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Edição de 25-06-2024
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    Arquivo: Edição de 31-07-2023

    SECÇÃO: Local


    ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE ERMESINDE

    Nova reunião em que perguntas e respostas foram quase tiradas a papel químico de anteriores sessões

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    Lixo, falta de limpeza, ruas e passeios esburacados, em suma, os mesmos problemas de sempre que continuam por resolver no dia a dia da nossa cidade, a julgar pelas intervenções partidárias na última sessão da Assembleia de Freguesia de Ermesinde (AFE). Reunião esta que aconteceu na noite de 29 de junho passado, numa altura em que a edição do nosso jornal referente ao citado mês já tinha sido fechada, e como tal trazemos os ecos dessa sessão no presente número.

    O período antes da Ordem do Dia teve início com a tomada de posse de um novo elemento da assembleia, eleito pelo Bloco de Esquerda (BE), na sequência da renúncia do mandato por parte de Renato Sousa. Assim, em sua substituição tomou posse Daniela Ramalho. O período de intervenções dos membros da AFE foi aberto por André Barbosa, do PSD, que ali trouxe algumas questões repetidas, isto é, assuntos que já foram abordados em sessões passadas mas que continuam sem solução. Uma dessas questões prende-se com a limpeza na cidade, ou a falta dela neste caso, tendo o social-democrata dito que em qualquer rua por que passe as ervas dão-lhe acima do joelho, questionando nesse sentido o executivo do porquê deste cenário? Ainda no tema da limpeza, André Barbosa deu nota de que lhe têm feito chegar alguns alertas sobre a varredura, mais concretamente no facto de nos últimos dois meses estar a haver, aos olhos dos fregueses, uma diminuição de funcionários a varrer as ruas, querendo o social-democrata saber o porquê disto estar a acontecer.

    Nesta sua primeira intervenção, André Barbosa questionaria o executivo da Junta se já havia «fumo branco» em relação ao antigo cinema de Ermesinde.

    Mais à frente nesta reunião, o social-democrata iria apresentar a proposta de um voto de louvor ao Ermesinde Sport Clube 1936 pelo processo de certificação como entidade formadora de três estrelas por parte da Federação Portuguesa de Futebol. A proposta seria então aprovada de forma unânime, sendo que o eleito do CDS-PP, Rui Fernandes Almeida, solicitou à mesa da assembleia a sua não participação nesta votação, tendo em conta que ele é presidente da direção do clube.

    VOTO DE LOUVOR AOS BOMBEIROS? SIM!

    VOTO DE LOUVOR À JUNTA? NEM POR ISSO!

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    O uso da palavra passaria posteriormente para a bancada do PS, tendo o eleito André Teixeira proposto um voto de louvor aos Bombeiros Voluntários de Ermesinde (BVE) e à Junta de Freguesia de Ermesinde, voto este que de acordo com a proposta dos socialistas seria igualmente extensivo a todos aqueles que contribuíram para a recente campanha de angariação de verbas com vista à aquisição de uma nova ambulância para os nossos bombeiros. Esta proposta de voto de louvor surge precisamente no seguimento da campanha amplamente difundida pela nossa cidade para a angariação de fundos para a compra do veículo de socorro, campanha levada a cabo pelos bombeiros, e que nas palavras do eleito socialista teve a capacidade de ao mobilizar todos provar «que abraçamos uma causa em comunidade e que em comunidade somos capazes de coisas incríveis. Os nossos bombeiros já nos habituaram a ser combatentes, valorosos, por isso e não só por isto merecem todas as manifestações de apreço e gratidão que lhes possamos endereçar», disse André Teixeira, que prosseguiu a sua argumentação dizendo que a cidade e a JFE «têm sabido estar à altura deste desiderato. Desde 2018 que a governação socialista (da Junta) tem vindo a apoiar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde (AHBVE) todos os anos e em diversas ocasiões, no valor que ascende já a 40.924,95 euros, longe ainda do que os nossos bombeiros merecem e necessitam, mas que representa bem o esforço que a autarquia ermesindense tem feito a esta nobre e centenária associação», deu nota o socialista que de seguida apresentou os valores (crescentes) que a JFE tem vindo ao longo destes anos a atribuir aos BVE em termos de apoios.

    Esta proposta de voto de louvor seria aprovada por maioria, com a abstenção da bancada do PSD, e merecedora de alguns reparos por parte da oposição relativamente ao teor do texto, ou seja, não pela menção aos bombeiros, pois estes na voz de todos são merecedores de todos os louvores, mas antes pelo texto fazer menção à JFE.

