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    Arquivo: Edição de 30-08-2005

    SECÇÃO: Arte Nona


    A visita de férias de "o senhor abílio"

    Em tempo de férias, primeiro por ausência, ao alcance da mão, de uma qualquer novidade editorial, e ainda porque ninguém nos poderia obrigar a ceder a um qualquer imperativo mercantil de oportunidade; segundo porque entretanto nos chegou às mãos e achamos que a obra – e o autor – eram dignos de alguma nota, aqui ficam alguns apontamentos sobre “O Senhor Abílio”, de António Jorge Gonçalves.

    DESENHOS: António Jorge Gonçalves
    DESENHOS: António Jorge Gonçalves
    Editado pela Asa, ainda antes da dobragem do século, em 1999, “O Senhor Abílio”, de António Jorge Gonçalves, revela uma das facetas – mais surreal e menos realista – deste criador de infindáveis recursos.

    Nascido em Lisboa, em 1964, no mundo da BD é sobretudo conhecido pela personagem (com argumento de Nuno Artur Silva) de Filipe Seems, mas é ainda autor de “O Terrível Segredo” e “Arte Suprema” (com Rui Zink).

    Estudou Design de Comunicação e, entre 1997 e 1999, residiu em Londres onde estudou Design de Teatro. Precisamente no teatro, em colaboração com António Feio e José Pedro Gomes, iniciou a sua carreira com “O Que Diz Molero”, a que se seguiram “Duas Semanas com o Presidente”, “Conversa da Treta” e “Arte”.

    Data exactamente da sua estadia em Londres o projecto de “O Senhor Abílio”. Parábola surreal do quotidiano da vida moderna, “O Senhor Abílio” surpreende, primeiro pela estética minimal, depois pela ausência total ao recurso de texto, finalmente por uma muito apurada agudeza no olhar sobre o quotidiano, que o autor expressa com soberbo equilíbrio entre uma acutilência expressiva e deliberada e uma abordagem felina, cuidadosa e predadora dos disparates e barbaridades deste mundo moderno.

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    A paleta da obra, em grande parte das pranchas, opta por uma harmonia saturada. As estórias são independentes umas das outras, e tanto podem abarcar uma vinheta de página inteira, como aquelas se agruparem num conjunto narrativo.

    Não sabemos se António é Abílio, sozinho na grande metrópole, mas sabemos que Abílio se vê com desconforto a ser engolido por ela.

    Por: LC

     

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