SECÇÃO: Opinião

O caminho vai sendo preparado, mas…

De uma forma mais ou menos evidente, mais ou menos percetível, alguma coisa vai sendo movimentada, no sentido de serem criadas condições de trabalho, através da manifestação de criação de preocupações nos dirigentes associativos mais responsáveis, para com a necessidade de serem trabalhados processos de unidade do movimento associativo no distrito do Porto.

Não há outro caminho, e independentemente de quais forem as soluções, de pouco valerá a utilização permanente e já cansada, de quem fez bem, ou fez mal, o seu trabalho.

Tal necessidade de respostas e soluções não surgem de um acaso qualquer, ou de quem passou mal a noite, mas sim, na medida em que, cada vez que se participa numa iniciativa associativa, seja ela de aniversário de uma coletividade, ou festival da área de teatro ou de folclore local, ou de outra qualquer atividade, onde se juntem dirigentes associativos de diferentes freguesias ou concelhos, de diferentes coletividades, a conversa enverede sempre pela manifestação de preocupações quanto aos porquês da nossa incapacidade de reforçar a unidade associativa.

Sabemos não ser fácil, não existirem soluções milagrosas, nem se pretenda tão pouco, que tenhamos que pensar todos por igual.

Tem é que haver uma vontade clara de serem encontradas tais soluções, que ultrapassem as boas vontades e …nada mais do que isso: boas vontades, continuando depois a olhar-se para o nosso umbigo e vontades pessoais.

Estudos existentes indicam que, agindo como seres humanos, é possível a obtenção de saberes e capacidades na gestão dos nossos recursos humanos associativos, (existem formações para tal) em prol do reforço da nossa unidade, e do que pretendemos.

UM SINAL!

É que entretanto, algo estará a acontecer, e sem explicação ainda pouco esclarecida, que poderá vir a provocar uma clara elitização associativa, através do apoio seletivo a associações específicas, selecionadas ou não, criando todas as condições para a eliminação ou descaracterização da essência das nossas coletividades enquanto entidades sem fins lucrativos, tal e qual como elas apareceram, evoluíram, e são na atualidade.

Defender as Coletividades no seu todo, defender os dirigentes associativos, defender o nosso trabalho voluntário, benévolo, solidário e gratuito prestado às populações, exemplo único no mundo, reconhecido por todos os órgãos do poder central ou local eleitos, obriga-nos a entender, a todos, que as soluções de unidade associativa, já demoraram tempo demais a serem encontradas.

Mesmo que saibamos que não seja fácil, varrer tal realidade para debaixo do tapete, será extremamente mau, porque não agimos devidamente em defesa do que temos a defender.

TRABALHO DE LONGA DURAÇÃO

Tudo isto para realçar que, apesar do enorme trabalho desenvolvido por cada Estrutura Associativa, com imensas dificuldades em encontrar soluções no apoio às coletividades dos seus concelhos, sejam de carácter financeiro, de responsabilização de novos dirigentes, de fidelização de novos associados, de apoio às suas iniciativas e de muitos etceteras, e apesar de tudo têm sido dados passos no sentido de evidenciar tais preocupações, é obrigatório encontrar soluções através da troca de experiências, para a melhoria do trabalho futuro.

Em fevereiro deste ano de 2024, aconteceram reuniões importantes entre a Direção Nacional da Confederação e Estruturas no Distrito, onde foram assumidos compromissos como planos de intenções, entre todos os participantes em reuniões diferenciadas, de forma a serem avaliados vários dos equívocos existentes acerca do nosso funcionamento comum.

Tais reuniões mereceram atenções dos vários dirigentes, mais ou menos conhecedores das razões de tais dificuldades, manifestando todos, sempre, interesse por soluções positivas.

Outras iniciativas realizadas, como tomadas de posse de novos Órgãos Sociais, aniversários de criação de Estruturas, ou em debates específicos, têm sido pontos de encontro, onde são manifestadas preocupações e vontades de melhorar relacionamentos.

Mais recentemente, quase todos participámos na comemoração do 80.º aniversário da FCD Porto, uma data marcante do movimento associativo nacional, onde mais uma vez, os apelos de todos os responsáveis, foram no sentido de unir esforços.

Que cada um dê o seu contributo positivo não ficando à espera que a “casa caia”.

…NÓS POR CÁ…

Após o tempo de “festas” iniciais de apresentações e tomada de posse dos novos Órgãos Sociais da ACCV, procedeu-se já à distribuição de responsabilidades individuais aos novos diretores, passando-se à fase da

(...)

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Adelino Soares*

* CPCCRD