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    Arquivo: Edição de 30-04-2023

    SECÇÃO: Destaque


    COMEMORAÇÕES DO 49.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL

    Intervenção de Hugo Peixoto*

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    A liberdade conquistada no dia 25 de Abril de 1974 é um momento evolutivo fundamental do nosso progresso social, económico e de afirmação enquanto sociedade. Essa conquista, depois de décadas infindáveis em que o país não teve a oportunidade de se desenvolver estruturalmente e de criar condições de prosperidade e equidade entre todos, catapultou Portugal para níveis de desenvolvimento e de liberdade exíguos. Os diferentes direitos e deveres de cada um de nós, consagrados na Constituição da República Portuguesa, foram e são atualmente um propósito de evolução democrática que o país assim exigia.

    A história terá de ser sempre relembrada às gerações mais e menos jovens, na medida, em que deveremos compreender e interpretar a cronologia do tempo com um conhecimento atento dos acontecimentos. A emancipação da sociedade democrática deverá ser sempre lembrada como um ponto de partida, para um país que concede a todos as mesmas oportunidades independentemente da sua ideologia, religião, raça e orientação sexual e tudo o que promova a diferença. Uma sociedade inclusiva e integradora é de facto uma comunidade mais forte e mais bem preparada para o futuro.

    Nunca é demais relembrar que durante o Estado Novo, o país deteve uma dura realidade para quem a vivenciou e que produziu um país retrógrado e anacrónico, que limitava as liberdades democráticas essenciais. Essas décadas de ditadura, controlados por dois instrumentos de fiscalização da população, a polícia política e a censura foram fatores que impediram o país de se desenvolver e de criar condições de prosperidade social e de massa crítica.

    Assim, compete-nos a nós, aos que viveram e fomentaram o 25 de Abril, mas também aos que beneficiaram do mesmo, que reflitam e afirmem que foi um marco histórico na luta pela Liberdade e pela Democracia em Portugal. Foi um momento de grande mobilização popular, com manifestações e comemorações em todo o país. O processo de democratização que se seguiu trouxe mudanças significativas para Portugal, incluindo a aprovação de uma nova Constituição, a criação de partidos políticos e a realização de eleições livres. Sem estas vitórias democráticas, não estaríamos aqui nesta assembleia, a reivindicar, todos livremente, o melhor para cada um de nós.

    Por conseguinte não podemos nem deveremos defraudar quem lutou pela democracia. Deveremos continuar a trabalhar, no sentido, de tornar o país mais próspero, inclusivo e integrador, de forma que possamos ter cada vez mais pessoas formadas e preparadas para os desafios que se seguem. Vivemos numa sociedade cada vez mais complexa e que exige de nós mais determinação, resiliência e empenho para que consigamos enquadrarmo-nos no pelotão da frente dos países mais desenvolvidos.

    Para isso, necessitamos também que o Estado e quem nos governa, tenha a capacidade de criar condições sociais, políticas e económicas que permitam ao país evoluir e desenhar novos contextos socioeconómicos que façam alavancar a qualidade de vida dos portugueses. É verdadeiramente importante, um comportamento mais proativo junto das populações, de quem nos governa, na criação de melhores condições sociais e económicas, que promovam um melhor bem-estar e uma decisiva melhoria da capacidade do país em ombrear com outras sociedades prósperas e desenvolvidas.

    O país necessita de todos, porque vivemos tempos, cada vez mais periclitantes, que sem o esforço de cada um de nós, será mais difícil de ultrapassá-los. O contexto político-partidário nacional é também uma extensão da sociedade e, é assim, fulcral capitalizar mais e melhor capacidade crítica, dos mais e/ou menos jovens, por forma, a revitalizar o espectro político nacional e desenvolver novos pontos de interação com a sociedade civil.

    Assim, passados 49 anos do dia 25 de Abril de 1974 é necessário da parte da sociedade civil uma reflexão crítica sobre o que já conquistámos desde então e o que queremos conquistar para o desenvolvimento social e económico do nosso país. Após um período conturbado depois da queda da ditadura, em termos sociais, políticos e económicos, o nosso caminho foi trilhado e bem, na direção certa da Comunidade Económica Europeia (CEE), atual União Europeia (UE), que nos permitiu desenvolvermo-nos nas diferentes áreas estruturais e de abrangência e nos permitiu, assim, mitigar as diferenças para os nossos congéneres europeus.

    Não deveremos menosprezar as constantes oportunidades sociais, económicas e financeiras que a Europa nos proporciona sob pena de, e face à conjuntura atual, alargarmos as assimetrias internas, entre as diferentes regiões e consequentemente alargarmos essas assimetrias para os países mais desenvolvidos. Assim, devido a novas conjunturas políticas, sociais e económicas que se vão sucedendo, as reformas estruturais para melhorar o quotidiano das pessoas são fulcrais e elementares.

    Numa perspetiva holística da sociedade teremos de ter sempre como objetivo, as pessoas, porque somos nós que lutamos e projetamos a sociedade e criamos condições para que o país possa evoluir e ser cada vez melhor. Apesar de estarmos no pelotão dos países desenvolvidos a nível global, temos de pensar e prospetivar, no presente e no futuro Portugal, para conseguir manter o seu índice de desenvolvimento humano, para que a nossa qualidade de vida não decresça.

    Hoje é um dia de reflexão sobre a importância da Democracia e dos Direitos Civis, bem como um dia de celebração da coragem e determinação dos portugueses que lutaram pela Liberdade e pela Democracia.

    A determinação daqueles que almejaram o 25 de Abril deverá ser sempre um ponto de partida para um país melhor.

    *Eleito pelo Partido Social Democrata

     

     

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