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    Arquivo: Edição de 15-05-2005

    SECÇÃO: Destaque


    Reunião da Câmara municipal de Valongo

    Nova Biblioteca de Valongo no centro das atenções

    A última reunião pública da Câmara Municipal de Valongo (CMV), realizada a 2 de Maio, ficou marcada pela proposta de regulamento para a nova Biblioteca Municipal de Valongo. Apesar de ter votado a favor desta proposta, o vereador socialista José Manuel Ribeiro criticou a forma como a Câmara conduziu este processo, nomeadamente na demora da abertura ao público desta nova infraestrutura, que foi construída há já dois anos. Noutro ponto da Ordem de Trabalhos, ficou a saber-se que a passagem-de-nível superior da Rua Miguel Bombarda irá ser substituída por uma nova passagem-de-nível subterrânea destinada apenas a peões.

    É, até ao momento, a única infraestrutura construída na zona que a autarquia havia determinado para erguer a Nova Valongo. Com a paragem deste projecto, devido à falta de investidores privados no que concerne à construção de novos edifícios, a nova biblioteca municipal é um “oásis num deserto”, por assim dizer, uma vez que, à sua volta, nada existe. Na última reunião camarária, este edifício voltou a ser lembrado, pois um dos pontos da Ordem de Trabalhos fazia referência a uma proposta de regulamento da nova biblioteca municipal, que haveria de ser aprovado por unanimidade. Em relação a este assunto, o vereador socialista José Manuel Ribeiro criticou a posição da CMV em relação à demora para a abertura daquele espaço, embora tenha votado a favor neste ponto da Ordem de Trabalhos. Para o socialista, esta infraestrutura encontra--se sediada num verdadeiro descampado, de difícil acesso às pessoas. «Estamos para ver como é que a Câmara vai dinamizar o acesso à biblioteca; além disso, como é que os pais vão deixar os meninos irem para aquele descampado? Há um ano e meio, quando falei com o senhor presidente, disse-me que já havia feito a transferência do acervo, algo que na realidade não se veio a concretizar.

    Eu não sei se existe algum prémio para a falta de planeamento, pois esta situação é bem merecedora de um registo desse género», ironizou José Manuel Ribeiro.

    Foto Manuel Valdrez
    Foto Manuel Valdrez
    Na resposta à intervenção socialista, o edil de Valongo, Fernando Melo, começou por dizer que aquele descampado, como havia sido denominado pelo vereador do Partido Socialista, não ficará sempre assim, pois, e segundo Melo, a autarquia está convencida de que passado o período de crise económica que o país atravessa, os investidores privados vão construir outros edifícios naquela zona. Em relação ao caso da biblioteca, Fernando Melo, referiu que «só não abriu as portas mais cedo porque a CMV teve de levar a cabo um concurso público para a aquisição de mobiliário, e como é sabido, um concurso público é um processo moroso. Quanto à forma de deslocação para a nova biblioteca, posso adiantar que vamos colocar ao serviço da população um transporte desde o centro de Valongo até aquela zona», informou.

    Outro ponto da Ordem de Trabalhos aprovado por unanimidade e que mereceu algum destaque, foi o referente à construção de uma passagem-de-nível inferior na Rua Miguel Bombarda, em Ermesinde.

    Esta obra resulta de um protocolo realizado pela CMV com a REFER (Rede Ferroviária Nacional) e que visa substituir a passagem-de-nível superior existente na referida artéria ermesindense por uma de nível inferior. Posteriormente será realizado um concurso público para levar a cabo esta obra. Para o vice-presidente da CMV, Expedito Moreira, esta será a quinta, e última, passagem de nível superior a ser extinta nas linhas do Douro e do Minho, dando origem a uma nova estrutura subterrânea destinada a peões, semelhante às quatro já existentes.

    PALAVRA

    AO PÚBLICO

    O período destinado à intervenção do público, começou com a intervenção do presidente do Motoclube de Campo, Rui Mendes, que agradeceu publicamernte à autarquia o facto de esta ter assinado com a colectividade dirigida por si um protocolo de cedência de um terreno, bem como pelo apoio e cooperação constante que a edilidade tem prestado às iniciativas culturais, desportivas, e pedagógicas organizadas pelo Motoclube.

    Menos elogiosa foi a intervenção que se seguiu, a de Camilo Martins Pinto, que se deslocou à reunião pública para dar conta do seu desagrado com uma situação que já não é novidade, e que se arrasta há já três anos. Este munícipe possui uma garagem na Rua Lourenço Marques, local este onde também existe um talho; ora, até aqui nada de anormal. O ponto fulcral da situação prende-se com o facto de o talho ter instalado por cima da garagem de Camilo Martins Pinto, um motor de refrigeração, situação esta que, segundo o munícipe lhe tem causado enormes danos materiais. Depois de já ter vindo noutra ocasião à CMV mostrar publicamente o seu desagrado perante o facto, e de esta entidade ter, na altura, aplicado uma multa ao talho, Camilo Martins Pinto veio desta vez apresentar novos factos a esta autêntica “telenovela da vida real”. «O talho continua lá, embora o dono já não seja o mesmo que originou todo este processo. O que também continua lá, são os motores, que apesar de já não estarem em funcionamento, continuam a causar-me enormes prejuízos, pois estão a estragar-me o telhado todo, nomeadamente na abertura de dois buracos na estrutura. Como se não bastasse isso, começa agora a cair dentro da garagem, e em cima do meu carro, um líquido que atravessa o telhado por esses buracos. Queria que a CMV me desse uma resolução para este caso. Aliás, o vereador José Luis Pinto já me havia dito que a Câmara iria fazer algo, mas até hoje não fez absolutamente nada. Quero saber quem me vai pagar os prejuízos na garagem, pois alguém vai ter de o fazer, e eu não vou ser de certeza».

    Camilo Martins Pinto referiu ainda que já tentou falar directamente com o dono do talho de modo a serem retirados os motores do telhado da sua propriedade, como também tentou convencê-lo a pagar os prejuízos provocados pela dita estrutura. A resposta do actual proprietário do talho não se fez esperar, e passados poucos dias Camilo Martins Pinto recebeu, na sua residência, um saco de bifes como oferta. «Eu, como não me deixo comprar por um saco de bifes, fui lá devolvê-los ao individuo em questão, puxei-lhe os colarinhos e disse que queria a situação resolvida. Aliás, estou a pensar escrever um livro sobre este caso, intitulado de: “O Homem do Talho, a Câmara Municipal, os Senhores Vereadores, e o Gato que Comeu os Bifes», ironizou.

    Ironia esta que levou Fernando Melo à irritação, perguntando ao munícipe o que queria dizer com estas palavras, ao que este respondeu que apenas se tratava de uma brincadeira com a situação. Na resposta à exposição apresentada por Camilo Pinto, o vereador Carlos Teixeira, voltou a dizer o mesmo que havia dito ao munícipe da primeira vez que este apresentou o caso em reunião pública. Ou seja, que a Câmara é uma entidade pública de caracter administrativo, e que «existem certas competências em que podemos actuar, e outras onde não podemos. Este caso especifico é um daqueles em que a CMV não tem competências para actuar. Aliás, nós já fizemos tudo o que podíamos fazer, na altura fomos ao local em questão e aplicamos uma multa ao anterior proprietário do talho. Agora, em relação aos prejuízos na garagem, e ao facto de a estrutura de refrigeração lá continuar, esse é um assunto que o senhor Camilo Martins Pinto deve apresentar em tribunal, só eles é que lhe podem resolver este problema. É uma competência deles e não da CMV, como já antes disse».

    Por: Miguel Barros

     

     

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