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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-03-2021

    SECÇÃO: Destaque


    EDIÇÃO 1000 D’ A VOZ DE ERMESINDE

    De 100 em 100, as capas centenárias que fizeram a nossa história

    “A Voz de Ermesinde” publica hoje a sua edição n.º 1000. Iniciada a sua publicação em janeiro de 1958, então com a designação “Sopa dos Pobres”, o nosso jornal foi sendo testemunha e, muitas vezes, protagonista incontornável dos acontecimentos que desde então pontuaram a vida da nossa cidade (ou vila – como era no início da sua publicação). A tal ponto a sua implicação com a realidade das gentes da nossa terra era profunda, que chegou a ser apontado por alguém como «o melhor autarca de Ermesinde». De facto, no seu ideário, nunca deixou de estar presente o lema adiantado aquando do surgimento da “Sopa dos Pobres” n.º 1, “Servir o melhor que puder os pobres e os justos interesses desta terra”. Uma aproximação desse percurso oferecemo-la hoje aos nossos leitores, com uma apresentação breve e resumida de dez jornais muito significativos: o n.º 1 (com o título “Sopa dos Pobres”, que havia de ceder lugar, mais tarde, a “A Voz de Ermesinde”) e os jornais centenários do n.º 100 ao n.º 900.

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    “Sopa dos Pobres” n.º 1

    Janeiro 1958 (diretor: Manuel Ribeiro)

    Manchete

    – Leitores Amigos; Recordando.

    Elmano Silva tranquilizava, no texto “Apresentando-nos”, as autoridades da época: «A “Sopa dos Pobres” apresenta-se dócil à voz do Estado, abertamente lançado em realizações práticas de assistência social». O carácter confessional está igualmente aí bem definido: «A “Sopa dos Pobres” apresenta-se absolutamente integrada no pensar e no sentir da Igreja Católica, pois considera a sua obra um mandamento divino e uma obrigação humana e sabe que dar do supérfluo é de justiça e dar até mesmo do necessário é caridade heróica».

    A tónica da atividade da instituição que dava nome ao jornal era colocada não na perspetiva da solidariedade, mas na da caridade. E estava bem expressa também neste primeiro número: «... E lembra aos seus pobres que a gratidão é um dos mais nobres sentimentos da alma humana».

    O diretor, Manuel Ribeiro, apresentava, contudo, no seu texto editorial “Leitores Amigos”, uma perspetiva mais laica e cívica: «Ao iniciar os seus vacilantes passos no caminho da vida, este jornalsinho, modesto trabalho que é mais uma realização da obra Sopa dos Pobres de Ermesinde, de quem herdou o nome, a todos estende as suas mãos, a todos inocentemente sorri na doce esperança de encontrar o amparo de que carece. (...) É bem natural que se deseje saber a razão do seu aparecimento e os fins para que foi criado, e muito embora nos agradasse mais guardar avaramente e como segredo o plano de trabalho que nos propomos realizar, vamos contudo em síntese dizer qual a sua finalidade. Servir o melhor que puder os pobres e os justos interesses desta terra».

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    “A Voz de Ermesinde” n.º 100

    Março 1966 (diretor: Manuel Ferreira Ribeiro)

    Manchete

    – A vila de Ermesinde e o caminho de ferro; Progresso e Renovação.

    A importância do caminho-de-ferro em Ermesinde e as consequências da divisão da localidade em duas partes devido ao seu atravessamento são abordadas em “A vila de Ermesinde e o caminho de ferro”. É contestada a supressão prevista de passagens de nível, que levaria a uma divisão ainda maior entre as duas partes de Ermesinde. Várias matérias de reivindicação no que respeita a urbanismo e transportes surgem em “Progresso e Renovação” e no seu caixilho “Pergunta quem quer saber?”, assinados, respetivamente por M. Simões e Olho Vivo. Os valores de então seriam hoje controversos - «Uma firma de Alfena dedica também a sua atividade em Ermesinde, construindo prédios de vulto», nota pela positiva de M. Simões; ou «quando acabarão os tão incómodos transportes em elétricos, que há cerca de 50 anos ligam Ermesinde ao Porto»?, nota pela negativa de Olho Vivo).

    Denúncia de inundações no cotovelo sob a via férrea da Rua Rodrigues de Freitas e reivindicação de concentração dos terminais de transportes na zona da estação de Ermesinde eram outros assuntos abordados por M. Simões.

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    “A Voz de Ermesinde” n.º 200

    Dezembro 1975 (diretor: Eduardo da Costa Gaspar)

    Manchete

    – Repiquem os sinos festivamente – nasceu Jesus... é Natal!