    O PSD justificou esta sua posição de voto porque no entender desta fora partidária a proposta tem a ver com duas entidades, os BVE e a JFE. Na voz do eleito Hugo Peixoto a primeira dessas entidades é muito bem ressalvada, pois é de «enfatizar o papel fulcral que os BVE têm na nossa cidade ao longo da sua existência e a preponderância que têm na sociedade civil e que já valeu a muita agente. Não concordamos, no entanto, com a incorporação da JFE neste voto, porque na nossa perspetiva a Junta colaborou com os bombeiros, e muito bem, mas fez um trabalho que tem de ser feito por qualquer entidade que está ao serviço da sua população e das entidades da freguesia».

    Por seu turno, Rui Fernandes Almeida também usaria da palavra para frisar que não podia deixar de votar favoravelmente um voto de louvor à AHBVE, uma associação, «a quem toda a gente reconhece o mérito e valia com que presta o seu serviço à nossa cidade. Mas não posso deixar de lamentar a colagem que o PS fez relativo a este voto de louvor tentando transformá-lo numa forma mais ao menos encapotada num voto de louvor à JFE».

    Ângela Ferraz, eleita pela CDU, começou também por dizer que é de louvar o trabalho que os BVE fazem e que todos os votos de louvor serão bem vindos em prol da associação. «Agora, quando leio este texto mais me parece um voto de louvor à JFE, porque não refere em nenhuma parte do texto elaborado o trabalho que os bombeiros têm vindo a despenhar, com números e factos. Fala só dos subsídios que foram atribuídos pela junta», argumentou a comunista.

    QUESTÕES REPETIDAS COM (ALGUMAS) RESPOSTAS SEM NOVIDADES!

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    Recuando um pouco no filme desta reunião, Hugo Peixoto lembrou aquilo que já havia sido evocado na sessão anterior da AFE, ou seja de que a Câmara de Valongo tinha feito saber publicamente que o seu excedente financeiro iria ser aplicado na requalificação das principais ruas de Ermesinde. Nesse sentido o eleito social-democrata quis saber se já havia algo de novo para comunicar sobre o assunto.

    Ângela Ferraz lembraria uma vez mais a necessidade de obras urgentes na Rua Rodrigues de Freitas, que na sua voz «continua cheia de buracos», chamando ainda à atenção do executivo de que atualmente a limpeza é efetuada nas principais ruas da cidade e... «pouco mais. Pergunto por isso: será que o resto dos fregueses que não residem no centro da cidade não têm o direito de ver os arruamentos asseados?», questionou. Nesta sua intervenção a comunista perguntou à JFE se esta poderia partilhar com a assembleia o balanço financeiro da recente Romaria de Santa Rita. Ainda sobre esta festa questionou a Junta se esta pensa em alguma alternativa no sentido de retirar as festividades, mais concretamente a parte dos divertimentos, da sua atual localização. Divertimentos esses que vêm sendo instalados junto de zona habitacional, em frente ao cemitério da Costa, e numa zona de muito trânsito e de muitos acessos, causando assim constrangimentos a quem lá vive e a quem lá circula.

    Seguiu-se a intervenção da bloquista Daniela Ramalho, alocução essa que não destoou muito das restantes forças partidárias em relação a temas, isto é, focou aquilo que na sua voz é uma preocupação comum: o facto de a limpeza ter vindo a piorar na freguesia. A eleita pelo BE deu não só o exemplo de ervas altas nos passeios como também a questão da recolha do lixo e dos espaços disponíveis para o efeito, referindo há zonas em que as infraestruturas disponíveis para a colocação do lixo não acompanham a população que reside nesses locais e o cenário consequente é que vemos sacos do lixo acumulados dias a fio.

    Após ouvir todas estas intervenções o presidente da JFE, João Morgado, usaria da palavra para em jeito de desabafo dizer que ninguém terá dúvidas de que quer a ele quer ao restante executivo custa muito ver a situação em que se encontra a cidade ao nível da limpeza. O autarca lembraria mais adiante que tanto ele como a sua equipa passam uma parte significativa do tempo a tentar junto da empresa que é responsável pela limpeza encontrar soluções para acabar com este problema. A propósito disto daria informação de que na véspera desta sessão da AFE reuniu com a referida empresa da limpeza, e que esta lhe havia prometido que a varredura mecânica iria passar a ser feira cinco dias por semana, ao invés do dia ou dois dias com que tem vindo a ser feita até aqui. A empresa assegurou ainda à JFE, e de acordo com o presidente, que a equipa da limpeza de ervas iria ser reforçada com mais três funcionários, tendo sido ainda criada uma plataforma que reporta as queixas dos fregueses relativamente à limpeza, sendo que posteriormente a empresa responsável tem 48 horas para solucionar o problema.

    Ainda em jeito de desabafo João Morgado disse que a cidade estaria muito mais satisfeita se tivesse resolvido o problema do lixo, da varredura, e das ruas e passeios. «Isso seria um passeio para quem estivesse à frente da Junta, pois não passava dois terços do seu dia a ler reclamações e a responder a quem reclama. Espero bem que isto melhore», expressou o presidente.

