O Papel do Cuidador Informal: Desafios e Benefícios
O cuidador informal desempenha um papel fundamental na sociedade, assegurando suporte e bem-estar a pessoas em situação de dependência. No entanto, essa função pode acarretar consequências tanto positivas como negativas.
Das consequências negativas relatadas pelos cuidadores, destacam-se as dificuldades físicas, uma vez que a prestação de auxílio nas atividades de vida diária pode ser exigente, especialmente para aqueles que já apresentam fragilidades na sua saúde. Além disso, a saúde psicológica é frequentemente afetada, pois os cuidadores enfrentam níveis elevados de stress, ansiedade e até sintomas depressivos. Estes desafios decorrem da pressão constante, da escassez de recursos e da falta de tempo para si próprios. O cuidado contínuo aumenta também o risco de isolamento social, uma vez que os cuidadores tendem a afastar-se de amigos e familiares devido à dedicação quase exclusiva à pessoa cuidada. Além disso, dificuldades financeiras, problemas laborais e a redução da qualidade de vida são desafios frequentemente enfrentados.
Por outro lado, a experiência de cuidar pode trazer benefícios, influenciados pela relação prévia com a pessoa cuidada e pela forma como os cuidados são prestados. Destas consequências destacam-se a realização e o crescimento pessoal, bem como o desenvolvimento de competências. A experiência de cuidar possibilita a aquisição de aprendizagens importantes, promovendo um aumento da literacia em saúde. Além disso, pode fomentar no cuidador uma maior compreensão e resiliência, tornando-o mais preparado para enfrentar os desafios, aumentando a consciência das suas capacidades e limitações e fortalecendo o seu sentido de utilidade. Muitas vezes, o ato de cuidar também contribuiu para melhorar a relação com a pessoa cuidada.
Apesar dos desafios inerentes ao papel do cuidador, é essencial que este tenha acesso a apoio psicológico e recursos adequados, de forma a minimizar os impactos negativos e a promover uma experiência de cuidado mais equilibrada e gratificante.
Joana Lopes*
*Psicóloga da Casa do Povo de Ermesinde
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