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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 31-01-2023

    SECÇÃO: Ciência


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    Pela defesa do Montado

    Neste primeiro mês do ano trazemos a este espaço de ciência uma das paisagens mais tradicionais do sul do país, mais particularmente das regiões do Ribatejo e do Alentejo.

    O Montado é uma paisagem rural característica do sul de Portugal, composta por florestas de sobreiros e azinheiras, intercaladas com campos de cultivo e pastagens. O montado é uma forma tradicional de uso do solo que tem sido praticada há séculos na região, e é considerado um importante património cultural e ambiental de uma riqueza ímpar. Estes territórios são geralmente geridos de forma tradicional, com o uso de técnicas de agricultura e pecuária que preservam a biodiversidade local e ajudam a manter a paisagem rural. A gestão dos montados também envolve a colheita de madeira, cortiça e da caça, que são fontes económicas importantes para as comunidades locais. Para além dos benefícios económicos, os montados têm uma importância ecológica e ambiental significativa, pois desempenham um papel crucial na regulação do clima e no ciclo hidrológico, ajudando a controlar as cheias e a erosão do solo.

    Os montados são, ainda, importantes habitats para uma variedade de espécies animais e vegetais, incluindo várias espécies em vias de extinção. Dentre os animais que habitam estas regiões encontramos os javalis, coelhos, raposas, aves como o gavião-real, a águia-real, o falcão-peregrino, e aves de caça como a perdiz, pica-pau-vermelho, entre outros. Já a flora da região é caracterizada pelos sobreiros, sendo a espécie vegetal mais comum nos montados e a fonte da cortiça, a azinheira, o carvalho-alvarinho, o carvalho-americano e, ainda, alguns pinheiros bravos.

    A cortiça é o grande ex-libris da região, sendo uma matéria-prima importante produzida a partir da casca dos sobreiros, tendo uma relevância muito importante nos montados de Portugal. A extração da cortiça é uma atividade económica tradicional das famílias destas regiões do montado, onde a maioria das plantações de sobreiro está localizada. Assim sendo, esta produção de cortiça é um componente importante da gestão dos montados, fornecendo um importante rendimento e emprego para as comunidades locais.

    A produção de cortiça é um processo que requer cuidados e trabalhoso, envolvendo a extração da casca do sobreiro de forma seletiva, geralmente a cada 9 anos, para garantir a sua regeneração sem que o exemplar arbóreo saia prejudicado do processo. Esta casca extraída é depois limpa, tratada e curada antes de ser transformada nos produtos finais. A cortiça portuguesa é considerada por todos como uma das melhores do mundo e o nosso país tem recebido os mais altos prémios no que toca a esta exportação tão importante para Portugal.

    De destacar que a produção de cortiça também contribui para a conservação dos montados, pois a colheita seletiva deste elemento incentiva o crescimento saudável do sobreiro e a manutenção da paisagem rural tradicional. Além disso, as plantações de sobreiro contribuem para a conservação da biodiversidade, pois fornecem habitats para uma variedade de espécies animais e vegetais.

    Devido à sua importância ecológica, os montados estão sujeitos a uma série de medidas de proteção e conservação, incluindo a criação de áreas protegidas e programas de gestão sustentável.

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    “Portugal e Espanha juntos na defesa do Montado e Dehesas (homólogo do Montado em Espanha)

    A Universidade de Évora integra, através do MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento o Projeto LIFE Scrubsnet “Regeneration and improvement of dehesas through the appropriate management of scrubland/shrub areas” que pretende explorar o potencial da gestão dos matos como forma de regenerar e melhorar o Montado e Dehesas (homólogo do Montado em Espanha).

    Nesse sentido e como o solo é a base de todo o sistema, os investigadores do MED que integram a equipa do projeto pela Universidade de Évora, única entidade portuguesa envolvida neste projeto, deram início aos trabalhos através de um olhar atento às condições do solo.

    O trabalho começou com a recolha de amostras de solo nas duas propriedades integradas no projeto e que serão alvo de intervenção: Terra das Freiras e Grupo de São Mateus, ambas localizadas no Sítio de Importância Comunitária (SIC) de Monfurado, da Rede Natura 2000, em Montemor-o-Novo.

    “A maioria dos solos no Alentejo é ácida e apresenta uma alta toxicidade por manganês, resultando num solo pouco propício para o crescimento de diversas plantas. Assim, uma das soluções em análise é a aplicação de calcário dolomítico, considerada como a técnica mais eficiente para correção de acidez nos solos.

    Comprovada a elevada acidez dos solos recolhidos, através de análises laboratoriais (componentes física e química), fez-se a aplicação do calcário dolomítico no solo das duas herdades” explicam os investigadores da academia alentejana. Espera-se que na próxima primavera já se consigam observar os primeiros resultados desta ação.

    Na página oficial do projeto, sublinha-se a importância destas áreas referindo que “grande parte da biodiversidade da Europa está intimamente ligada a práticas agrícolas tradicionais e extensivas”. Aqui, frisa-se que “os ecossistemas agrícolas representam 38% da área total da rede Natura 2000, a maior parte da qual foi moldada por sistemas agrícolas extensivos.

    Um bom exemplo deste tipo de habitat são

    (...)

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    Universidade de Évora

    Associação Portuguesa de Imprensa”

    Por: Luís Dias

     

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