    Uma saudação de Natal preenchia a primeira página deste número («... Esta é a mensagem do Natal, que todos os anos se repete e eterniza»), da autoria do então chefe de redação Manuel C. Moreira Pereira.

    Uma rubrica muito relevante no jornal de então era “Interesses e Necessidades da Vila”, que era coordenada por Domingos Santos e que, neste número 200, noticiava a colocação de mais placas de sinalização na então vila de Ermesinde, denunciando igualmente alguns perigos associados a mudanças na postura de trânsito. Outras denúncias de anomalias e mazelas da cidade incluíam a «Rua da Caixa de Previdência sem luz e com covas». Neste número completava-se a publicação do Projecto de Estatutos da Liga dos Amigos de Ermesinde (que foi dividida por sete números, desde o 194 ao presente n.º 200). Uma outra rubrica importante do jornal de então era “Ronda pelas Coletividades”, também coordenada por Domingos Santos. No n.º 200 incluíam-se notícias referentes aos Bombeiros Voluntários – uma merenda oferecida por meninas de Valongo –, ao Ermesinde Sport Clube (notícias dos resultados desportivos, em futebol, dos escalões juvenis (em quatro jornadas, 2 vitórias do Ermesinde, 1 empate e 1 derrota), júniores (cinco jornadas, todas com vitória do ESC), reservas (cinco jornadas, 4 vitórias do Ermesinde e 1 empate) e honra (cinco jornadas, 2 vitórias, 2 derrotas e 1 empate) e ao CPN – Clube de Propaganda de Natação (notícias do Regional de Andebol do Porto, 3ª Divisão, Zona B). Reivindicava-se aí que o CPN deixasse de ir jogar a Valongo nos jogos em casa e passasse a poder utilizar o pavilhão gimnodesportivo de Ermesinde.

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    “A Voz de Ermesinde” n.º 300

    Junho 1985 (diretor: Manuel Moreira Pereira)

    Manchete

    – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.

    São várias matérias relacionadas com transportes, urbanismo e desporto neste número, à semelhança do “Progresso e Renovação” do n.º 100. O autor da rubrica “Noticiário Dipe” é ainda M. Simões, que questiona a dado passo: «Entretanto vemos a construção de edifícios aqui e ali, ruas que se abrem, talhões que se vendem, mas a localização dos edifícios públicos é que não se vê. Será que as autarquias só se lembrarão de tais localizações quando já não houver terrenos?». Entre outras coisas, reivindicava-se a construção, pela JAE (Junta Autónoma de Estradas) de passeios na ponte da Travagem sobre o Leça.

    No mesmo número, Domingos Santos questionava o acesso ao Mercado da Gandra. Uma página de espetáculos e várias outras notícias de desporto (sobretudo columbofilia – rubrica de Manuel Moreira Pereira) têm igualmente destaque.

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    “A Voz de Ermesinde” n.º 400

    Julho 1991 (diretor: Jacinto Soares)

    Manchete

    – Ermesinde – Um novo concelho logo a seguir às eleições?.

    Licínio de Almeida Pinto é o autor da reportagem da visita de Ilda Figueiredo (CDU) a Ermesinde. A deputada encontrou-se com os “Amigos de Ermesinde”, e visitou então o Centro Social, a cooperativa Oficina e o CPN. A deputada comunista declarou nessa altura, conforme a reportagem: «o concelho de Ermesinde só será criado quando houver uma grande força local... só quando a população tiver uma posição muito forte... e não é luta fácil».

    A receção da deputada no Centro Social de Ermesinde é igualmente relatada: «O presidente da Direção, depois de uma breve exposição da vida e da acção do Centro que assiste a 250 crianças e a 42 idosos, com um total de 51 funcionários e cujos gastos rondam os 60 mil contos anuais, falou dos projectos futuros (...)».

    Em “Política urbanística – um atentado aos interesses de Ermesinde, L. Do Assento escrevia: «Não há ninguém que não reconheça, hoje, que foi a desorganização urbanística o maior cancro do desenvolvimento de Ermesinde. As causas da doença – algumas com grande incidência depois do 25 de Abril – foram muitas: falta de planeamento, interesses particulares a sobreporem-se ao bem público, pressão demográfica, alheamento do poder político de Valongo, desastrosa política de permutas e de contrapartidas de terrenos municipais, etc...». E seguiam-se diversos exemplos destas práticas.

