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Edição de 30-09-2024
Jornal Online

SECÇÃO: História


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50 ANOS DO 25 DE ABRIL

A Fita do Tempo da Revolução: As movimentações militares na Revolução dos Cravos (5)

O POSTO DE COMANDO DO MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS

A movimentação militar da jornada de 25 de Abril de 1974 revestiu o caráter de operação militar. Para tanto tinha um nome (Operação Fim-de-Regime), um objetivo (derrube da ditadura vigente), um comando (Comando do Movimento das Forças Armadas), executores (as Forças Armadas Portuguesas, com maior empenho de forças do Exército) e um Posto de Comando (Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas).

A preparação da operação desenrolou-se durante cerca de 1 ano através de reuniões clandestinas dos seus principais executores. E foram sendo nomeados os comandantes. No fim da preparação foi definido o local para se montar o Posto de Comando.

O comando foi atribuído aos seguintes militares:

- Major de artilharia Otelo Saraiva de Carvalho (coordenador operacional)

- Capitão-tenente Vítor Crespo (Marinha)

- Major de Engenharia Sanches Osório, oficial do Estado-Maior

- Tenente-coronel de Engenharia Fisher Lopes Pires

- Major de Infantaria Hugo dos Santos

O PC tinha o apoio do Tenente-coronel de Transmissões Amadeu Garcia dos Santos e do Capitão Luís Macedo, Oficial da Unidade, que garantia a segurança do Posto de Comando.

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Havia que escolher um local para a montagem do Posto de Comando. Não havia qualquer interesse em que o PC fosse montado num quartel desta ou daquela arma, mas apenas num local que fosse adequado à sua função. A escolha caiu no Regimento de Engenharia n.º 1, à Pontinha, à entrada da cidade de Lisboa.

A proposta partiu de Fisher Lopes Pires. Até escassos meses antes havia sido 2.º comandante do Regimento de Engenharia da Pontinha, conhecia bem a casa e percebeu que o local seria perfeito. Estava localizado fora, mas muito perto de Lisboa, pelo que seria mais discreto e estaria mais resguardado dos engarrafamentos que se seguiriam às movimentações militares. Além disto, tratava-se da Arma de Engenharia, o “parente pobre” do Exército. Ninguém suspeitaria que seria em Engenharia que seria montado o PC. Dispunha dum anexo tipo pré-fabricado onde se podia montar o PC. E dispunha de espaço onde poderiam ser montadas as tendas com os aparelhos de rádio que seriam utilizados durante as manobras militares.

As comunicações teriam enorme importância durante toda a Operação. O PC dispunha dum oficial de Transmissões, Tenente-coronel Amadeu Garcia dos Santos, que montou todos os sistemas de comunicações. A manobra mais arrojada foi a preparação das escutas a diversas entidades políticas e militares, para o que foi necessário montar um cabo de comunicações com vários quilómetros de comprimento, fazendo a ligação entre a Escola Prática de Transmissões e a Pontinha, via Escola Militar. Por golpe de sorte estava em curso uma ampliação da rede de comunicações da Escola Militar que implicava a montagem dum novo cabo. Assim, em vez de se proceder à montagem dum cabo, montaram-se dois. Depois inventou-se uma razão para continuar esse cabo até à Pontinha. Tudo às claras…

As escutas foram feitas exclusivamente na rede militar. Só se escutava a rede civil se esta entrasse na rede militar. A única entidade com capacidade de escutar simultaneamente a rede civil e militar era a Legião Portuguesa. Mas seria prudente não escutar esta entidade, pois facilmente perceberia que estaria sob escuta…

A defesa do PC não foi descurada. Se o Golpe não tivesse sucesso, haveria que garantir algum tipo de defesa e, ao contrário do afirmado por algumas entidades, não é conhecido qualquer plano de fuga. Os militares do Regimento foram treinados na véspera para a utilização de máscaras de gás. Questionado por alguns militares o interesse deste treino numa arma não combatente, “justificou-se” com o aproximar do 1.º de Maio e a necessidade da Unidade estar preparada para manobras de Manutenção da Ordem Pública…

No interior da sala do PC havia um armário cheio de armas. Se as coisas corressem mal, aqueles homens venderiam caras as suas vidas.

Às 17:30 horas de 24 de abril fecharam-se, como habitualmente, os portões da Unidade, com a saída do seu comandante, o Coronel Lopes da Conceição. Este oficial não era oficial

(...)

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José Campos Garcia

 

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