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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-06-2021

    SECÇÃO: Destaque


    Catarina Martins “apadrinhou” a apresentação dos candidatos do Bloco de Esquerda à Câmara e à Assembleia Municipal de Valongo

    Mais habitação pública/social, melhores transportes coletivos, resgatar a concessão da água, e garantir serviços públicos de qualidade em todas as freguesias, são algumas das bandeiras com que os bloquistas se apresentam às próximas eleições autárquicas no nosso concelho.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, esteve presente na apresentação pública da candidatura autárquica de Valongo, no passado dia 18 de junho. Sob o lema “Porque Todos Contam”, apresentou então Nuno Monteiro e Fernando Barbosa como cabeças de lista, respetivamente, à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal de Valongo. Mais habitação pública/social, melhores transportes coletivos, o resgate da concessão da água, e serviços públicos de qualidade em todas as freguesias são algumas das bandeiras com que os bloquistas se apresentam às próximas eleições autárquicas no nosso concelho.

    O primeiro a usar da palavra no auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde, local onde decorreu esta cerimónia, foi Fernando Barbosa, o candidato “número 1” do Bloco à Assembleia Municipal de Valongo (AMV), que começou por falar do papel de fiscalização das assembleias municipais na transparência, que ganha mais importância pelo processo de descentralização em curso, e com o financiamento que daí advém para as autarquias no âmbito da transferência de competências. «Esta transferência de competências terá de ser forçosamente acompanhada de mais e melhor financiamento aos municípios, até porque a capacidade financeira dos municípios é muito dispar no território nacional», frisou o candidato que sublinharia ainda que o papel das assembleias municipais «deve ser valorizado, reforçando assim a democracia municipal, para que as assembleias municipais possam cumprir a ação fiscalizadora dos executivos municipais». E ainda sobre o papel das assembleias municipais diria que estas «a ser um mecanismo de democracia participativa dos cidadãos é necessário evitar que fiquem reféns dos executivos municipais, como é o caso de Valongo, em que a maioria absoluta concorda com tudo o que o presidente propõe e é um entrave das propostas de todas as outras forças representadas».

    Recordou ainda que o BE na sua representação para a AMV «efetuou com responsabilidade a representação que os eleitores lhe confiaram», elencando algumas das propostas apresentadas pelo partido no atual mandato, desde propostas na habitação, passando pelo transporte público, pela mobilidade urbana, pela saúde, pelos serviços públicos, pelos apoios sociais, entre tantas outras coisas. «Entre tantas outras coisas que nós continuaremos a defender, como por exemplo que seja aplicada a tarifa social automática da água, que seja criado um transporte público que ligue todos os locais do município onde não há qualquer transporte público e que ligue esses locais a serviços essenciais, como farmácias, centros de saúde, ou espaços do cidadão. Continuaremos a lutar para dotar todas as freguesias de jardins com espaços verdes para que os cidadãos possam usufruir para lazer e/ou desporto, continuaremos a exigir a limpeza dos espaços públicos. Vamos continuar a propor e a exigir mais habitação social e pública, não só porque há muitas famílias a necessitar de habitação, mas como forma de combater a especulação imobiliária».

    NUNO MONTEIRO: «AS PRIORIDADES DESTE EXECUTIVO (SOCIALISTA) ESTÃO COMPLETAMENTE ERRADAS»

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    Algumas destas propostas seriam igualmente elencadas pelo candidato à Câmara Municipal de Valongo, Nuno Monteiro, que no seu discurso lembrou que o facto de ter nascido e crescido no nosso município lhe permitiu acompanhar de perto o caminho escolhido pelos sucessivos executivos, alternados entre PS e PSD/CDS-PP. «E após estes anos conseguimos constatar que na realidade não há diferença do caminho que escolheram. Se nos 20 anos de PSD/CDS-PP muitas foram as críticas às opções e decisões tomadas, já lá vão 8 anos do atual executivo (PS) e as diferenças não são nenhumas. E se para nós não havia dúvidas quanto aos perigos de uma maioria absoluta, neste momento será fácil para qualquer munícipe constatar que vivemos tempos de narcisismo e megalomania. A política do “showman” está à vista de todos e nem a crise pandémica veio esclarecer os menos atentos para a necessidade de um estado social forte, de um serviço nacional de saúde bem equipado e com os profissionais necessários, serviços públicos preparados para intervir, uma rede de transportes que verdadeiramente sirva a população, algo que o BE sempre defendeu».

