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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 15-12-2023

    SECÇÃO: Património


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    ACONTECEU N'' A VOZ DE ERMESINDE (21)

    Escola Técnica de Ermesinde (IV)

    O tema das Escolas Técnicas viria a ser retomado n’A Voz de Ermesinde, em outubro de 1965; nesta edição salienta-se que as escolas do Porto se encontravam em luta pela falta de condições nas suas instalações, uma vez que não havia lugares para alocar todos os alunos, aquando da realização das matrículas. Este mote seria aproveitado, novamente, para justificar e salientar a necessidade da criação de uma Escola Técnica em Ermesinde, enumerando as centenas de alunos que teriam de se deslocar para a cidade do Porto, se quisessem prosseguir os seus estudos. Este artigo traria um dado novo e que não teria sido salientado nos números da AVE anteriores, o facto de Ermesinde além de possuir o número de alunos, também já possuiria o número de professores necessários para a criação do grau de ensino, ficando apenas a faltar a instituição ou estabelecimento de ensino oficial. Menciona, ainda, que foram criadas no mês de setembro as Escolas Técnicas de Moncorvo, Fundão e Cantanhede.

    O mês de novembro traria alguma acalmia relativamente ao tema que não seria retomado. Voltou, nas suas linhas e sob um título diferente, no mês de dezembro, num artigo intitulado “Melhoramentos em Ermesinde”; este artigo visa um apelo direto ao Presidente da Câmara de Valongo, à época Armando de Magalhães. O artigo da AVE menciona que os seus colaboradores e cidadãos de Ermesinde estavam certos de que as suas preces seriam ouvidas e que, certamente, poderiam prever “para muito breve a edificação, mais que justa, de uma escola técnica em Ermesinde, pela qual o nosso jornal se tem debatido e esforçado” (AVE, 1965b, 5).

    Entre os argumentos mencionados, desta vez, defendem que a Vila de Ermesinde já se debatia há muito com esta necessidade e que se vinha a adensar, recorrendo frequentemente aos números, ao longo dos dois últimos anos, considerando que deveria ser este o momento em que as suas preces seriam ouvidas.

    Um curioso hiato temporal acontece na edição da AVE na mudança de ano entre 1965 e 1966, aquando da numeração do jornal, que passaria em dezembro da edição n.º 96, para o n.º 98 de janeiro de 1966. Seguir-se-ia um invulgar silêncio desde que iniciamos a análise deste tema pelas páginas da AVE, o tema da escola técnica viria apenas a ser mencionado em abril, volvidos cinco meses após as últimas linhas.

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    Na edição n.º 101, de abril de 1966, o tema da escola técnica voltaria à rubrica que mais atenção lhe dedicou “Progresso e Inovação”, assinada pelas iniciais D.I.P.E.. O tema é retomado com uma tónica ainda mais marcante começando este subtema do artigo com as seguintes palavras: “Milhares de chefes de família residentes em Ermesinde, esperam ansiosamente pela criação do Ensino Técnico e Liceal nesta Vila. Este número de chefes de família aumenta diàriamente, pelo que esperam a notável notícia da criação dos referidos estabelecimentos.” (AVE, 1966a, 5). Este artigo voltaria a mencionar o número de alunos, professores e localização geográfica de Ermesinde para justificar esta criação.

    Outras vozes viriam a levantar-se nas páginas da AVE, na edição bimensal de agosto e setembro de 1966, encontramos sob o título “Uma carta sobre as Escolas de Ermesinde”, a publicação de uma carta que havia sido enviada para a redação d’A Voz de Ermesinde por Seraphim Ferreira dos Santos. Esta carta, dirigida ao diretor do jornal, pretendia demonstrar a revolta que causava, neste indivíduo, a ideia uma vez lançada pela AVE de transformar algumas das Escolas Primárias que vinham a ser criadas na Vila, em Escolas Técnicas. Nas longas linhas que viriam a ser transcritas, é mencionado que essas escolas já se encontravam, naquele momento, completamente sobrelotadas de alunos, pelo que seria impensável a sua adaptação, trazendo prejuízos a um grande número de crianças e de pais. Este cidadão crê que se torna necessária a criação de um edifício de grande envergadura para que se possa albergar uma Escola Técnica, mas que não se poderia proceder à adaptação dos edifícios já existentes e em funcionamento. Mencionaria ainda, esta carta ao diretor, a possibilidade de no futuro até podermos vir a encontrar Universidades alocadas ao território de Ermesinde pela sua franca necessidade, mas que esta decisão caberia exclusivamente ao Estado Novo e à própria Câmara. Este artigo salienta, ainda, que não há escolas nas terras que as Câmaras não o pretendam, demonstrando que a disposição dos Ermesindenses teria, necessariamente, de se voltar para a Câmara Municipal de Valongo e para o Ministério da Instrução, pois estes saberiam, melhor que quaisquer “articulistas” onde se deveriam localizar as escolas e estabelecimentos de instrução. Esta transcrição termina com uma nota onde Seraphim Ferreira dos Santos menciona que Ermesinde não necessita de linhas e páginas com artigos em tons de reclamação, mas sim de pessoas que se virem para as Câmaras e não para peditórios de Escolas Técnicas.

    Certo seria, que no mês seguinte, a AVE voltaria a mencionar a necessidade da criação de uma escola liceal, não se deixando abalar pelos comentários previamente mencionados. Num artigo que alude à criação de um novo edifício escolar na zona de Sampaio, é mencionada a continuada necessidade da criação de uma Escola Técnica que continuaria a ser ignorada e pesada numa balança, sem ter em conta as necessidades da população.

    Em novembro de 1966, Manuel Moreira Pereira assina um artigo intitulado “Necessidades de Ermesinde”, onde o tema não passaria incólume. Mais uma vez, os números voltariam a figurar nas páginas da AVE, aqui são mencionadas as mais de 18.000 pessoas que habitam em Ermesinde e que têm de ver os seus filhos a deslocar-se até à cidade do Porto, por forma a prosseguirem os seus estudos. Manuel Moreira Pereira menciona que de dia para dia, cada vez mais se impunha a criação de uma Escola Técnica e um Liceu em Ermesinde, por razões muito fáceis de adivinhar.

    Iniciar-se-ia um novo ano, janeiro de 1967, com o mesmo tema, desta vez, com particular destaque e em chamada de capa, A Voz de Ermesinde menciona que Armando de Magalhães na Assembleia Nacional mencionou que se preocupava com as crianças e com a sua preparação para a vida. Este artigo tomaria lugar na capa e na página 4 do nosso jornal que tanta atenção dispensava a este tema. É na Assembleia Nacional que Armando de Magalhães menciona que tem uma grande preocupação para com a educação das crianças e juventude, pelo que via a sua educação como uma grande parte no papel preponderante que tomariam no mundo e no futuro.

    Na sua comunicação mencionou que com o início do industrialismo se tornava mais importante a educação dos jovens, numa época caracterizada por inseguranças, o papel das crianças e dos jovens tornava-se cada vez mais fundamental dentro das sociedades. É na continuidade deste artigo, que a AVE salienta em letras maiúsculas uma das frases que teria sido proferida “DEVEM CRIAR-SE

    (...)

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    Por: Mariana Filipa Lemos

     

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