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A Igreja de Santa Clara
O verão está no seu término. Pelo norte, o tempo de praia passa num ápice. Com as alterações climáticas quer queiramos quer não, mal começa logo acaba. Pela nossa cidade foi mais profícuo. As ruas Ribeiro Teles e Rodrigo de Freitas têm um novo tapete de asfalto para bem dos munícipes e por quem ali transita. Há que dar mérito a quem decidiu, que a obra era premente. Setembro é o fim da labuta de todo um ano para os vinhateiros. Ele dirá da qualidade da colheita do mel do deus Baco.
Há algum tempo que não visito o Porto. Logo agora que sou meio menino e pago meio bilhete de comboio, não tenho aproveitado essa benesse. Deu entrada na estação e lá me levou até São Bento. A estação apinhada de gente. Velhos e novos, não trabalhadores, mas sim turistas. Telemóveis em punho, ora filmando, ora fotografando. Cabeças ao alto, guias falando dos painéis da estação bem acima do olhar. Uma amálgama de línguas estrangeiras. Subi para a Sé. Caminhei devagar, devagarinho apreciando o vai e vem daquele formigueiro. A capital do norte está modificada. Nem para bem nem para mal, simplesmente mudada, até as suas gentes naturais já não têm nada a ver com os tradicionais tripeiros.
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Dirigi-me para a muralha Fernandina. Não, não ia andar no funicular dos Guindais. O meu olhar perscrutava a Igreja de Santa Clara. Não vendo Cruz nem torre sineira recorri ao Google Maps. Era ali, mesmo ali e não a distinguia. Um posto da polícia e ao lado uma entrada arcada para o interior do edifício. Ultrapassei a medo e lá estava a porta de entrada. Quem não souber da sua existência nunca a encontrará, pois faz parte das antigas instalações do convento. Convento mandado edificar por D. João I em 1416 a pedido. Nele entraram cinco irmãs clarissas do convento de
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Por:
Manuel Fernandes
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