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    Arquivo: Edição de 31-07-2023

    SECÇÃO: Destaque


    Mensagem do cónego João Peixoto

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    No passado dia 19 foi tornada pública a notícia de que Ermesinde terá um novo pároco: o Padre Joaquim Domingos da Cunha Areais, até agora pároco de Folgosa e de S. Pedro Fins. Para mim, que entrei ao serviço da paróquia de Ermesinde na tarde de 31 de dezembro de 2004, é um momento de grande emoção.

    Racionalmente entendo ser vantajoso instaurar uma maior rotação nas funções paroquiais; e quando fui nomeado para Ermesinde acertei com o bispo de então – D. Armindo Lopes Coelho – que seria por 10 anos. Na verdade, é tempo mais do que suficiente para partilhar com a comunidade as próprias capacidades, opções pastorais, estilo de ação, carisma ou falta dele. Depois virá outro, com qualidades, opções e estilo diferente a enriquecer a comunidade paroquial. É assim que se cresce em Igreja sem apropriações indevidas, sem acomodações rotineiras em que se perde a frescura do testemunho e a capacidade de intervenção, se deixa de fazer a diferença e cresce a indiferença.

    Por variadas razões, a minha permanência em Ermesinde prolongou-se para além do previsto. E, na verdade, a cada ano que passa torna-se mais difícil a mudança. Porque nós não somos de pedra. Crescem e enraízam-se os afetos, às pessoas e até aos sítios. E o coração sente-se apertado. Mesmo quando se continua a sorrir.

    Não sei se fui o pároco de que Ermesinde precisava, mas abracei a missão que me foi confiada com paixão. Dou graças a Deus por tantos católicos Ermesindenses, homens e mulheres, que assumindo a sua responsabilidade batismal abraçaram comigo a missão de ser Igreja nos vários setores do apostolado – evangelização e catequese, liturgia e espiritualidade, caridade e animação comunitária, administração e secretariado – e me ajudaram a ser padre. Peço perdão àqueles a quem possa ter magoado por palavras ou atitudes, por erro ou omissão, por incapacidade de motivar, explicar, fundamentar decisões. Não tenho memória de o ter feito intencionalmente, mas penitencio-me igualmente pedindo indulgência e confiando-me ao juízo misericordioso de Deus.

    Agora é a crise da mudança. Mas será uma crise boa, de crescimento.

    A tomada de posse do meu sucessor está prevista para 10 de setembro, domingo, numa Eucaristia às 16h00. E eu partirei para uma missão totalmente diversa da paroquialidade mas que pedirá igualmente a minha entrega incondicional: a de reitor da Igreja de Santo António dos Congregados, no Porto, bem pertinho da Estação de São Bento. Em 15 minutos de comboio mataremos as saudades. Por isso, não me despeço. Ermesinde continuará no meu coração e nas minhas preces. Rezai também por mim.

    Padre João da Silva Peixoto

     

     

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