     

     

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