Manuel Freire foi o convidado especial do “Manifestum Valongo 2024”
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MANUEL FREIRE INTERPRETANDO A SUA "PEDRA FILOSOFAL" |
No âmbito do “Manifestum arte de dizer 2024”, o Fórum Cultural de Ermesinde encheu-se para receber no passado dia 1 de maio o espetáculo de apresentação final do Laboratório de Leitura Poética “HÁ PALAVRAS QUE NOS BEIJAM”, nível II.
Para além dos formandos e da formadora Ana Celeste Ferreira, acompanhados do pianista Ricardo Caló, o espetáculo contou neste ano com a participação do convidado especial Manuel Freire.
Antes de começar o espetáculo propriamente dito, ouviu-se a intervenção do presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, que referiu a relevância que esta autarquia vem dando à cultura e à arte, com o apoio à edição de livros, e desde há seis anos a esta parte, à poesia e à arte de dizer, apoiando empenhadamente o “Manifestum arte de dizer”, que muito valoriza a palavra, bem dita, em língua portuguesa.
Ainda antes do espetáculo, propriamente dito, Isaque Ferreira entrevistou o convidado, Manuel Freire. Ficámos a saber que nasceu a 25 de abril de 1942 e é uma das figuras de proa de uma geração de músicos de intervenção que cantou a Revolução dos Cravos. No dia 25 de Abril de 1974, o irmão que era da Força Aérea, telefonou-lhe e disse-lhe “Gostaste da prenda?”, referindo-se obviamente à Revolução, no dia do seu aniversário, que trouxe grande alegria a Manuel Freire, um homem da oposição ao regime.
Depois de cantar uma primeira canção e de ler um poema do seu amigo Martinho Marques, Manuel Freire terminou o espetáculo com a interpretação da sua “Pedra Filosofal” – um poema do seu amigo António Gedeão (pseudónimo de Rómulo Vasco da Gama de Carvalho) que ele musicou e cantou pela primeira vez em 1970 e que se tornou, desde então, uma espécie de hino da resistência contra o Estado Novo.
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