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    Arquivo: Edição de 31-07-2023

    SECÇÃO: Destaque


    INÍCIO DAS COMEMORAÇÕES NO PORTO

    Centenário da Confederação das Coletividades

    ADELINO SOARES DANDO INÍCIO À SESSÃO
    ADELINO SOARES DANDO INÍCIO À SESSÃO
    No primeiro dia deste mês, houve uma sessão comemorativa do Centenário da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD), no Salão Nobre do Clube Fenianos Portuenses, com a presença do presidente da Direção, João de Matos Bernardino. Numa sessão conduzida pelo vice-presidente Adelino Soares, intervieram José Maria da Silva, Manuel Moreira, Fernando Paulo e, naturalmente, o presidente da CPCCRD.

    Competiu a Adelino Soares, nosso colaborador da rubrica “Vamos Falar de Associativismo”, como pivot da sessão, dar as boas vindas aos presentes e explicar a razão de ser daquela sessão que acontece no âmbito da celebração da comemoração do Centenário da Confederação das Coletividades, que já começou com a realização do Dia Nacional das Coletividades em Évora, a 27 de maio e com a apresentação do Programa comemorativo do Centenário da CPCCRD realizado a 31 de maio em Lisboa. Mas agora foi a vez de ser no Porto, porque esta cidade simboliza muito para a Confederação. Teve palavras de reconhecimento para com o vereador do Porto, ali presente, Fernando Paulo – com os pelouros da Educação e da Coesão Social – pelo empenho que tem tido no trabalho desenvolvido no meio associativo. Um dos ausentes é Barbosa da Costa, disse Adelino Soares, porque não lhe foi enviado o convite, pelo que assume a responsabilidade, pedindo desculpa, mas pensava que o mesmo tinha sido convidado por outra via, o que de facto não aconteceu. Recordou um congresso histórico em Gondomar que, durante três dias, juntou mil congressistas. Outro Congresso muito participado foi também o de Loures. Ainda nesta intervenção inicial o vice-presidente da Confederação leu uma mensagem de Marco António Costa, em que este dá os parabéns à Confederação, e justifica a sua ausência por se encontrar no estrangeiro, mas afirma que a Confederação das Coletividades é uma instituição que estima e reconhece.

    A primeira intervenção de fundo, digamos assim, coube ao dirigente José Maria da Silva que falou, com muito sentimento e emoção, da CPCCRD, que na sua ótica foi fundada com o objetivo de criar uma estrutura para todas as coletividades, uma espécie de casa-comum das associações. Lembrou muitos que «cá não estão mas que também colaboraram para que a Confederação seja uma realidade», recordou os passos da transformação da Federação em Confederação e falou da sua aposta no plano nacional de formação. Recordou que a Confederação ajudou muitas coletividades a atualizar os seus Estatutos, muitos dos quais nem sequer estavam aprovados em Assembleia Geral. Falou do Congresso de Almada, que se realizou nos dias 30 e 31 de outubro de 1993, em que mais de metade dos congressistas eram do distrito do Porto, com representantes dos 17 concelhos. Referiu também os congressos de Gondomar e do Congresso de Loures, em 8 de abril de 2001, quando foi aprovada a transformação da Federação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Educação, Recreio e Desporto (FPCCERD) em Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD). Aludiu, ainda, à Câmara Municipal de Gondomar, fazendo elogiosas referências a Fernando Duarte. Do concelho de Valongo, destacou Joaquim de Oliveira, atual presidente da Associação das Coletividades de Valongo.

    INTERVENÇÃO DE JOSÉ MARIA DA SILVA
    INTERVENÇÃO DE JOSÉ MARIA DA SILVA
    Apesar de ter uma agenda um pouco apertada e de ter de sair mais cedo, Manuel Moreira bem conhecido no Porto, onde foi Governador Civil (mas foi também deputado em várias legislaturas, presidente da Câmara de Marco de Canaveses), também se empenhou com a Confederação e, por isso, fez questão de estar presente e de intervir.

