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    Arquivo: Edição de 31-12-2020

    SECÇÃO: Opinião


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    Longevidade integrada na Velhice – privilégio, mesmo em pandemia (parte 2)

    VALORIZAÇÃO DO PRAZER SEXUAL

    A sexualidade ainda é tabu, mas o seu realce tem a ver com a abrangência do texto. O prazer sexual contribui para reduzir o stress, melhorar a autoestima, ultrapassar a ansiedade e promover a disponibilidade corporal, para produzir dopamina. A metodologia de comunicação para Fazer Saber que a sexualidade pode ser vivenciada pelas pessoas de mais idade de diversas maneiras, mas em grande parte acontece como forma de expressão de carinho, deve ser cuidada e de preferência assumida pela área das competências em saúde. Esta comunicabilidade implica duas orientações. Aceitar conhecimentos para basear a argumentação tendo em vista a contribuição da teoria dos campos sociais para se aceitar a investigação empírica, para justificar que podem não ser apenas médicos a obter mudanças em relação a considerar que as práticas sexuais influenciam o bem-estar. Outra orientação tem a ver com o facto de neste assunto o homem ser diferente da mulher, sendo conveniente planos de comunicação individuais.

    Este âmbito onde se está a trabalhar a Longevidade ainda é pouco divulgado em livros e revistas sobre assuntos de envelhecimento e de laços entre nós e os outros. Em livros/revistas aqui de casa, confirma-se com nada se dizer sobre prazer sexual nos três livros da Fundação Francisco Manuel dos Santos, da autoria de mulheres; “Como envelhecem os portugueses” (out2020), “Envelhecimento e políticas de saúde” (set2018), “Nós e os outros” (jan2018). O mesmo acontece em “Envelhecimento ou longevidade?” da Editora Paulus de São Paulo, também de duas mulheres e no artigo, “Longevidade enquanto dilema social”, de um CMG, Doutor, publicado no número de out–dez2019 de “O REFERENCIAL”, Revista da A25A. Quanto a livros de mais páginas; “Sentir & Saber – A caminho da Consciência” (nov2020) de António Damásio, pode-se apenas inferir uma relação mínima na p. 157, “A implicação muito direta e carnal é de que o amor não se limita ao mundo mental e que também inclui a excitação física que o herói sente ao dançar com a sua bem-amada. (…)”. Noutro, de duas mulheres médicas, “Viva a Vagina – Maravilhas e mistérios do sexo feminino” (mar2020), apenas se pode considerar de ligação a envelhecimento, um pouco da p. 125, “A centenário e experiente avó Zussman compreendeu algo essencial: o desejo sexual não surge num vácuo. (…)”.

    Por fim outro livro de uma mulher, “Vagina – Uma nova Biografia” (2014), da jornalista Naomi Wolf, também nada consta ligado a envelhecimento, neste caso de mulheres, mas que se considerou de interligar no quadro pela forma como apresenta o prazer sexual em geral. A propósito da apresentação da tradução portuguesa do livro, prefácio do Padre, Doutor em Filosofia, Anselmo Borges, no DN de 22mar2014, a jornalista Joana Emídio Marques apresenta a reportagem. “Vagina é um ensaio onde se fundem experiências pessoais da autora, as suas conversas com médicos e cientistas de campos tão diversos como as neurociências, a medicina, a psicologia, a antropologia e até a literatura. (…)”, onde salienta Anselmo Borges na defesa do livro na definição do papel da mulher, sem esquecer a sexualidade masculina. No Prefácio diz-se: “Mas a obra entra com saber por outras áreas e questões fundamentais deste tempo e de sempre, como a diferença entre a sexualidade feminina e a sexualidade masculina, a relação corpo-mente, no contexto de uma antropologia que se queira atenta aos novos continentes das neurociências e da bioquímica, (…)”.

