Conferência “Educação, que futuro?”... Uma reflexão muito rica
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JOÃO DIAS DA SILVA |
No passado dia 30 de setembro, entre as 14h30 e as 18h, muito oportunamente, por se iniciar um novo ano letivo, realizou-se no auditório da Fundação Gramaxo, Quinta da Boa Vista, Maia, a Conferência “Educação que Futuro?”, uma iniciativa do Movimento de Cidadania Democrática (MCD) e da Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho da Maia (FAPEMAIA), com o apoio da Câmara Municipal da Maia (vice-presidência e Divisão de Educação e Ciência).
A receção e desejo de boas-vindas foi feita pelo vice-presidente do MCD, Carlos Magalhães, a apresentação coube a Fernando Pereira (presidente do MCD) e a Cláudio Gonzaga (presidente da FAPEMAIA), a abertura competiu a Paulo Gonçalves (Adjunto da vice-presidente e vereador da Educação da Câmara Municipal da Maia) que defendeu um paradigma diferente da sala de aula.
Os trabalhos começaram com um momento musical a cargo da flautista Ana Ferraz que interpretou obras de Bach e Debussy.
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INTERVENÇÃO DE MANUEL AUGUSTO DIAS |
E, de imediato, porque os conferencistas eram muitos, começaram as intervenções do 1.º painel, moderadas por Ana Miguéis, professora do Ensino Secundário. A 1.ª intervenção foi de Álvaro Bastos, Diretor do Agrupamento de Escolas do Levante da Maia, que falando do que bem conhece, referiu o uso e abuso das novas tecnologias, isto é, dos alunos, de todas as idades levarem telemóveis e tablets para as aulas, constituindo bons meios para afetar a sua concentração. Falou de alguns estabelecimentos de ensino que os proibiram para alunos em determinada faixa etária, e verificou-se que os seus resultados melhoraram. Não pôde evitar falar também da falta de docentes, problema que se agrava, pondo em causa a escola pública, quando se sabe que até 31 de dezembro, mais 3 mil e 500 professores se vão aposentar.
A deputada da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência e vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral do Centro Social de Ermesinde, Catarina Lobo, na sua qualidade de psicóloga escolar falou da escola inclusiva, que os famosos decretos 54 e 55 estabelecem. Apesar de reconhecer que nem tudo está bem no sistema escolar, mostrou-se uma pessoa otimista, dizendo que tem de haver solução para superar os diversos obstáculos e manifestou a defesa da escola pública reconhecendo, no entanto, que ela carece de maior autonomia.
A 3.ª intervenção foi de Cláudio Gonzaga, presidente da FAPEMAIA, que pôs em evidência a mais valia que podem representar os Encarregados de Educação se tiverem um papel mais interveniente nos estabelecimentos de ensino, participando, nomeadamente no Conselho Pedagógico. A escola pública não pode nivelar por baixo e não pode estar desfasada das necessidades de conhecimentos e competências dos seus alunos, porque alguns “não sabem nada de nada!” Trouxe à preleção um tema novo: o número de alunos estrangeiros que não pára de aumentar nos últimos anos. A título de exemplo, revelou que a Escola Secundária de Águas Santas tem alunos de 37 nacionalidades diferentes. Como é que as escolas vão conseguir lidar com esta realidade?
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A DEPUTADA ERMESINDENSE CATARINA LOBO |
A última intervenção deste painel pertenceu João Dias da Silva presidente da Associação para a Formação e Investigação em Educação e Trabalho (AFIET) e ex-Secretário Geral da Federação Nacional da Educação, que refletindo sobre o futuro da educação, não pôde deixar de falar dos professores. Estes bons profissionais não são bem pagos, têm grandes dificuldades na progressão das suas carreiras, o que, muito justamente, os torna descontentes e desmotivados e isto não é só em Portugal, é a nível mundial. A profissão exige mais respeito do poder central e da população em geral, tem de ser mais dignificada para que haja professores que substituam aqueles que se encontram ao serviço, pois a média de idades anda acima dos 50 anos e isso é um problema que os governos têm urgência em resolver bem para que a educação tenha futuro.
A qualidade das intervenções fez alongar o tempo usado e, por isso, não houve tempo para intervalo, arrancando logo o 2.º Painel que teve como moderador, Celso Monteiro, um jovem formado em História que está a começar precisamente a profissão de professor. O médico António Lúcio Baptista, que tem trabalhado muito no Porto e Algarve com ingleses e alemães, foi o primeiro palestrante, falando de um excesso de rigidez no sistema educativo, tal qual como se passa com a saúde. Explicou que as primeiras idades são fundamentais para a aprendizagem, os jovens captam muita informação até aos 16/17 anos, que retêm toda a vida. Por isso, é particularmente relevante aquilo que aprendem até essa idade, devendo investir-se mais na formação cívica e na literacia financeira. Depois, as pessoas continuam a aprender mas não fixam da mesma maneira.
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CARLOS MAGALHÃES |
Celeste Carvalho, professora do Ensino Especial, interveio a seguir, repetindo algumas coisas que já tínhamos ouvido a Catarina Lobo, debruçando-se de forma mais pormenorizada sobre a educação inclusiva que os decretos, já acima identificados, implementaram de uma forma mais sistemática, em 2018, e que obrigam os professores a apoiar a aprendizagem de todos os seus alunos, com a adoção de medidas universais e de medidas seletivas, procurando corresponder às dificuldades diagnosticadas nos seus estudantes.
A 3.ª palestrante foi a deputada da Assembleia Municipal da Maia, Paula da Costa, que é professora e formadora, e trouxe a esta Conferência a importante questão da educação ambiental. Efetivamente, as alterações climáticas e o fenómeno da poluição obrigam a que a dimensão cívica da educação não esqueça o ambiente, uma vez que todos nós fazemos parte da natureza e temos a grande responsabilidade de tudo fazer para garantirmos a sustentabilidade do planeta, com a garantia da vida dos vindouros, não só dos seres humanos como de todos os outros seres vivos que connosco coabitam a Terra.
O painel terminou com a intervenção do nosso diretor e presidente da Direção da Agorárte/Universidade Sénior de Ermesinde, Manuel Augusto Dias, que falou das
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O VEREADOR DA EDUCAÇÃO DA CÂMARA DA MAIA, PAULO GONÇALVES |
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