    Perante isto, Nuno Monteiro sublinharia que «as prioridades deste executivo estão completamente erradas, continuam a insistir na política da pedra e do cimento em detrimento de uma política orientada para as pessoas». Realçaria que o programa do BE para Valongo será orientado para as pessoas «e não para obras fúteis onde se esbanja dinheiro». Apresentaria posteriormente algumas das propostas do partido, com ênfase para a habitação social, lembrando que a especulação imobiliária crescente tem levado a uma enorme diminuição da oferta para habitação familiar, e a um aumento do seu custo, «e em Valongo está-se a tornar impossível viver condignamente. Não houve nem visão nem estratégia para contrariar este fenómeno e todos nós vamos sofrer se nada for feito». Salientou a este propósito a estratégia local de habitação apresentada pelo atual executivo socialista na Câmara, dizendo que «nem o objetivo proposto pela Secretaria de Estado da Habitação de 5% é atingido. O atual executivo propõe-se a um aumento de apenas 2,9 % para 3,7%, nem 1%, ou seja, de 1170 para 1527 habitações. Propõe-se aumentar 357 habitações quando atualmente só as necessidades básicas são superiores a 850. A solução do problema da habitação em Valongo é urgente, é para ontem. O BE propõe-se a aumentar a oferta de habitação social e pública para 6%».

    Na voz do candidato, de mão dada com a falta de habitação tem andado a falta de transportes, referindo que são inúmeros os locais em todas as freguesias do concelho em que o transporte público é uma «utopia». «Mais grave ainda pelo facto de estes locais serem habitados por pessoas com menos rendimentos e com limitações de mobilidade devido à idade. O BE propõe-se a garantir o direito à mobilidade a todos os cidadãos. Para isso, propomos a criação de novas carreiras e reforços das atuais, bem como a criação um circuito municipal de transportes, que ligará os locais das várias freguesias sem qualquer transporte público aos serviços básicos como farmácias, centros de saúde, ao polo de Valongo do Hospital S. João, ou aos Espaços do Cidadão».

    Outro compromisso deixado pelo BE prende-se com a aplicação da tarifa social automática da água. Neste ponto, Nuno Monteiro lançou uma farpa ao PSD, ao dizer que enquanto «uns prometem baixar a água, eles que a privatizaram, o BE compromete-se com a aplicação da tarifa social automática. Entendemos que deve beneficiar todas as famílias que têm direito a este apoio social».

    Ainda nas palavras do candidato, a qualidade de vida dos cidadãos, assim como a proteção do clima, «passa pela limitação do uso do automóvel privado, acompanhado por uma eficiente rede de transportes públicos, bem como criar jardins e espaços públicos livres de carros onde os cidadãos possam usufruir de espaços verdes na sua plenitude».

    Mais à frente referiu que «tendo em conta a atual crise económica e social o BE defende que devem ser reforçados os mecanismos de apoio social aos munícipes, assim como também criar mecanismos que possam ajudar o comércio local e as micro e pequenas empresas». Defendeu ainda que a Câmara Municipal deve fazer uma pressão sobre a tutela para a criação de um serviço de atendimento permanente para a população ao nível da saúde, para colmatar o fecho das urgências do Hospital de Valongo.

    CATARINA MARTINS SUGERE O RESGATE DA ÁGUA EM VALONGO

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    Por sua vez, Catarina Martins começaria por referir que ali estavam a apresentar uma candidatura autárquica a Valongo «com trabalho feito e com conhecimento do terreno». Destacou a importância de ter Nuno Monteiro como candidato à Câmara, já que em seu entender este tem um profundo conhecimento do concelho, dos problemas do concelho e tem uma presença constante ao lado das populações.

    A coordenadora do Bloco falou também na crise da habitação, crise que a pandemia veio agravar, lembrando que muitas famílias deixaram de poder pagar a sua hipoteca ou a sua renda, e que muitos pequenos negócios deixaram de pagar as suas rendas porque com a pandemia a economia ficou paralisada. Neste aspeto, deu conta de que o BE conseguiu aprovar em sede parlamentar o alargamento até ao final do ano dos apoios às rendas habitacionais e comerciais, que podem segurar famílias e os pequenos negócios que ficaram pendurados com a pandemia.

    No que concerne a alguns assuntos elencados quer por Nuno Monteiro, quer por Fernando Barbosa sobre o nosso concelho, Catarina Martins referiu-se ao «preço exorbitante da água que os munícipes pagam». E nesse sentido deixaria uma sugestão para o concelho de Valongo depois de ter visto um outdoor na vinda para Ermesinde em que era feita a promessa de baixar o preço da água. «Eu tenho uma sugestão: mais do que baixar a fatura da água, pagando a uma empresa o que não merece receber, vamos resgatar a água outra vez para que seja pública, que tenha um preço justo para toda a gente e se implemente a tarifa social automática da água».

    Na parte final desta apresentação pública foram divulgados os cabeças de lista às assembleias de freguesia do concelho, sendo que o candidato a Ermesinde é Florentino Silva, ao passo que em Valongo o candidato é Paulo Morais, em Alfena é Ricardo Pinto, e em Campo/Sobrado o escolhido é Vasco Couto.

    Por: MB

     

     

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