47.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL
Mensagem do Partido Socialista
Lembrar o 25 de Abril é pensar no futuro
O 25 de Abril de 1974 trouxe-nos muita esperança.
Eu que nasci no antigo regime e assisti à mudança, posso dizer que foi uma alegria que senti, pois era uma jovem adolescente e percebi que viriam tempos novos de esperança para todos, como por exemplo, as crianças não mais estariam separadas na escola por sexo, sendo uma sala para meninas e outra sala para meninos, e os recreios separados por um muro, e isso jamais iria repetir-se, assim como a prisão dos inocentes, só porque discordavam do regime, como aconteceu com o meu avô paterno que foi preso e que lamentavelmente não assistiu à revolução dos cravos.
O salazarismo proibiu as mulheres de exercerem determinadas profissões, tanto em cargos públicos como nas empresas e serviços, e institucionalizaram o poder marital e a figura de chefe de família, no qual a mulher tinha de submeter-se, como podendo abrir-lhe a correspondência ou não podendo ausentar-se para o estrangeiro sem a sua autorização.
As mulheres estavam destinadas à procriação.
A mulher dependia do homem, ficava confinada aos espaços restritos dos filhos e dos parentes, assim como das lides domésticas.
Com a aprovação da Constituição em 1976, as mulheres viam consagradas as leis pelas quais tinham lutado ao longo de muitos anos, contribuindo com a sua ação para denunciar situações de humilhação pautadas por códigos rígidos de conduta, e sugerindo alterações às leis ainda em vigor.
É reconhecido o valor social da maternidade, assegurando o direito antes e depois do parto, ou uma licença sem perda de remuneração ou de outras vantagens.
A partilha de família do poder paterno entre marido e mulher.
A igualdade de tratamento no casamento, em que o homem ou a mulher estão ligados pelos deveres de respeito, fidelidade, coabitação e assistência.
O restabelecimento do divórcio.
A valorização do casamento baseado na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
O homem e a mulher com os mesmos direitos e deveres quanto à capacidade civil e política, assim como no que respeita à educação dos filhos.
Foi criado o Serviço Nacional de Saúde por António Arnaut que até à data sempre funcionou e como pudemos verificar, se não fosse o Serviço Nacional de Saúde que temos, não teríamos aguentado a pressão que ainda estamos a sentir desde o início da Pandemia, não esquecendo o empenho e o esforço dos profissionais de saúde, mas também do Governo que tem empenhado todos os esforços para enfrentar este combate contra um inimigo invisível, salientando o reforço de material médico e equipamentos, como na contratação de mais profissionais de saúde.
Lembro que passados 47 anos após o 25 de Abril, ainda temos algumas conquistas que ainda não conseguimos, como por exemplo, no trabalho, a desigualdade de salários entre homens e mulheres para funções iguais e a igualdade de género.
As empresas ainda discriminam as mulheres no que respeita à sua contratação, uma vez que estas, além de trabalhadoras são mães, não estão dispostos a que elas possam usar os seus direitos de assistência à família, mais em particular aos filhos.
Temos de apelar à participação ativa das mulheres na sociedade em geral, apesar de já identificarmos algumas que desempenham cargos de destaque, mais ainda são uma minoria.
Passados estes anos, verifica-se que alguns portugueses acomodaram-se no que respeita aos direitos e deveres conquistados, achando que já adquiridos não existir perigo num retrocesso e então, delegam nos outros as soluções para os problemas que vão enfrentando no dia-a-dia.
Um exemplo, é o caso das eleições em que muitos optam por não votar, achando que a sua opção já está ganha ou então porque com a sua opção não alterar nada e por isso não vale a pena participar, delegando nos outros a decisão. Enganam-se os que pensam assim.
Pois esta atitude deve ser contrariada. Este comodismo tem de ser espicaçado, uma vez que a democracia e a liberdade está a começar a ser beliscada por uma direita populista que pretende conquistar terreno e levar-nos para um caminho que não pretendemos que volte.
Estejamos atentos, vigilantes e unidos para que continuemos a viver num Portugal livre e democrático.
VIVA O 25 DE ABRIL! VIVA PORTUGAL!
Esmeralda Carvalho
Pelo Secretariado do Partido
Socialista de Ermesinde
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