Em Alfena viajámos até à infância de outros tempos à boleia de mais uma edição da Festa do Brinquedo Tradicional
|
Fotos MIGUEL BARROS |
Alfena transformou-se numa gigantesca sala de brincadeiras e brinquedos de outros tempos que despertaram a criança que existe dentro de cada um de nós entre os passados dias 13 e 16 de junho, período em que decorreu a edição deste ano da Festa do Brinquedo. A cidade irmã voltou assim a ser a capital do brinquedo, com o Parque Vale do Leça e o Centro Cultural de Alfena a serem palco de diversas iniciativas que promovem uma das logomarcas do município de Valongo: o brinquedo tradicional português. O cartaz do evento incluiu ainda muita e boa música, destacando-se neste ponto os concertos dos Best Youth, dos míticos Jafumega, de Dino D’Santiago e da Orquestra Orff do Porto. Mas, naturalmente, que o brinquedo tradicional português – com raízes quer em Alfena, quer também em Ermesinde – foi o rei de uma festa que teve exposições, artesãos com trabalho ao vivo, jogos tradicionais, entre outras atividades que fizeram as delícias de pequenos e graúdos.
Também o nosso olhar se fixou em muitos dos brinquedos e brincadeiras do antigamente que se exibiram logisticamente no espaço exterior do Centro Cultural de Alfena, onde conversámos com alguns dos expositores ali presentes.
|
O apelido Penela é sinónimo de brinquedo tradicional português, é o nome de uma família que há pouco mais de um século a esta parte se tem dedicado ao fabrico do brinquedo dos tempos dos nossos país e avós. A histórica fábrica PEPE / JATO – atualmente também designada de BruPlast – é uma presença habitual, diríamos até obrigatória, nesta festa, ou não estivesse ela ligada a uma grande parte da história do brinquedo tradicional. Bruno Penela, um dos elementos mais novos da família Penela, começaria por confessar ao nosso jornal que este ano a Festa do Brinquedo tinha tudo para correr bem, desde logo porque foi realizada mais cedo do que é habitual, neste caso em junho, pois o facto de em edições anteriores ter decorrido mais tarde no calendário fazia com que o mau tempo afugentasse um pouco os visitantes. Este nosso primeiro interlocutor nesta nossa visita ao certame apenas mudaria uma coisa na festa deste ano: a localização dos stands dos expositores/artesãos. Os mesmos situaram-se, como já referimos, no espaço exterior do Centro Cultural, longe da ação que teve como palco o Parque Vale do Leça, onde estava não só a parte da restauração, como da animação infantil (insufláveis, parede de escalada, karts, slide, etc.) e dos espetáculos musicais, o que fazia com que o grosso dos visitantes se deslocasse diretamente para lá.
|
Mas esta histórica Oficina do Brinquedo Tradicional Português, sediada em Alfena, permitiu a quem os visitou no âmbito desta festa a experiência de construir ao vivo um brinquedo. Por outras palavras, realizou workshops, seis, para sermos mais precisos, ao longo dos quatro dias em que decorreu a Festa do Brinquedo, e que no fundo desafiavam o visitante a “meter as mãos na massa”. «Acho que esse é o nosso foco principal, isto é, que as pessoas aprendam um bocadinho a fazer os brinquedos. Que brinquem um bocadinho, que saibam o que isto é, e acho que para elas até é muito mais interessante do ponto de vista lúdico terem a experiência com o fabrico do brinquedo», explicou Bruno Penela, acrescentando que nestes workshops haviam quatro modelos de brinquedos tradicionais que os visitantes poderiam construir com as próprias mãos, a carrinha estilo pão de forma, o fogão, a máquina de costura e o avião, sendo que no fim o “artesão visitante” podia levar a sua “obra” de recordação para casa.
|
Artesão experiente, e a sério, é Manuel Marques, alfenense de gema, há 75 anos, como nos começou por dizer, recordando que aquele local onde hoje está situado o Centro Cultural de Alfena lhe é muito familiar: «Esta foi a minha escola, da 1.ª à 4.ª classe, e aqui (zona exterior) era onde brincávamos no recreio», disse-nos com alguma nostalgia no olhar. E da escola saiu jovem para abraçar a profissão de torneiro de madeiras, a qual ainda hoje exerce. E foi esta profissão que nos entretantos o levou a fazer brinquedos em madeira, como peões, piascas, carros de bois, entre outros objetos de inegável beleza.
Guardião dos brinquedos e brincadeiras de outros tempos é também o Museu do Brincar, um espaço localizado em Vagos, mas que se tem feito representar habitualmente na Festa do Brinquedo de Alfena. Joana Magalhães contou-nos que o Museu do Brincar pode ser visitado de terça-feira a domingo, sendo um espaço que permite a
(...)
leia esta reportagem na íntegra na edição impressa.
Nota: Desde há algum tempo que o jornal "A Voz de Ermesinde" permite aos seus leitores a opção pela edição digital do jornal. Trata-se de uma opção bastante mais acessível, 6,50 euros por ano, o que dá direito a receber, pontualmente, via e-mail a edição completa (igual à edição impressa, página a página, e diferente do jornal online) em formato PDF. Se esta for a sua escolha, efetue o pagamento (de acordo com as mesmas orientações existentes na assinatura do jornal impresso) e envie para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o nome, o NIF e o seu endereço eletrónico para lhe serem enviadas ao longo do ano, por e-mail, as 12 edições do jornal em PDF.
Mas se preferir a edição em papel receba comodamente o Jornal em sua casa pelo período de 1 ano (12 números) pela quantia de 13,00 euros.
Em ambos os casos o NIB para a transferência é o seguinte: 0036 0090 99100069476 62
Posteriormente deverá enviar para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o comprovativo de pagamento, o seu nome, a sua morada e o NIF.
.
Por:
MB
|