Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 31-10-2022

    SECÇÃO: Cultura


    Grande Fim-de-Semana de Teatro da AACE

    A nossa cidade foi palco nos passados dias 21, 22 e 23 de outubro do Grande Fim-de-Semana de Teatro, evento organizado pela Associação Académica e Cultural de Ermesinde (AACE). O certame teve lugar no Fórum Cultural de Ermesinde e contou com a presença de três grupos convidados, nomeadamente, os Plebeus Avintenses, o Grupo Cénico da Paróquia de Oliveira de Douro, e o Grupo Cénico Povoense. Mais do que três boas e divertidas peças teatrais, este Grande Fim-de-Semana de Teatro da AACE evidenciou na nossa cidade, uma vez mais, a paixão, entrega e o talento com que se faz teatro amador no nosso país.

    De seguida, apresentamos um breve resumo destes três grandes dias/noites de teatro. Venham mais fins-de-semana como este!

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    Noite de (en)canto na companhia da diva Amália Rodrigues

    Na primeira noite do evento a Casa de Espetáculos encheu-se para ver “Retalhos de uma Diva”, levado à cena pelos Plebeus Avintenses. Em palco estiveram 11 atores e dois músicos, que deram vida a um espetáculo encenado por Luís Trigo.

    Somos levados a sentarmo-nos num sofá da sala de estar da casa da fadista Amália Rodrigues, em mais uma típica das suas noites, onde recebe os seus amigos artistas.

    Foi uma noite que durou até ao nascer o sol, onde apareceram inúmeros nomes incontornáveis da cultura portuguesa, entre eles: Vinícius de Moraes, Alain, Ary, Celeste, David, Maluda e Natália.

    Houve tempo para reflexões da sociedade em pleno Estado Novo e puderam-se relembrar célebres temas eternizados por Amália Rodrigues. Ouviu-se “A Gaivota”, “Estranha Forma de Vida”, “Foi Deus”, “Saudades do Brasil em Portugal”, “Fado Xuxu”, “Fado Peniche”, “Fado Português”, “Maria Lisboa”, entre outros.

    Durante o tempo de espetáculo Amália Rodrigues viveu não apenas em cada um dos atores que subiram ao palco, mas de igual forma em cada um dos espetadores que acompanharam toda a história e músicas com muita animação.

    À saída, as palavras foram de agrado para com este trabalho dos Plebeus Avintenses. ANDRÉ BARROS

    Foto ANDRÉ BARROS
    Foto ANDRÉ BARROS

    A ideia peculiar que acabou em milagre

    Uma barrigada de riso foi aquilo que o Grupo Cénico da Paróquia de Oliveira de Douro nos presenteou na segunda noite do evento cultural. Em cena esteve “A Igreja Bem Assombrada”, uma divertida peça que gira em torno de um falso milagre que coloca uma pequena igreja em alvoroço. A história passa-se numa paróquia em apuros, com poucos fieis e mais do que isso com poucos recursos financeiros para fazer algumas obras de manutenção. Preocupado com a situação o padre José convoca a pequena e envelhecida comunidade para uma reunião de emergência no sentido de encontrar soluções para o problema. As ideias surgem em catadupa através da pequena comunidade de beato(a)s, como por exemplo vender os ovos da galinha Maricota, de tamanho XXL, a ideia mais estapafúrdia que dali saiu. Mas, a ideia mais peculiar partiu de alguém pouco dado à vida religiosa, que depois de todos saírem da reunião partilhou a sua proposta com o acólito Tonico. «E se fizéssemos a imagem do Santo Arcádio falar? Isto iria trazer aqui peregrinos de todo o Mundo pensando que se tratava de um milagre!», assim pensou o espertalhão sacristão Edgar. Colocada em prática a ideia pegou de estaca, com o pequeno e inocente grupo de beatos a gritar a plenos pulmões a palavra “milagre” vezes sem conta, assim que a imagem do santo começou a “falar”, saindo disparados para a contar ao Mundo. A hilariante comédia teatral continuou com a pequena comunidade a ser posteriormente invadida por fieis vindos de todas as partes do planeta, que transformaram a humilde igreja numa espécie de santuário à escala de Fátima. Aproveitando a popularidade do seu santo, os locais até xaropes milagrosos vendiam na ânsia de tirar lucro do “milagre”. E até A Voz de Ermesinde se vendeu! Tudo se vendia nesta febre peregrina, até que o “milagre” foi descoberto. E isto quando o próximo passo era pôr a Santa Rita a falar! MB

    Foto ANDRÉ BARROS
    Foto ANDRÉ BARROS
    Uma sopa de esquemas para fugir à crise financeira

    O Grande Fim de Semana de Teatro foi fechado com “chave de ouro” pelo Grupo Cénico Povoense, que trouxe ao palco do nosso Fórum Cultural a sua mais recente produção: “A Sopa Juliana”. Um espetáculo encenado por Manuel Cardoso, que retrata a hipocrisia e a mentira de uma família que vive uma vida de aparências, e que os obriga a entrar numa encruzilhada de situações para manterem o(s) seu(s) esquema(s) até ao fim. Apesar de ter um título sugestivo à gastronomia, a ação desta narrativa centra-se nos Caxias, uma família pelintra e endividada que cria um esquema de mentiras para poder casar as suas filhas com alguém monetariamente influente. Só o que não esperavam é que os pais do rapaz se encontrassem também na mesma situação à procura de uma solução instantânea para acabar com os problemas de liquidez financeira.

    Refira-se ainda que esta obra foi escrita durante o século XX por Ascensão Barbosa e Abreu e Sousa, e levada a palco pela primeira vez em fevereiro de 1938, no Teatro Avenida, em Lisboa. DIOGO MOREIRA

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].