    Ulisses Marcelo defendia apaixonadamente a causa concelhista em “Coisas e loisas em Ermesinde”: «Temos que conseguir milhares de entusiastas, temos que multiplicar os cartazes e o slogan “Ermesinde a Concelho” tem que espalhar-se por todo o lado e também pelos espíritos. Vamos fazer o maior barulho possível, mostrar que estamos vivos, somos muitos e queremos a nossa cidade administrada aqui, por residentes, não podemos continuar vergados ao jugo de estrangeiros. A expressão será forçada mas é tremendamente injusto estarmos dependentes e subalternizados ao município de Valongo, cidade vizinha que estimamos, mas que não pode continuar a ser a nossa capital».

    Manuel Augusto Dias assinava o artigo “Ermesinde – foi vila há 53 anos”, em que citava a Monografia de Ermesinde, de 1921, de Humberto Beça, para referir as paragens idílicas que, em breve, se iriam tornar o dormitório da grande cidade do Porto. Depois da «beleza natural propiciada sobretudo pelo idílico rio Leça», veio «o crescimento “louco”, em avalancha, desorganizado e incontrolado, das últimas décadas, que fez engrandecer, em prédios e mais prédios, a Gandra, a Travagem, as Saibreiras, a Palmilheira, a Bela, a Formiga, etc.

    Nada escapou a este crescimento desmesurado, até a Igreja, por pobre e pequena, foi deitada abaixo, para construir, no seu lugar, o actual templo de betão como se não houvesse terreno para a sua construção, noutro local próximo! A nossa geração não respeitou a manifestação artística e religiosa dos antepassados, rotulou-a de pobre e sem interesse! É incompreensível tal atitude, em pleno século XX».

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    “A Voz de Ermesinde” n.º 500

    Outubro 1995 (diretor: Jacinto Soares)

    Manchete

    – Travagem: Abaixo-assinado mobiliza população.

    O fecho da passagem de nível da Travagem e o protesto de mais de um milhar de moradores, em abaixo-assinado contra esta situação, abrem este número.

    Emiliano Pedro denunciava (“Será que se esperam melhorias...?”) neste número o agravamento das condições de laboração da Fertor (cheiros a intensificarem-se e fumos, provavelmente devido a queimadas durante a noite). Esperava-se uma intervenção da Quercus sobre o assunto e tinha-se ingenuamente fé que com a chegada próxima de Narciso Miranda à administração da Lipor, a situação pudesse começar a melhorar.

    Em “Gato Escondido com Rabo de Fora”, Alcina Meireles denunciava a alteração do projeto de pavilhão gimnodesportivo previsto para a escola das Liceiras, bastante menos generoso que o necessário. A. Soares dá conta da posição do Provedor de Justiça, que aconselhava os moradores da zona do Bom Despacho, na Formiga, a impugnar a deliberação da Câmara que tinha autorizado a mudança do percurso da Travessa da Nossa Senhora da Mão Poderosa. Os moradores tinham protestado, já em 1994 contra «obra, autorizada pela Câmara a um particular», que lhes acarretava grandes prejuízos».

    Os problemas causados pela duplicação da linha férrea motivavam um artigo de Manuel Joaquim Moutinho, considerando um escândalo o que estava a acontecer com o “emparedamento” dos moradores das zonas junto do apeadeiro da Travagem, com a supressão das passagens de nível – assunto este, aliás, abordado na manchete.

    E em “Autonomia para Ermesinde”, Licínio Almeida Pinto escrevia. «Há sinais indicativos que permitem supor que está para breve, sob a égide parlamentar socialista, Ermesinde vir a tornar-se município independente de Valongo».

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    “A Voz de Ermesinde” n.º 600

    Dezembro 1999 (diretor: Carlos Faria)

    Manchete

    – Natal, tempo de esperança

    Alcina Meireles relatava os resultados das eleições para o Centro Social de Ermesinde, sendo que a Lista A, de Henrique Rodrigues, tinha vencido com 306 votos, contra 117 da Lista B, encabeçada por Joaquim Teixeira.

    Isabel Monteiro fazia a reportagem da Assembleia de Freguesia de Ermesinde. Já aí se falava da necessidade de construção da rotunda desnivelada da Formiga, tendo uma moção sido então aprovada por unanimidade nessa sessão.

    Pedro Barros, ainda neste número, entrevistava o diretor de andebol do CPN, Luís Gonçalves.

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    “A Voz de Ermesinde” n.º 700

    Fevereiro 2004 (diretor: Fernanda Lage)

    Manchete

    –- Edição n.º 700

    Nesta edição assinalava-se o número 700 do jornal. No interior publicava-se o regulamento do conto de Natal do concurso organizado pel’ A Voz de Ermesinde. E porque este era o número 700 evocavam-se ainda algumas efemérides em torno deste número, como por exemplo: «No ano 700 da nossa Era, o território em que inserem as terras que são hoje Ermesinde estava administrativamente integrado, se assim se pode dizer, no Reino Visigodo. (...) As terras que corresponderiam então a Ermesinde, seriam, ao que se conhece, zonas alagadiças, que só muito mais tarde, após a expansão marítima, haveriam de ser drenadas pela cultura do milho trazida das Américas. A abundância da água fazia das margens do Leça e zonas próximas um lugar fértil para a cultura do trigo, centeio, milho (outra espécie europeia) e vinha».

