SECÇÃO: Saúde

MEDICINA DE A a Z (Continuação)

E LETROCARDIOGRAMA

O coração funciona em resposta a um estímulo elétrico gerado no próprio coração. De segundo a segundo uma determinada parte do coração gera um impulso elétrico (pequeno choque) que se propaga por todo o coração e faz com que ele contraia. O eletrocardiograma capta esse sinal elétrico através de detetores (elétrodos) colocados em vários pontos do corpo do paciente. O aparelho (eletrocardiógrafo) desenha então um gráfico em papel milimétrico, cujas caraterísticas permitem ao médico perceber se está tudo bem ou, se pelo contrário, o coração sofre de alguma doença. A eletrocardiografia é uma competência médica muito complexa.

ENDOSCOPIA DIGESTIVA

O aparelho digestivo é um tubo oco, muito comprido, que começa na boca e termina no ânus. A tecnologia das fibras óticas permitiu construir aparelhos flexíveis que podem ser introduzidos no aparelho digestivo do paciente, tanto pela boca como pelo ânus e, desta forma estudar o interior do aparelho digestivo. Podem, assim, ser diagnosticadas várias doenças, como úlceras do estômago ou cancro do intestino. É um exame a que todas as pessoas se devem submeter por rotina a partir de determinada idade. Se não houver problemas detetados, este exame deve ser repetido de 5 em 5 anos.

ENFISEMA

Doença que afeta sobretudo os pulmões. Os pulmões são os órgãos que nos permitem respirar. O organismo necessita de oxigénio para viver. Só os peixes e outros animais marinhos podem utilizar o oxigénio contido na água. Todos os outros, incluindo o Ser Humano, dependem do oxigénio existente na atmosfera. O processo de transferência do oxigénio do ar para o sangue é complexo e ocorre nos pulmões. Os pulmões são como uma esponja: cheios de cavidades muito pequenas (os alvéolos pulmonares) e é na parede destes alvéolos que se dá a troca gasosa entre os pulmões e o sangue. Em certas doenças (bronquite, asma e outras), as paredes destes alvéolos inflamam e podem rebentar. Formam-se então cavidades maiores do que os alvéolos pulmonares, que são muito menos eficientes nas trocas gasosas. Isto é o enfisema. As pessoas sentem falta de ar e não conseguem fazer esforços porque lhes falta o ar. A doença não tem cura. O que se pode fazer, para começar, é evitar situações que levam ao enfisema: não fumar e tratar a asma se a tiver.

ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

O coração é um músculo (miocárdio) que precisa de oxigénio para viver. Sem oxigénio, o músculo cardíaco pára e a pessoa morre. Para obter o oxigénio, o próprio coração tem artérias que conduzem o sangue para a espessura da sua parede. Se por qualquer motivo uma destas artérias entope, uma parte do coração deixa de receber oxigénio em quantidade suficiente e esta parte pode morrer. Trata-se do Enfarte Agudo do Miocárdio. O exame de eleição para estudar um Enfarte do Miocárdio é o Eletrocardiograma (ver acima). Os sintomas clássicos são a dor no peito que irradia para o braço esquerdo. Perante uma pessoa com estes sintomas deve ser chamado imediatamente o 112 e dizer que se desconfia dum Enfarte Agudo do Miocárdio. Com esta informação, normalmente é deslocada para o local uma equipa clínica constituída por um médico e um enfermeiro com aparelhagem e medicamentos adequados para iniciar DE IMEDIATO o tratamento da pessoa (VMER – Viatura Médica de Emergência e Reanimação, ver abaixo).

ENXAQUECA

É um tipo especial de cefaleia (dor de cabeça). Não é conhecida com exatidão a razão desta dor, mas normalmente tem tratamento eficaz. Os sintomas clássicos (que nem sempre aparecem todos) são a dor em metade da cabeça, enjoo que pode chegar ao vómito e dificuldade em estar à luz, preferindo o silêncio e a escuridão. Quanto mais depressa se tratar esta dor, melhor. Compara-se muitas vezes a enxaqueca a um incêndio na floresta: no princípio basta um copo de água para o apagar. Depois já são necessários bombeiros com equipamento especial.

EPILEPSIA

Doença caraterizada por períodos de excessiva atividade elétrica cerebral que conduz a convulsões (ver acima) e perda da consciência. Na maior parte dos casos não é possível identificar uma causa. A convulsão, por si só, não é perigosa, mas se ocorrer, por exemplo, durante a condução duma viatura, esta pode entrar em despiste e causar um acidente rodoviário.

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José Campos Gracia*

*Médico