COMÉRCIO LOCAL COM HISTÓRIA
Casa Rosita (Rosinha Guedes) recorda a sua cinquentenária história
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A D. ROSINHA GUEDES AO BALCÃO DO SEU CONHECIDO ESTABELECIMENTO COMERCIAL |
A popularidade e prestígio deste estabelecimento comercial vai muito para lá do facto de ser das lojas mais antigas ainda em atividade do centro de Ermesinde. Esta notoriedade mede-se também porque à frente da mesma está uma figura muito querida e popular na nossa terra. Estes dois pormenores (ou “pormaiores”, neste caso) somados fizeram com que neste mês voltássemos à rubrica “Comércio Local com História” e fizéssemos uma visita à Casa Rosita. Para alguns – serão poucos, talvez – este nome pode não ser familiar à primeira vista, mas se dissermos de que se trata da loja da Rosinha Guedes por certo que não haverá nenhum ermesindense de gema que não conheça esta casa comercial e a sua proprietária.
E foi por ela e pelo seu filho, António Guedes, que fomos recebidos no estabelecimento, no sentido de conhecer um pouco melhor este negócio cinquentenário. Foi há sensivelmente 55 anos que Maria Rosa Barbosa Nogueira, que viria a popularizar-se como Rosinha Guedes, abriu a loja. Nascida na freguesia vizinha de Águas Santas, a 28 de setembro de 1935, começa a trabalhar como costureira no lugar de Ardegães, para onde ainda jovem tinha ido morar com os tios após o falecimento da mãe. Posteriormente casa-se com Laurindo Lima Guedes, filho do conhecido mestre Guedes, e vem viver para Ermesinde, mais precisamente para a Travagem. Muda-se depois para o centro da nossa freguesia, e nas traseiras da loja que viria a fundar abre um atelier de costura, onde ensina esta arte a futuras costureiras. Ali esteve a dar formação durante três anos. Entretanto, decide abrir a loja, a Casa Rosita, e desde então está à frente do negócio. O marido, quando era vivo, por vezes também ajudava na loja, e hoje conta com a ajuda do seu único filho, que há 40 anos a esta parte trabalha neste estabelecimento situado na Rua D. António Castro Meireles, em frente ao cemitério nº 1.
António Guedes dirige e orienta nos dias de hoje o serviço/atividade da loja, mas faz questão de sublinhar que «a loja é da minha mãe, eu sou empregado».
Os nossos anfitriões recordam que quando a Casa Rosita abriu começou por ser uma retrosaria, algo que nos dias atuais quase já nem se vê. «Vendíamos fazenda a metro, rendas e sedas», como nos contam. Lembram-se que em Ermesinde havia naqueles primeiros anos de atividade poucas retrosarias, uma mão cheia chegava e sobrava para contá-las. «Além de nós havia a loja do Manel Esquina, o Pechincha e a Casa Gregório», recordam. Destas quatro casas comerciais a Casa Rosita é a única que ainda se mantém em atividade. Entretanto, o género de materiais que a loja começou por vender foi acabando a pouco e pouco e a Casa Rosita teve de se adaptar ao avançar dos tempos, sendo que hoje em dia comercializa atoalhados, pijamas, malhas, cobertas, ou jogos de cama.
A loja acompanhou a evolução deste setor comercial da mesma forma que acompanhou a evolução de Ermesinde e das suas gentes, conforme sublinha o filho da Rosinha Guedes.
Como tantas outras lojas do comércio tradicional também a Casa Rosita sentiu o impacto do aparecimento das grandes superfícies comerciais. Mas atenção, não foi um impacto avassalador! «Sentimos um bocadinho, mas não foi por aí além. Nós, graças a Deus, temos aqueles clientes certinhos. Aliás, para nós já não são clientes, são como família», dizem. Pois é, com mais de 50 anos de atividade são muitos os clientes que se mantêm fieis à loja da D. Rosinha Guedes. Aliás, quando questionados qual seria o segredo da longevidade deste negócio os nossos interlocutores são perentórios em dizer que «gostamos muito de conviver com as pessoas, de falar com elas, de as atender, gostamos delas. O segredo para estarmos abertos há mais de 50 anos? É a amizade, pois para nós o cliente é um amigo». A maior parte dos clientes, ou amigos, já frequentam a loja há longos anos. E depois há outros que ali vão pela primeira vez, gostam, e tornam a vir, conforme nos explicam. Claro que os mais antigos também ali vão para conviver com a D. Rosinha Guedes, uma figura popular da terra, alegre e boa conversadora, no sentido de recordar coisas antigas. A popularidade desta senhora vai para lá do facto de ser a proprietária deste que no presente é dos estabelecimentos comerciais mais antigos do centro de Ermesinde. A D. Rosinha Guedes era, e é, uma adepta
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Fotos MANUEL VALDREZ |
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Por:
MB
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