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CORREIO DO LEITOR
Vossa Excelência D. Figueira é favor não estorvar (milagre de S. Lourenço)
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Adoro imenso os vossos deliciosos frutos, mas saiba Vossa Excelência que não por vossa culpa vos deixam crescer a ramagem obstruindo o passeio público. E durante bastante tempo, obrigando os transeuntes a terem de desviar-se para a faixa de rodagem, colocando em risco a própria vida. Até um simples e fracote canídeo ali não podia circular de rabito ao alto, sem molestar os vossos amáveis ramos. Porque os irresponsáveis - quem? o vosso dono? a Junta de Freguesia? - vos deixaram expandir de tal modo. Conforme se pode comprovar pela foto 1, captada no início do mês de agosto, todos os anos Vossa Excelência nos tem oferecido os deliciosos frutos mesmo por cima do dito passeio, mas nunca Vossa Excelência desceu tão baixo como este ano, nem colocava os utentes do passeio em risco. Modernamente, são os serviços públicos que têm a responsabilidade das limpezas e reparar os inconvenientes e abusos dos proprietários, confinados com arruamentos públicos, certo? Para tal pagamos tantas taxas e taxinhas. Nos tempos de má memória eram os proprietários, ou rendeiros, obrigados à limpeza e canalização das águas dos caminhos públicos, pelo menos rurais, a que eu assisti e realizei nos terrenos de meu pai e do senhorio dele. Aqui fica esta pequena história da minha juventude. Era por esta altura do ano que se procedia a estes trabalhos obrigatórios, por lei, fazer limpezas de caminhos e desvios de caudais de água para que no inverno não houvesse inconvenientes e transtornos. Porém, meu pai uma vez facilitou as tarefas e como a GNR era a responsável pelo cumprimento da lei, pois nesse tempo fazia as rondas e vigilância a pé e de longas caminhadas rurais, ao sol ardente, ou chuva densa, bateram com o nariz no incumprimento de meu pai e zás, sem contemplações cumpriram o seu dever e aí vai multa, que nem era avultada (isto é, a moderna coima). Meu pai ficou furioso, e jurava que ia dar uma bela coça, ou talvez mais, aos GNR que o obrigaram a pagar uns cobres, cumprindo o seu dever e a lei. Claro que a coça ficou aquém da promessa. Faço votos, para que no novo reino onde se encontram já tenham feito as pazes. Bem, mas eu não perdoo à bondosa figueira (localizada próximo da Rotunda do MaiaShopping) o ter-me arranhado a careca, por eu teimar em não transitar na faixa de rodagem, incomodando os automobilistas.
Alvíssaras: Já próximo das festividades de S. Lourenço voltei a passar lá e como documenta a foto 2 já a querida figueirinha gostosa tinha mudado de visual, por ter sido corretamente podada e deixado de incomodar os transeuntes. Obrigado pela retificação e cuidados. PS: Protegeram-me a careca mas não posso saborear os deliciosos figos pingo, de mel e de borla. Mas já posso circular em paz.
João Dias Carrilho
C C 45 45 02
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