    Ainda a propósito do número 7, de 700, Lurdes Figueiral assinava um artigo intitulado “O mágico número Sete”, explicando que o número 7 «é um número presente em campos tão dispares como podem ser a religião, a arte, a matemática, a química e a física, a filosofia... com uma frequência tal que nos aparece como um número verdadeiramente curioso».

    No interior podia ainda ler-se um artigo de fundo que falava da crescente onda de assaltos ao comércio ermesindense: «Os assaltos a estabelecimentos comerciais sucedem-se em Ermesinde. os comerciantes andam preocupados e a PSP não consegue sossegá-los, até porque não dispõe de meios necessário para uma atuação eficaz. o presidente da Junta também está no terreno, lutando pela reposição da segurança».

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    “A Voz de Ermesinde” n.º 800

    Abril de 2008 (diretor: Fernanda Lage)

    Manchete

    – 50 anos - 800 números

    A Voz de Ermesinde celebrava por esta altura os seus 50 anos de existência, e nesta entrada de primavera assinalava igualmente a sua edição número 800. No interior o grande destaque era a entrevista com o então presidente da Câmara Municipal de Valongo, Fernando Melo, que cumpria o seu quarto mandato consecutivo à frente da edilidade. Na entrevista prestada ao jornal o autarca sublinhava a sua vontade de continuar, embora limpando a casa (com uma equipa totalmente renovada, como fazia questão de frisar), assumindo que as escolas eram a primeira prioridade da autarquia.

    Para saudar os 50 anos de publicação d’ A Voz de Ermesinde, uma delegação local do PCP - constituída pelo líder da sua organização concelhia, Adelino Soares, pelo líder do grupo parlamentar na Assembleia Municipal de Valongo, José Caetano, e pela representante eleita do partido com assento na Junta de Freguesia de Ermesinde, Sónia Sousa -, esteve de visita ao nosso jornal, onde foi recebida pela diretora Fernanda Lage e pelo seu chefe de redação. A delegação do PCP ofereceu também a “A Voz de Ermesinde”, na ocasião, um exemplar do livro de Álvaro Cunhal “O Partido com Paredes de Vidro”.

    Os comunistas visitaram ainda a sala de redação do jornal e comentaram a importância deste na vida da cidade.

    Notícia era também a Associação Académica e Cultural de Ermesinde, cujo grupo de teatro Casca de Nós apresentava no âmbito da Mostra de Teatro Amador do Concelho de Valongo a peça “A Cantora Careca”, de Eugéne Ionesco.

    No desporto, o Ermesinde após perder com o Sport de Rio Tinto confirmava a descida à 1.ª Divisão Distrital da Associação de Futebol do Porto.

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    “A Voz de Ermesinde” n.º 900

    Dezembro de 2012 (diretor: Fernanda Lage)

    Manchete

    – Assembleia Municipal aprova Plano e Orçamento

    «A Assembleia Municipal de Valongo aprovou, por maioria, o Plano e Orçamento para 2013. Considerado por muitos como o mais equilibrado e verdadeiro Orçamento apresentado pela Câmara desde há muitos anos, também há quem como Eliseu Pinto Lopes (BE) o considerasse apenas efeito da conjuntura e não uma alteração real da política do PSD que, aliás o elogiou nos mesmos termos que o do ano passado, “equilibrado e verdadeiro”, como sempre tem sido para a maioria». Este era o grande destaque na capa da edição 900 d’ A Voz de Ermesinde do final de ano de 2012.

    Também a Assembleia de Freguesia de Ermesinde aprovava o seu Plano de Atividades e orçamento com o apoio do PSD e do PS.

    A meses das eleições autárquicas era igualmente realçado o facto de o Partido Socialista ter escolhido oficialmente os seus candidatos às referidas eleições: « Após a confirmação de José Manuel Ribeiro como cabeça de lista do Partido Socialista para a Câmara Municipal de Valongo, foi agora a vez de Tavares Queijo voltar a ser apontado como o candidato do PS à presidência da Junta de Freguesia de Ermesinde».

    No âmbito do Centro Social de Ermesinde dava-se relevo ao tradicional jantar de Natal que juntou à mesa dirigentes, funcionários, colaboradores e amigos da instituição.

     

     

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