51.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL
Intervenção de Rui Fernandes Almeida (Centro Democrático Social - CDS-PP)
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FOTO HÉLDER TEIXEIRA (JFE) |
Ex.mas senhoras e senhores
Encontramo-nos aqui mais uma vez para celebrar o dia 25 de Abril de 1974.
Todavia, tão ou mais importante do que falar do passado, é compreender o impacto que este teve no presente, e mesmo no nosso futuro.
Foi com a procura de um “Futuro”, algo transcendente, que há 51 anos atrás..., fruto de uma simples ideia..., a ideia de liberdade... se fez a revolução do 25 de Abril.
Hoje.., como há 51 anos atrás, mais do que discursos formais, cheios de pompa e circunstância, as pessoas necessitam que o seu futuro seja salvaguardado. A democracia necessita cada vez mais de ação.
A verdade é que nos dias que correm muitos confundem a liberdade conquistada em Abril com um simples dia feriado onde muitos colocam um cravo ao peito.
No entanto, essa liberdade tem que ser vivida todos os dias, e não apenas uma vez por ano, no dia 25 de Abril.
Foi com esta ideia que os Portugueses há 51 anos atrás quiseram escrever o seu futuro, bem como o futuro das gerações vindouras.
Assim, e por respeito à Democracia... e sentido de dever enquanto cidadãos, não podemos deixar de honrar a Liberdade, cabendo agora à geração presente, à nossa geração, lutar pelas gerações futuras.
Numa verdadeira democracia, as eleições não podem ser fachadas atrás das quais se escondem ditadores ou a ideia de um partido único, mas saudáveis competições pelo apoio do povo. Sujeitando os governos ao Estado de Direito, e assegurando que todos, sem exceção, estão sujeitos à Lei. O voto é, se não o maior símbolo da Liberdade, um dos mais importantes.
Entre os direitos fundamentais que qualquer poder democrático deve prosseguir, estão a liberdade de expressão e a liberdade de se organizar, denunciar, discordar e participar plenamente na vida pública da sua sociedade.
Em democracia reconhece-se que a diversidade é uma vantagem enorme, pois trata estas diferenças na identidade, na cultura e nos valores como um desafio que pode reforçar e enriquecê-la, e não como uma ameaça.
Com efeito, para preservar e proteger os direitos, liberdades e garantias, um povo democrático deve trabalhar em conjunto para regular e escolher quem os governa. Deve escolher o que pretende para o seu futuro.
E a verdadeira maneira que cada um de nós tem para o fazer, é através das urnas de voto. E estando nós a viver, neste momento, um período pré-eleitoral, é importante motivarmos a participação de todos os cidadãos nos atos eleitorais que se avizinham.
Os partidos democráticos reconhecem que as opiniões políticas são flexíveis e variáveis, e que o consenso pode com frequência surgir de um confronto de ideias e valores num debate pacífico, livre e público.
O conceito de oposição leal é inerente a qualquer democracia. Significa que no debate político, independentemente das mais profundas diferenças, partilham os valores democráticos fundamentais da liberdade de expressão.
Numa democracia, a luta entre partidos políticos não deveria ser uma luta pela sobrevivência e pelo poder, mas sim..., uma saudável “competição” para servir o povo.
E..., para que a democracia seja bem-sucedida, os cidadãos têm que ser ativos, participativos porque reconhecem que o sucesso ou o fracasso do seu país... é também fruto da sua responsabilidade.
As democracias precisam de mais do que o voto ocasional dos seus cidadãos.
Precisam de atenção contínua, tempo e dedicação, para que, deste modo, protejam os seus direitos, liberdades e garantias.
Foi esta a razão do 25 de Abril de 1974.
E por ser o 25 de Abril, voltamos a recordar o 25 de Novembro. Data na qual se conseguiu restaurar a paz e a ordem, corrigindo situações que nunca deveriam ter acontecido e que eram contrários aos ideais de um povo que ansiava pela verdadeira Liberdade.
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