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    Arquivo: Edição de 15-12-2020

    SECÇÃO: Saúde


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    VACINA ANTI-COVID – O QUE ESPERAR DELA? 1ª PARTE – O QUE SÃO VACINAS

    Desde o berço até à morte somos acompanhados por vacinas. Mas, embora o termo seja corrente, nem todos saberão o que é uma vacina.

    Uma vacina é um medicamento preventivo contra uma doença provocada por um microrganismo, seja uma bactéria, seja um vírus.

    As bactérias e os vírus são organismos mais antigos que nós próprios. Vêm dos primórdios da vida no planeta. Convivemos com eles desde o nascimento e ao longo da nossa vida teremos contacto com milhões deles. Mas só um pequeno número nos provocará doença.

    A principal defesa que o indivíduo possui contra uma infeção por um microrganismo é a criação dos chamados “anticorpos” por aquilo a que se chama “Sistema Imunitário”. Um anticorpo funciona como um antiveneno. É um míssil antimíssil.

    Ao penetrar no indivíduo, um microrganismo vai lesar os tecidos que infeta, o que muitas vezes leva à sua morte e à morte da pessoa. Se o nosso organismo não possuísse uma defesa eficaz contra estes microrganismos, nós nunca teríamos existido. Esta defesa consiste na criação dos anticorpos, que são substâncias com a capacidade de matar o microrganismo. Ao matá-lo, se o fizer a tempo, o indivíduo sobrevive.

    Porém, o tempo necessário para que o organismo crie as suas próprias defesas pode ser demasiado longo e a pessoa morrer antes de conseguir vencer o microrganismo.

    Para isso foram criadas as vacinas, que aproveitam uma caraterística do nosso Sistema Imunitário: a memória. Ao criar uma defesa, fica na memória do Sistema Imunitário a defesa contra esse microrganismo. Fica a “Imunidade”.

    Imunidade é, portanto, a nossa memória defensiva. A polícia do nosso corpo.

    Imaginemos uma força policial. É distribuída a todos os agentes a fotografia dum malfeitor. Se algum dos agentes o vir, de imediato toma uma atitude, que é chamar reforços para o prender e o neutralizar. Se não tivesse existido essa fotografia, os agentes não o iriam reconhecer de imediato e o malfeitor continuaria a fazer mal. Mas desta forma foi neutralizado.

    VARÍOLA
    VARÍOLA
    Com o nosso Sistema Imunitário acontece o mesmo.

    O Sistema Imunitário é constituído principalmente pelos Glóbulos Brancos do nosso sangue. Há vários tipos de Glóbulos Brancos, cada tipo com funções específicas. Tal como numa força policial existem várias valências. E tal como a polícia, o nosso Sistema Imunitário também tem uma valência de Intervenção Rápida, que são os Glóbulos Brancos com Memória.

    Como funciona, e qual a ação da Vacina?

    Como disse, sempre que o Sistema Imunitário funciona, fica em memória a caraterística do microrganismo que o despoletou. O primeiro contacto pode levar algum tempo até o indivíduo criar defesa suficiente. Mas no segundo contacto, essa defesa é criada muito mais rapidamente e o Sistema Imunitário mata o microrganismo antes sequer deste provocar doença.

    Vamos chamar a História e saber como as vacinas foram inventadas.

    A primeira vacina criada foi a vacina contra a Varíola, no ano 1796 pelo britânico Edward Jenner. Não vale a pena contar a história toda, pois para os mais curiosos está ao alcance dum clic no computador. Mas o que ele conseguiu, pela primeira vez na História da Humanidade, foi ensinar, artificial e PREVIAMENTE o organismo duma pessoa a defender-se de determinada doença. Já não era preciso a doença para que o Sistema Imunitário conhecesse o microrganismo infetante.

