Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 30-04-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 31-07-2023

    SECÇÃO: Património


    foto
    ACONTECEU N'' A VOZ DE ERMESINDE (17)

    S. João da Gandra (II)

    Na passada edição, noticiámos aquele que era o S. João da Gandra, num artigo onde demos conta de como encontrávamos tão parcas linhas n’A Voz de Ermesinde a propósito desta efeméride. Ironicamente, é no ano de 1965, ano em que as festividades não decorrem, que se regista a maior notícia a propósito do evento.

    Numa entrevista intitulada “Não se realizam este ano as tradicionais Festas ao S. João da Gandra (Atrazado)” verificamos cerca de meia página da AVE dedicada ao assunto. A entrevista foi realizada pela redação a Alberto Delgado. Alberto Delgado do Espírito Santo nasceu no Porto e foi escrivão da Junta de Freguesia de Ermesinde, correspondente do jornal “O Século” e de “A Voz de Ermesinde”, dedicou-se à poesia, foi presidente do Ermesinde Sport Clube, fez parte dos corpos gerentes de várias coletividades e, interessando-nos particularmente para este artigo, foi o principal obreiro e impulsionador do S. João da Gandra (DIAS, PEREIRA, 2001, 152-153), demonstrando-se da maior relevância o facto de ser entrevistado pela AVE em 1965.

    A notícia começa por nos dar conta de que o S. João da Gandra já acontecia de forma consecutiva, há dez anos. Em primeiro lugar, Alerto Delgado estabelece desde logo que não existiu qualquer divergência dentro da Comissão Organizadora, pelo que esse não podia ser apontado como o motivo para que não decorresse a festividade. Pelo que passou a enumerar os motivos para a não existência da festa nesse ano, em primeiro lugar, menciona a falta de fundos financeiros que, apesar das várias angariações realizadas, se revelaram insuficientes. Aqui, salientou os gastos avultados que eram feitos para a ornamentação das ruas, as aparelhagens sonoras… onde eram sempre necessários entre 15 a 20 mil escudos, lamentando que não existisse nem o mais pequeno apoio oficial, em especial, da Junta de Freguesia de Ermesinde, que não prestava o mínimo apoio a esta comissão, justificando ainda, que em caixa, do ano anterior, se registava, apenas a entrada de 1.200$00.

    Uma das perguntas que será colocada pela AVE é se, pelos factos relatados, se poderá dizer que o S. João da Gandra era uma festividade que se daria como terminada. A esta pergunta Alberto Delgado exclama desde logo “Nem pensar nisso!” (AVE1, 1965, 5) e que já estaria naquele momento a trabalhar para o evento do ano seguinte. Este artigo viria a salientar que se existisse um maior apoio monetário das instituições se tornaria mais fácil para um evento organizado por particulares, ser levado a bom porto. Entre as explicações sobre os motivos pelos quais o S. João da Gandra não deveria terminar, Alberto Delgado acabaria por nos dar uma pequena memória descritiva da festa, salientando que se poderiam encontrar as bancas de manjericos, cidreira, alho, a venda de caldo verde, pão com manteiga e café, marchas de S. João e a batalha da cidreira (que mencionámos no nosso artigo anterior). Sabemos também que viria a participar há já alguns anos o Conjunto de Maria Albertina, nas atuações musicais.

    TÍTULOS DOS ARTIGOS DA AVE EXPLORADOS NESTA EDIÇÃO
    TÍTULOS DOS ARTIGOS DA AVE EXPLORADOS NESTA EDIÇÃO
    Durante a entrevista, Alberto Delgado assume-se como o fundador do S. João da Gandra, em colaboração com dois dos seus amigos – Artur Leiria e João Borges, amigos estes que começaram por fazer pequenas fogueiras nas portas das suas casas e que sonhavam em tornar realidade as festividades que já há 10 anos que decorriam. Não esquecendo que o empreendimento que agora se encontrava contava outros nomes associados e que foram enumerados: Manuel Ribeiro, Domingos Camarão, Francisco Vieira, Manel de Sousa Ribeiro, José Valente, Fernando Correia, Rudolfo da Silva, Manuel Henrique, António Correia, António Lopes de Soares, Fernando Vieira, entre outros. Sem esquecer as senhoras e meninas da Gandra, que muitas vezes trabalhavam nas barraquinhas e/ou ajudavam nas limpezas, entre as quais, foi salientada a D. Berta Correia, uma das principais dinamizadoras.

    Sabemos também, através deste artigo que os peditórios para a festa decorriam nas feiras de Ermesinde e porta a porta nos lugares da Gandra, Sampaio, Vilar, Sonhos, Formiga e Palmilheira. Terminando a entrevista com votos de esperança para o ano seguinte e com garantias de que a festividade viria a decorrer.

    As palavras de Alberto Delgado viriam a revelar-se verdadeiras, na edição de junho de 1966 da AVE, encontramos, novamente, parcas linhas com o título “Festas Sanjoaninas” que nos dedicaremos a incluir nesta edição:

    «No aprazível lugar da Gandra, em Ermesinde, realizaram-se grandiosos festejos populares em honra de São João, constando de lindas ornamentações, divertimentos, amplificação sonora, barracas para venda de manjerico, alho, cidreira e aperitivos. Descantes populares. Estes festivais eram aguardados com o maior interesse pela população ermesindense.

    Dando provas do seu acrisolado bairrismo, mais uma vez a Gandra realizou as já tradicionais festas em honra de S. João. Um grupo de residentes deste lugar, para quem as dificuldades e canseiras não contam nem conseguem quebrar o entusiasmo, mais uma vez ofereceu à laboriosa população de Ermesinde as festas são-joaninas, tanto do seu agrado.»

    Curiosamente, esta pequena notícia acabaria por dar conta da penúltima

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

    Nota: Desde há algum tempo que o jornal "A Voz de Ermesinde" permite aos seus leitores a opção pela edição digital do jornal. Trata-se de uma opção bastante mais acessível, 6,50 euros por ano, o que dá direito a receber, pontualmente, via e-mail a edição completa (igual à edição impressa, página a página, e diferente do jornal online) em formato PDF. Se esta for a sua escolha, efetue o pagamento (de acordo com as mesmas orientações existentes na assinatura do jornal impresso) e envie para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o nome, o NIF e o seu endereço eletrónico para lhe serem enviadas ao longo do ano, por e-mail, as 12 edições do jornal em PDF.

    Mas se preferir a edição em papel receba comodamente o Jornal em sua casa pelo período de 1 ano (12 números) pela quantia de 13,00 euros.

    Em ambos os casos o NIB para a transferência é o seguinte: 0036 0090 99100069476 62

    Posteriormente deverá enviar para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o comprovativo de pagamento, o seu nome, a sua morada e o NIF.

    Por: Mariana Filipa Lemos

     

    Outras Notícias

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].