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    As leituras e intervenções em Encontros como aconteceu em Oeiras (CASO/IASFA – Viver os Desafios da Idade Maior – dias 20/21nov2014), relacionadas com a atividade sexual ao longo da vida, fundamentam esta parte do artigo. Naquele Encontro, painel 1 SAÚDE E SEXUALIDADE, destacaram-se os temas Sexualidade feliz e Sexualidade no idoso, salientando: Sexualidade uma energia; Barreiras à sexualidade; Ensinar a mexer em todos os botões; Aquilo que toda a gente sabe e ninguém fala; Quem fala com idosos sobre problemas sexuais? A sexualidade é a área da vida em que mais se mente; Temática totalmente posta de lado; Descoberta do corpo.

    CONTRIBUIÇÃO DA RELIGIÃO NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA

    Ao enfrentar a fuga da participação católica em Portugal, assume-se como vital, procurar Fazer Saber o que de bom é para a qualidade de vida de todas as idades, mas em especial para o processo de envelhecimento, a iniciação ou a maior parte das vezes o retomar, da prática religiosa. Neste percurso, embora se entenda que qualquer sensibilidade religiosa seja benéfica, salienta-se a católica, recomendando a participação na missa dominical e o envolvimento na ecologia humana a partir da Segunda Carta Encíclica do Papa Francisco, “Laudato si’ – Sobre o cuidado da casa comum”, 24mai2015 e da última, “Fratelli Tutti – Sobre a Fraternidade e a Amizade Social, 03out 2020. Estas cartas são contributo importante para a Longevidade ao serem estudadas no sentido de contribuírem para o diálogo sobre a Doutrina Social da Igreja.

    Este quarto âmbito fica-se pelos 903 carateres tendo presente que o próximo artigo, último da disponibilidade prometida no início de 2020, se designa Religião, Ecologia e Natureza – Educação, Religião e Sociedade – Espiritualidades Ecológicas”.

    DISPOR DO CONFORTO MATERIAL

    Na atualidade portuguesa a Longevidade aparece como problemática social, financeira e económica, sendo preocupação política. Nesta conformidade salienta-se o conjunto de pessoas de idade possuidoras de perfil positivo em termos de saúde e sabedoria, assumindo Longevidade. Para assumir esta apetência com sucesso deixam-se três recomendações: Disponibilidade para aprender ao longo da vida adquirindo; Conforto material conseguido através de poupanças e pensão de reforma; Permanência no mercado de trabalho ou envolvimento em questões sociais não remuneradas.

    Para haver sucesso no mencionado antes num ambiente familiar de duas/três pessoas, ou em vivência única, por homens e mulheres incluídos na Longevidade, importa valorizar o trabalho doméstico mensal, ao dia ou à hora. Esta colaboração também é esquecida nos livros e revista mencionados no âmbito “Valorização do prazer sexual”. Estranhos esquecimentos que importa ultrapassar na caminhada para se acabar com pensões de miséria através do controlo do pagamento à Segurança Social a todos os níveis profissionais, não esquecendo o trabalho doméstico. A colaboração doméstica, para além de legalizada na Segurança Social deve ser prestigiada em termos sociais e melhorada em aspetos materiais em alguns ambientes laborais.

    Quando este âmbito do artigo se designa, “Dispor de conforto material”, é vital que se saiba que em muitos casos o trabalho doméstico atua em acumulação com tarefas do âmbito de cuidador, ou cuidadora, informal não principal, daqui exigência de muitas horas de trabalho diário, para permitir ao cuidador (ou cuidadora) informal principal, assumir tarefas fora da residência de acordo com a sua Longevidade.

    Para terminar o artigo destaco apenas seis das muitas pessoas que leio e estudo atualmente como vivendo a Longevidade (mais de 75 anos) em termos exemplares: Papa Francisco; Frei Bento Domingues; Professor Adriano Moreira, Investigador António Damásio; Artista Sophia Loren e General Ramalho Eanes.

    António Pena*

    *Coronel do Exército (TecnManTm), em situação de reforma (84 anos); doutorado em Ciências da Comunicação [FCSH/UNL (jan2006)]; membro emérito do Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT)/Universidade Lusófona (filiação institucional). Agradecemos esta sua colaboração em exclusivo para o jornal “A Voz de Ermesinde”.

     

     

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