MEDICINA DE A a Z (Continuação)
PANCREATITE
Inflamação do pâncreas. O pâncreas é uma glândula situada na profundidade do abdómen, fazendo parte do Sistema Digestivo. Tem duas funções principais: a secreção de enzimas digestivos que lança para o duodeno (a primeira porção do intestino, logo a seguir ao estômago) e a secreção de insulina, necessária para o metabolismo dos açúcares. A inflamação do pâncreas pode ser muito grave, pois as enzimas digestivas segregadas pelo órgão podem ser lançadas na cavidade abdominal, fora do intestino. Literalmente o pâncreas começava a digerir as próprias vísceras do doente, situação potencialmente fatal. O sintoma mais habitual é a dor abdominal. O médico, através do estudo das caraterísticas da dor, através da palpação abdominal, através de análises e, eventualmente, TAC, chega ao diagnóstico. O tratamento obriga sempre a internamento hospitalar.
PANDEMIA
A recente infeção por SARS-CoV-2, que provocou a doença conhecida por Covid-19, lançou para o vocabulário habitual a palavra “pandemia”. Uma pandemia é uma doença infeciosa que infeta muitas pessoas ao mesmo tempo numa grande região. Nos tempos atuais, com a facilidade de deslocação rápida a grandes distâncias, uma pandemia é quase sempre um fenómeno planetário, isto é, ocorre ao mesmo tempo em todo o mundo. Mas antes do advento das viagens fáceis a longas distâncias, nem se falava de pandemias, optando-se pelo termo “Epidemia”. É o caso das grandes epidemias de Peste (ver abaixo) que dizimaram grande parte da população europeia, principalmente na Idade Média. Assim reserva-se o termo ”Pandemia” para a situação em que a doença infeciosa alastra virtualmente por todo o mundo. A Covid-19 não foi a única pandemia dos tempos modernos. Pode falar-se na chamada “gripe espanhola” (1918-1919), gripe asiática (1957-1958), gripe A (2009-2010), Covid-19 (2019 - …) Todos estes exemplos se referem a doenças víricas, pois as doenças víricas são muito difíceis de tratar e transmitem-se muito mais facilmente. As doenças bacterianas potencialmente geradoras de pandemias como, por exemplo, a Peste (ver abaixo) são hoje em dia muito mais facilmente preveníveis através de cuidados de higiene, distribuição centralizada de água potável e saneamento público. Mas continuam a ser ameaças nas comunidades humanas em que estas facilidades não existem.
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PARALISIA (facial)
Os músculos da face são muito móveis e são os responsáveis pela nossa mímica facial. Podem contar-se por centenas os movimentos independentes que podemos ter com os músculos da nossa face. Tal só é possível porque todos os músculos faciais são enervados por um grande nervo chamado “nervo facial”, do qual existem dois, um em cada lado. Pode haver várias razões que levem à paralisia, total ou parcial, deste nervo. A face fica, portanto, assimétrica, sendo os sinais mais habituais a assimetria da boca (boca ao lado) e a queda duma das pálpebras, que o doente tem dificuldade em mobilizar. Assim, qualquer assimetria da face deve levar a pessoa a uma consulta médica urgente. Além de se proceder ao diagnóstico (pode tratar-se dum Acidente Vascular Cerebral, ver acima), deve iniciar-se de imediato um tratamento, no qual é obrigatória a Fisioterapia. Pode deixar sequelas permanentes.
PARAPLEGIA
É a paralisia total da metade inferior do corpo. Pode ser consequência duma lesão da medula espinal (fratura da coluna vertebral) ou diversas doenças que afetam a medula espinal. É uma situação gravemente limitante da vida que obriga a pessoa, por exemplo, a deslocar-se sobre uma cadeira de rodas.
PARENTÉRICA (Alimentação)
A via normal de alimentação duma pessoa é pela boca. É na boca que se inicia o tubo digestivo. Este é constituído pelo esófago, estômago e intestinos, delgado e grosso. Pode ocorrer a situação em que a pessoa não se pode alimentar pela boca, mas o resto do seu aparelho digestivo está funcional. Então utiliza-se a técnica chamada PEG ver acima. A estas duas vias se chama “alimentação entérica”. A via parentérica é aquela que não é entérica e normalmente refere-se à via endovenosa, ou seja, à situação em que um doente é alimentado por soros injetados numa veia. São raras as situações em que é necessário recorrer a esta via, mas quando é necessário poderá ser a única alternativa para alimentar um doente. Os soros de alimentação parentérica são muito complexos e não são os “soros” a que as pessoas se referem quando dizem ”foi ao hospital tomar soro”. Devem incluir proteínas, gorduras, açúcares, sais minerais, etc.
PARESTESIAS
São dores ou outras manifestações de certas regiões do organismo sem que seja possível identificar doença desses mesmos locais. Um exemplo clássico de parestesias são as dores provocadas pela doença do nervo ciático (dos membros inferiores). Trata-se da clássica ciática. Mas as parestesias podem ser também a sensação de formigueiro ou adormecimento. A intensidade é variável, mas podem ser muito desagradáveis. Há várias causas para as parestesias e o diagnóstico assenta em exame médico, estudo analítico e eventualmente radiologia.
PARKINSON (Doença de)
Doença neurológica que se carateriza por lentificação do doente (quase apatia), a que se juntam outros sinais. O mais conhecido é o trémulo, principalmente das mãos. É provocada por degenerescência de alguns locais do encéfalo. A doença não é curável, mas a medicação tende a atenuar alguns sinais, principalmente o trémulo.
PARÓTIDA (Glândula)
Glândula salivar (segrega saliva) localizada por baixo da mandíbula. Pode sofrer de uma doença contagiosa - Parotidite Epidémica – para a qual existe uma vacina que faz parte do esquema vacinal em Portugal. Pode sofrer-se de parotidite por outros vírus para os quais a vacina não é eficaz. O nome vulgar da parotidite é
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José Campos Garcia*
*Médico
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