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ACONTECEU N’A VOZ DE ERMESINDE (18)
Escola Técnica de Ermesinde (I)
A criação de uma Escola Técnica em Ermesinde foi um tema que se veio a tornar bastante debatido no decorrer da década de 60, sendo A Voz de Ermesinde uma importante fonte de comunicação, dentro da sociedade do tempo, também não se tornaria alheia aos temas do seu tempo. Aliás, A Voz de Ermesinde viria mesmo a utilizar a sua “Voz” no meio da sociedade da época, como um veículo de reflexão, quando considerava pertinente e/ou necessário, viríamos a encontrar esses mesmos pontos de vista nesta primeira notícia sobre a defesa desta escola em setembro de 1964, na edição n.º 81 da AVE.
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O artigo que não se encontra assinado, mas que passa ao longo das suas linhas a ideia de que o que viria a tratar era uma ideia defendida pela generalidade dos colaboradores intitula-se de “Uma Escola Técnica em Ermesinde”. Os primeiros parágrafos do artigo dão-nos informação sobre como a vila de Ermesinde se vinha a desenvolver a um ritmo muito acelerado e de como isso acarretava maiores necessidades em termos do desenvolvimento do ensino para que, as gerações mais jovens pudessem ter acesso à educação de forma mais democratizada.
O crescimento populacional e o aumento de crianças a necessitar de maior número de estabelecimentos escolares viria a ser sustentado por duas tabelas onde são abordados os diferentes territórios de Valongo. As estatísticas intituladas de “Recenseamento Escolar do Concelho de Valongo” e “Crianças que fizeram o exame da 4.ª classe” dão-nos facilmente essa noção de crescimento, uma vez que são dados os números dos anos de 1950, 1955, 1960 e 1963. Olhando para os recenseamentos escolares de Valongo temos noção de que nas escolas de Ermesinde encontrávamos 841 crianças em 1950, 902 em 1955, 1.332 em 1960 e 1.408 em 1963, um ano antes de se começar a colocar a questão da criação de uma escola técnica. Havendo concluído o exame da 4.ª classe 98 crianças em 1950, 118 em 1955, 219 em 1960 e 329 em 1963. Estas tabelas demonstram ainda como Ermesinde era a freguesia com maior número de crianças ativas em idade escolar, seguida da capital concelhia, que contaria sempre com cerca de metade ou menos de metade das crianças ativas. Seguindo-se as restantes freguesias de Campo, Sobrado e Alfena com reduzidos números nas suas comunidades escolares e, principalmente, em termos de crianças que haviam concluído o exame da 4.ª classe. Tabelas essas que optamos por aqui reproduzir de forma a que possam mais facilmente ser comparadas.
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Este artigo que é escrito na 3.ª pessoa do plural, dá-nos conhecimento de que Ermesinde até àquele momento, só possuía a instrução primária, o que fazia com a que a maior parte dos pais não pudessem dar continuidade aos estudos dos seus filhos devido aos elevados esforços monetários que isso acarretaria. A falta de maiores níveis de instrução fazia com que os pais das crianças tivessem de pagar deslocações, almoços e ainda, acrescia a sua preocupação de deixarem, quando tinham possibilidades, as suas crianças com 10 ou 12 anos de idade entregues à sua sorte. As crianças que tinham possibilidades de continuar os seus estudos tinham de se deslocar de elétrico ou de comboio para outras cidades. Acrescentava-se a este facto a descrição de alguns infortúnios que já haviam decorrido com crianças nas linhas férreas e o facto de muitas vezes terem de aguardar várias horas até haver um meio de transporte que as pudesse trazer de volta para o lar, depois do horário escolar.
O artigo continuará a enumerar diversos fatores que levavam ao abandono escolar precoce, assim como o facto de que quando este não acontecia, levasse a que crianças de tenra idade tivessem que se deslocar durante horas em condições climatéricas adversas no Inverno, apenas para terem as suas aulas. De forma a defender a criação de uma Escola Técnica em Ermesinde foram, ainda,
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Por:
Mariana Filipa Lemos
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