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Edição de 30-11-2024
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    Arquivo: Edição de 31-03-2024

    SECÇÃO: Local


    CORREIO DO LEITOR

    Miséria do papo cheio!

    foto
    Amigo leitor, tem dúvidas? Por favor analise as fotos que hoje lhes ofereço, são apenas o complemento do que diariamente pode ir encontrando, não só nos passeios e em redor dos contentores do lixo, mas muito mais prosaicamente, se for curioso e abelhudo, espreitando os sacos do lixo. Na moda substituída pelos modernos empecilhos nos passeios sem dimensões para comportar a passagem dos deficientes motores e bebés conduzidos nos seus indispensáveis carrinhos, obrigando a circular pelas faixas de rodagem. Assim, já ficam mais salvaguardadas das vistas dos palermas que se veem rodeados de tantos pobres e crianças com fome, nos tempos em que o planeta, mesmo com as culturas intensivas, já não consegue alimentar o excesso da população existente. Pãezinhos deitados ao lixo, porque já estão velhotes do dia de anterior. Ser ou fazer de rico parece ser moda, tal a quantidade de pão encontrado diariamente debaixo dos nossos veneráveis narizes. Se bem analisar as fotos poderá distinguir que não é só o pão dos pobres que os seus indignados, ou não, olhos veem, porque pode bem analisar que ali há pão fino, a que os mais pobrezinhos não podem chegar.

    Devo esclarecer mais, o pão que vê nas fotos foi ali deixado com um fim específico: alimentar pombos e mais recentemente gaivotas já em excesso na nossa cidade.

    Na minha modesta pesquisa, algum deste pão é proveniente de restos de restaurantes e de alguma superfície comercial, que em vez de venderem esse pão a um preço mais acessível, como sucede com uma grande superfície que todas as manhãs coloca esses pães a metade do preço e rapidamente se esgota. Na minha modesta pesquisa estou bem informado de quem e como funciona o esquema da alimentação (proibida por lei) dos pombos e gaivotas no centro da nossa cidade. Incluindo que estas aves são mais inteligentes do que eu, pois têm horários e locais bem definidos para espera do desejado pequeno almoço, que por vezes é tão farto que dura o dia inteiro.

    Poderia apresentar mais dados, mas não devo ocupar mais espaço, com assunto tão evidente que as entidades municipais não querem enxergar e tentar colocar alguma ordem, no que por lei é proibido. Para quem alimenta pombos e gaivotas a muito pão e milho deixo esta realidade de um estimado casal vizinho. Tinham um pombal de pombos correios, os quais ganharam vários prémios e o homem vivia com um orgulho especial nos seus pombos. Cerca dos seus 45 anos faleceu, derivado ao pólen que estas aves possuem. Passados cerca de 5 ou 6 anos a viúva adoece, os médicos no Hospital de S. João andaram a investigar/ estudar a doença estranha. Só um ano depois se descobriu que a doença provinha, também como a do marido, dos pombos, doença essa que lhe afetou muito o sistema respiratório, chegando no final de vida a andar com o oxigénio permanente.

    Até que chegou o seu dia de partida para o outro reino. Jazem no Eterno Descanso no cemitério n.º 1 desta cidade. A cerca de 30 metros no prédio conhecido pelo edifício Carlos Gonçalves mora uma senhora que ao abrir a porta da varanda, cerca das 08H00, já tem à espera do milho cerca de 20 pombos. Peço a Deus que tenha mais sorte que os meus saudosos vizinhos. Mais palavras para quê?

    João Dias Carrilho, C.C. - 45 45 02

     

     

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