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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 30-11-2021

    SECÇÃO: Painel partidário


    Os factos são teimosos!

    Quando, há 6 anos atrás, o PCP se dispôs a apoiar a formação de um governo PS, teve como objetivo interromper a brutal ofensiva reacionária do governo PSD-CDS contra as classes trabalhadoras e populares e se possível, inverter os aspetos mais graves de tal ofensiva.

    Sabiam muito bem os dirigentes do PCP o que arriscavam como Partido e era muito. No entanto, pensaram antes de tudo no Povo, como era seu dever. E não hesitaram.

    Ano após ano, em duras e complexas negociações, o PCP conseguiu que o PS aceitasse pôr em prática algumas medidas, que muito vieram favorecer os trabalhadores e o povo. Medidas que, apesar de sempre reduzidas no seu alcance, por opção do PS, acabaram por ter também impactos positivos na economia do país.

    Algumas destas medidas nem obrigaram a despesas do Orçamento do Estado, como foi, por exemplo, a reposição dos 4 feriados anuais, que a coligação PSD-CDS tinha abolido. Outras tiveram impacto no OE, significaram algum investimento. Foi o caso da redução do preço dos passes, de (pequenos) aumentos das reformas mais baixas, dos manuais escolares gratuitos, de algum alívio dos impostos sobre o trabalho, de (insuficientes) reforços do orçamento do SNS. No entanto, estas medidas representaram uma fatia do OE muitíssimo menor que, por exemplo, os milhares de milhões metidos no poço sem fundo dos bancos, os perdões de dívidas do patronato à Segurança Social, a permissão da fuga do grande Capital aos impostos, a transferência de cerca de metade do orçamento da saúde para os grupos privados da doença, a manutenção das PPP e outros.

    Nas recentes negociações do OE de 2022, o PS mostrou muito pouca disponibilidade para negociar, desde o aumento geral dos salários e do salário mínimo em particular, do urgente aumento de verbas para o SNS, da defesa dos serviços públicos do Estado, de abolição das normas das leis laborais mais prejudiciais a quem trabalha, do aumento de reformas e pensões, da revisão das carreiras e aumento dos salários na Administração Pública, congeladas há 13 anos, etc..

    No fundo, face às necessidades, era pouco mas razoável o que o PCP propôs no âmbito da discussão do Orçamento de Estado para 2022.

    O PS votou na AR, com toda a direita, do PSD ao Chega, todas as propostas do PCP favoráveis aos trabalhadores e às classes populares. E no fim, mostrou-se indisponível para negociar fosse o que fosse, fazendo como sempre, as suas opções de classe pelos ricos e poderosos, pelas 200 famílias que são “as donas disto tudo”, como dizia o outro. O resultado é o que sabemos.

    O PS, que trabalhou bem para este desfecho, busca agora vitimizar-se, tentando obter uma maioria absoluta, para prosseguir sem entraves a política de direita contra os interesses mais profundos do Povo e do País.

    Sabemos quanto foram positivas e bem acolhidas pelos portugueses, as melhorias que o PCP conseguiu obter ao longo dos últimos 6 anos, deixando passar os orçamentos de Estado, mesmo sabendo que as contrapartidas do PS em favor do Povo, eram sempre parcas e bastantes vezes não cumpridas.

    No entanto, continua viva a ilusão, em muitos nossos compatriotas, que poderá haver uma política mais favorável às classes trabalhadoras e populares, sem o reforço do PCP e da CDU, sem a participação e a intervenção do PCP. Tal não acontecerá. A redução da votação na CDU nas últimas eleições legislativas e até nas autárquicas, assim o demonstram. Nesta fase da vida nacional, só o reforço eleitoral do PCP poderá, provavelmente, impor ao governo que vier a sair das eleições, alguns limites à política de direita que, há décadas, vem afundando o país.

    CDU Valongo

     

     

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