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    Relativamente ao acumular de lixo em vários locais da cidade, o presidente da Junta voltou a dizer o que já havia dito na sessão anterior. Isto é, que quem vive em zonas onde existe a recolha seletiva de resíduos tem de perceber em definitivo que não pode colocar os sacos de lixo na rua. «E quando me dizem que não há outra solução eu digo que há. E outra solução teria sido logo no principio (deste processo da recolha seletiva) existir uma campanha de informação suficientemente capaz de consciencializar as pessoas de que até 2030 todos nós vamos deixar de pôr os sacos do lixo na rua. Não sei como é que o país vai chegar a esta obrigatoriedade em sete anos, porque sete anos é já ali. Sei também que há muitos prédios que não têm casa do lixo, e a Câmara tem de ter consciência da dificuldade que essas pessoas vão ter para colocar o seu lixo. Acho que se tem que fazer como noutros concelhos e se calhar criar armários de rua com casas do lixo. Isto é um processo em que todos nos vamos ter de empenhar, pois temos de perceber que só temos este planeta e todos queremos cá continuar. Portanto, se não fizermos mais do que temos feito até hoje o problema do lixo e da varredura vai ser muito complicado de resolver, porque Ermesinde não cresce em área e cresce todos os anos em população», opinou o autarca.

    Novidades parecem haver em torno do antigo cinema de Ermesinde. Segundo o presidente da Junta na última reunião do Conselho Local de Ação Social foi apresentada uma maqueta do que será o futuro do cinema. Segundo informou, já há um projeto, a obra já foi adjudicada, sendo que se aguarda ainda pelo visto do Tribunal de Contas para que a obra inicie. E o que ali vai nascer? O Centro de Artes do Município, e que de acordo com a explicação de João Morgado vai ser fundamentalmente um centro de formação para quem quiser praticar uma série de artes, mais concretamente artes performativas. «Será um espaço essencialmente dedicado às pessoas que pretendemos ver incluídas (na sociedade), não aquelas que têm dinheiro para ir para as academias, mas para aquelas que não têm recursos financeiros e que gostavam, por exemplo, de tocar viola, de cantar, ou dançar», explicou.

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    Na resposta à CDU, o presidente da Junta começaria por dizer que espera que em 2024 a Rua Rodrigues de Freitas seja toda intervencionada. Pegando nesta nota, voltaria a frisar, tal como havia feito na reunião passada, que a Câmara de Valongo lhe havia feito saber que além da Rodrigues de Freitas, também a Rua José Joaquim Ribeiro Teles e a Rua D. António Castro Meireles seriam alvo de intervenções no próximo ano. João Morgado deu novamente conta de que a Câmara havia solicitado à Junta que além destas ruas referidas indicasse mais meia dúzia de artérias que pudessem caber num projeto para requalificar mais duas ou três ruas. Porém, e para que ninguém questione o porquê de “ser esta e não aquela” a rua a requalificar, o presidente da Junta preferiu não mencionar «em voz alta» as ruas que indicou à Câmara.

    As questões colocadas em torno da Romaria de Santa Rita foram respondidas pelo tesoureiro da Junta, Miguel de Oliveira, que começaria a sua intervenção opinando que tem alguma dificuldade em perspetivar a festa longe do Santuário da Mão Poderosa. «Acho que só faz sentido que a festa decorra nas imediações da igreja. Nesse sentido eu vejo com muita dificuldade que se encontre um outro terreno que possa albergar a parte dos divertimentos. Partindo do pressuposto que a estrada nacional é uma “linha vermelha” e que nenhum de nós estará disposto a convidar as pessoas a atravessar uma estrada tão movimentada, eu não consigo encontrar no lado de cá nenhum terreno que esteja de facto disponível para albergar os divertimentos. É difícil, pois os quase 7 Kms. quadrados de Ermesinde são densamente povoados, e não temos um terreno que tenha sido acautelado em PDM para albergar estes grandes acontecimentos de massas. No entanto, reconhecemos que estes grandes eventos causam transtornos às pessoas, mas causam transtornos em todas as cidades e em todos os países do Mundo onde há grandes acontecimentos públicos. Este ano tentámos minimizar o impacto negativo que a festa causa aos moradores, e hoje (no dia desta reunião) tivemos um briefing onde fizemos um balanço final com todas as forças que estiveram presentes, em que tivemos conhecimento de que o número de reclamações em face do ano passado desceu drasticamente», deu nota o tesoureiro. No que diz respeito ao balanço financeiro da romaria, Miguel de Oliveira disse que as contas ainda não estavam fechadas, e como tal não poderia avançar com números, mas que a execução deste ano da Festa de Santa Rita foi a melhor. Ou seja, o investimento que a Junta fez na atividade, na promoção e divulgação da Santa Rita, foi o menor, isto é, a receita aumentou e a despesa conseguiu ficar controlada, e isto desde que existem concertos musicais na romaria.

     

     

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