    Saudou o vereador do Porto presente, Fernando Paulo, os vários membros da mesa, entre os quais um histórico presidente da Assembleia Geral da Academia das Federações. Considerou os Fenianos uma boa escolha, e considerou que o poder local e o poder associativo, estão interligados e as pessoas que hoje aqui vieram são os dirigentes e são o embrião das comemorações.

    Referindo-se à efeméride que se celebra, disse que um século é só um tempo, embora longo, mas o associativismo deve continuar no futuro, porque ele é necessário para o desenvolvimento das comunidades, seja a nível local, regional ou nacional.

    MANUEL MOREIRA NO USO DA PALAVRA
    MANUEL MOREIRA NO USO DA PALAVRA
    Já a concluir afirmou «somos insubstituíveis e juntamos todos os grupos sociais e gente de todos os estratos sociais» e fez um apelo aos jovens para que adiram ao associativismo e construam as coletividades do século XXI.

    Fernando Paulo respondeu à saudação do orador anterior elogiando a sua capacidade de trabalho, que conheceu bem quando ele era governador civil e Fernando Paulo Vereador da Câmara de Gondomar. Este por vezes não conseguia disponibilidade para estar em alguns eventos de coletividades, mas o governador civil conseguia estar sempre presente.

    Mas reportando-se à razão de ali estar disse «somos a família do associativismo, conheço muitos dos que aqui estão e é um gosto estar aqui no início das comemorações do centenário». Referiu que no passado nem sempre foi fácil o associativismo, hoje é um pouco mais fácil. O associativismo é verdadeiramente poder local, em vários áreas: social, cultural, desportiva, aprendi muito com o associativismo. Com um passado glorioso e um presente dinâmico no associativismo, é importante agora trabalhar para ajudar a construir um futuro que seja próspero (é importante olhar hoje para o fenómeno demográfico), lutando contra a pobreza, a desigualdade e a exclusão social, discriminação e a questão de género, não esquecendo a questão da inteligência artificial e outros desafios que se colocam, pois o movimento associativista também gosta de receber estímulos.

    A ÚLTIMA INTERVENÇÃO FOI DO PRESIDENTE DA CPCCRD, JOÃO BERNARDINO
    A ÚLTIMA INTERVENÇÃO FOI DO PRESIDENTE DA CPCCRD, JOÃO BERNARDINO
    O presidente da Confederação, João Bernardino, encerrou as intervenções, começando por agradecer a presença de todos, justificando a razão de ser do começo das comemorações no Porto, e nomeou alguns dirigentes presentes, dizendo que «somos uma família com cem anos». Referindo-se à primeira intervenção (de José Maria) declarou «não podíamos começar de melhor forma, com a síntese que ele fez sobre os 100 anos da Confederação; somos trabalho coletivo, mas os indivíduos também contam». A atividade associativa representa, muitas vezes, tempo tirado à família, que é dado ao coletivo. Em muitos casos, o associativismo substitui o próprio Estado, assumindo competências que são deste. Falou da necessidade de criar Estatutos do dirigente associativo. Fala-se, há dez anos da Lei de Bases da Economia Social, mas não foi feita a regulamentação no aspeto fiscal. E o movimento associativo sofreu tanto com a pandemia, combustível mais caro, inflação do custo de vida, quotas que alguns associados não conseguem pagar. Interrogou-se o movimento associativo não estaria em crise (?) E respondeu, prontamente, «Não é o movimento associativo que está em crise, mas a nossa sociedade portuguesa, nos aspetos social, económico e financeiro.”

    O VEREADOR DO PORTO, FERNANDO PAULO, FAZ A SUA INTERVENÇÃO
    O VEREADOR DO PORTO, FERNANDO PAULO, FAZ A SUA INTERVENÇÃO
    Como que a justificar a sua resposta, declarou que a Confederação das Coletividades é uma grande família com 100 anos, representa 6 mil associações, 38 estruturas federativas, no continente e ilhas, tem relações internacionais, privilegiadas com a vizinha Espanha e com os PALOP’s, correspondendo a um universo de 33 mil associações. É, sem dúvida, uma grande família da economia social. Agora é tempo de apostar em mais formação, porque as exigências hoje são cada vez maiores, e apostar em trazer mais jovens e mais mulheres ao movimento associativo.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

     

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