EU SOU O MAR! O MAR SOU EU!
Por onde tenho andado? Por aqui, por aí. Chego e logo parto.
Fui até Linhares da Beira, mas visitei Folgosinho, dizem que por ali nas fraldas dos montes Hermínios andou Viriato. Na crista do monte de quartzo ergue-se uma torre de vigia. Do castelo nem vê-lo. Será hoje a torre recuperada a antiga torre de menagem? Um povoado cuidado de gente amável. – Vê aquele ponto além?...?? É Linhares. – Parti, encosta abaixo. Quilómetros mais além uma calçada romana serve-me de estrada até à entrada de Linhares. Castelo altaneiro, com suas muralhas erguidas com vista deslumbrante para a planície beirã. Casas incrustadas em penedos, floridas, bem tratadas, outras em recuperação. O chamamento acordou-me daquele êxtase da paisagem que admirava.
A cidade cativou-me. Urbanisticamente bem estruturada. A estrada nacional não interfere com o trânsito citadino. A parte antiga bem cuidada. Era de prever não fosse ela a terra de Gonçalo Annes Bandarra, sapateiro, trovador e profeta. Sim. A cidade é Trancoso. Por aqui andou o padre Costa que segundo reza a lenda foi pai de 299 filhos de 53 mulheres, muitas das quais familiares diretas, incluindo irmãs e a própria mãe. Julgado e condenado à morte com 62 anos de idade, teve o indulto de D. João II, com o fundamento de ter ajudado a povoar aquela região.
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Ponte romana em Idanha a Velha. Fotografia tirada no meio do leito do rio Pônsul |
Segui para Marialva com o seu formoso castelo. Pelo decreto da criação das feiras por D. Dinis em 1286 a obrigatoriedade da marcação das medidas lineares, destinadas ao comércio de tecidos, do metro, meio metro e do palmo na porta principal da muralha. Castelo Melhor, Almendra, Castelo Rodrigo, Pinhel. A cidade Falcão, com a torre de menagem com uma bela janela. Castelo Mendo, Águas Radium, empreendimento termal que correu mal, completamente abandonado. A bela Sortelha, a destruída, abandonada cidade velha de Penamacor. A bela Monsanto com o seu casario, aproveitando os penedos para as suas paredes. O seu castelo, num antigo castro pré-histórico, posteriormente romanizado. Esquecendo-me que já estou velho, caminhei pelo antigo caminho do seu acesso parando na sua porta de entrada. Ele fez-me ver que de facto já não estou para estas andanças. Castelo Novo, para além do dito e do belo casario da aldeia, não tem nada para nos oferecer. Um restaurante, fechado. Nem café, bar ou tasco. Água?? “Beba a da fonte que é fresca e boa”. Umas localidades bem tratadas e cuidadas, outras!? bem outras é como se não existissem!
Mas quero falar de uma que mais me marcou. Não pela sua magnificência, antes pela sua decadência. Fica numa planície, ladeada por poucos quilómetros de distância de estradas nacionais. Esquecida pelos engenheiros, abandonada pelos naturais. As pedras da sua muralha romana serviram para fazer casas, Igreja, ruas. Fundada pelos romanos em finais do séc. I a.C.. A sua ponte romana que ainda hoje está ativa e por lá passam camionetas carregadas de fardos de palha para o gado, com os seus pilares assentes no leito seco e estéril que outrora fervilhava de vida. As suas gentes?
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Por:
Manuel Fernandes
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