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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 29-02-2024

    SECÇÃO: História


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    FACTOS DA NOSSA HISTÓRIA (14)

    Recordando a primeira revolta contra a Ditadura Militar

    Os republicanos do Porto não pareciam aceitar render-se aos tempos da Ditadura Militar. Assim, nos 5 dias que vão de 3 a 7 de fevereiro de 1927, ocuparam militarmente o centro da cidade, instalando-se na Praça da Batalha e ruas próximas, com apoios no Douro, no Campo 24 de Agosto, no Cemitério Prado do Repouso, no Campo da República e na Praça Marquês de Pombal. Criaram barricadas e trincheiras nas ruas 31 de Janeiro, Santa Catarina, Santo Ildefonso, Alexandre Herculano e Entreparedes, guarnecidas com metralhadoras. O comandante da GNR de Ermesinde também se envolveu neste movimento.

    O movimento militar e civil republicano que se organizou no Porto, a partir do dia 3 de fevereiro de 1927, contra a Ditadura Militar, que se havia instalado no Poder, há menos de um ano, na sequência do Golpe Militar de 28 de Maio de 1926, teve todas as características de uma guerra civil e durou até ao dia 7 de fevereiro, data em que foi derrotado.

    No movimento revoltoso, que estava pensado para ocorrer em simultâneo em várias regiões do país, o que não veio a acontecer, provavelmente por dificuldades nas comunicações, participaram, de início, forças do Regimento de Caçadores n.º 9, do Regimento de Cavalaria n.º 6 (de Penafiel), militares provenientes de outros regimentos fixados na cidade e uma companhia da Guarda Nacional Republicana, da Bela Vista.

    UM ASPETO DA TRINCHEIRA DOS REVOLTOSOS REPUBLICANOS NA RUA DE SANTA CATARINA, NO PORTO (IN “O DOMINGO ILUSTRADO”, N.º 109, 13 DE FEVEREIRO DE 1927)
    UM ASPETO DA TRINCHEIRA DOS REVOLTOSOS REPUBLICANOS NA RUA DE SANTA CATARINA, NO PORTO (IN “O DOMINGO ILUSTRADO”, N.º 109, 13 DE FEVEREIRO DE 1927)
    O “Diário de Lisboa”, logo nesse dia 3 de fevereiro publicava a primeira nota oficiosa do governo onde se podia ler: «Uma parte da guarnição do Porto revoltou-se (…); a maior parte conserva-se fiel ao governo que já tomou as providencias que julgou necessarias para rapidamente jugular o movimento. / Em todo o resto do País, há absoluto sossêgo». Na verdade, houve repercussões na Figueira da Foz, Faro, Vila Real de St.º António, Tavira, Évora, Setúbal, Barreiro, S. Julião da Barra, Amadora, Queluz, Mafra, Abrantes, Tancos, Entroncamento, Castelo Branco, Coimbra, Mealhada, Cantanhede, Aveiro, Viseu, Alijó, Valpaços, Leiria e em Lisboa, sobretudo após o dia 7 de fevereiro. O mesmo “Diário de Lisboa” indicava ainda o motivo reivindicado pelos revolucionários: “demissão do governo e o regresso á Constituição”. No dia 4 de fevereiro, chegavam ao Porto, para se juntarem aos revoltosos, militares do Regimento de Artilharia de Amarante. O dirigente do movimento foi o general Sousa Dias (que, na sequência do 28 de Maio, tinha sido retirado do comando da 3.ª Divisão), secundado pelo coronel Fernando Freiria, pelo capitão Nuno Cruz e pelo oficial médico da Armada, Jaime de Morais.

    Os confrontos foram violentos, com forte tiroteio entre as forças fiéis ao governo, que se encontravam na Serra do Pilar (Vila Nova de Gaia) e os revoltosos que se concentravam na Praça da Batalha.

    Em Lisboa, onde o movimento se afirmou a 7 de fevereiro, foi declarado o estado de sítio pelo Governo Militar da capital, o trânsito só foi permitido entre as 7 e as 18h, foi proibido assomar às janelas, todos os estabelecimentos tinham de fechar portas às 17h, fora de horas só era permitido circular com salvo-conduto, todos os possuidores de armas tiveram um prazo de 4 horas para as entregarem, referindo o edital, datado de 8 de fevereiro de 1927, que quem, passado o prazo, fosse encontrado com armas seria “fuzilado sem julgamento”.

    Desta Revolta a favor do regresso da República resultaram mais de uma centena de mortos, quase um milhar de feridos, enormes prejuízos materiais, cerca de 600 prisioneiros e deportados.

    Entre as consequências imediatas deste movimento contra a Ditadura Militar, contam-se o

    (...)

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    Por: Manuel Augusto Dias

     

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