    Depois dessa vacina outras se seguiram. Sem ordem temporal, apareceram as vacinas contra o Tétano, Difteria, Tosse Convulsa, Tuberculose, Sarampo, Parotidite (“Papeira”). Hepatite B, Pneumonias, Gripe Sazonal e muitas mais. As vacinas existentes contam-se pelas centenas. E as doenças para que se destinavam as vacinas desapareceram praticamente ou, pelo menos, estão muito mais controladas. Exemplo dramático é a Varíola. Trata-se duma doença gravíssima e altamente mortal. E as pessoas que conseguiam sobreviver à doença ficavam desfiguradas para o resto da vida pelas cicatrizes horríveis que a doença provocava.

    Hoje não há varíola no Planeta. A OMS em 1980 declarou a Varíola como erradicada (extinta). Está conservado o seu vírus em laboratórios de alta segurança, caso seja necessário criar rapidamente uma vacina.

    Há muitos tipos de vacinas e faz-se uma descrição muito sumária dos mais importantes.

    VÍRUS ATENUADOS

    Não é bem o caso da Varíola, pois a vacina contra a varíola utiliza um vírus diferente, o vírus da Varíola bovina, que não provoca doença no Ser Humano, mas confere imunidade contra a Varíola Humana. Nas vacinas atenuadas é retirado ao vírus a sua capacidade de provocar doença, mas mantendo intacta a sua capacidade de despertar imunidade contra a doença. E é administrado ao indivíduo, despertando-lhe memória imunológica. Transforma-se o Pirata Informático em Agente contra a Pirataria Informática…

    Exemplos: varíola (semelhante a…), sarampo, papeira, rubéola.

    VÍRUS INATIVADOS

    Trata-se duma vacina pela qual é administrado um vírus inativado (morto), por variados processos. Esse cadáver de vírus não é infetante, mas desperta a memória imunológica no paciente.

    Exemplos: gripe, poliomielite, raiva (canina ou humana).

    TOXOIDE

    Por vezes a doença não é provocada pelo microrganismo em si, mas pelos tóxicos (toxoides) que ele fabrica. O melhor exemplo é o tétano. A vacina utiliza um toxoide inativado que não provoca doença, mas desperta a memória imunológica.

    SUBUNIDADE

    Neste tipo de vacina não se utiliza o agente infeccioso, vivo ou morto, mas apenas parte dele. Fez furor nos anos 80 uma vacina contra algumas pneumonias que utilizava Ribossomas na sua constituição. Como esta vacina ainda é comercializada, omite-se, obviamente, o seu nome. Ribossoma é um constituinte (um organelo) da célula.

    RECOMBINANTES

    Neste tipo de vacina utiliza-se parte do genoma do vírus, ADN ou ARN, que se “fabrica” através, por exemplo, de leveduras geneticamente modificadas. Isto é, modifica-se geneticamente uma levedura, através da introdução no seu próprio genoma, de genoma vírico, levando a levedura a sintetizar uma proteína do vírus, que depois é administrada ao indivíduo. O Sistema Imunitário do indivíduo é levado a criar anticorpos contra essa proteína do vírus, levando-o a adquirir imunidade contra o próprio vírus. Ou por outra técnica, pela qual o ARN sintetizado é administrado ao indivíduo. As suas células vão produzir uma proteína do vírus que desencadeia a resposta imunitária.

    Exemplos deste tipo de vacina: as modernas vacinas contra a Hepatite B e algumas das novíssimas e ainda experimentais vacinas contra o SARS-CoV-2.

    SEGURANÇA E EFICÁCIA

    Tal como com qualquer medicamento, uma nova vacina só tem interesse se for Segura e Eficaz.

    Por Segurança entende-se a propriedade da vacina não provocar, ela própria, uma doença. Pelo menos uma doença suficientemente grave que obste à sua utilização. Para isso há protocolos internacionais muito rígidos em que o produto candidato a vacina é experimentado, primeiro em animais de laboratório e depois em humanos saudáveis e voluntários.

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    No próximo número

    – As Vacinas para a COVID-19

    José Campos Garcia*

    *médico MGF

     

     

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