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    Arquivo: Edição de 30-11-2020

    SECÇÃO: Ciência


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    Galileu, o “pai” da ciência moderna

    Um dos mais famosos cientistas de sempre, Galileu Galilei nasceu no dia 15 de fevereiro de 1564 na cidade de Pisa, em Itália. Filho primogénito do casal Vincenzo Galilei e Giulia Ammannati, teve cinco irmãos. O cientista teve três filhos com a veneziana Marina Gamba, com a qual nunca se casou. Suas duas filhas tornaram-se freiras e o filho, músico.

    Em 1583, Galileu entrou na Universidade de Pisa para estudar Medicina, curso que acabaria por não concluir. Porém, depois de sair da universidade, continuou os seus estudos, especialmente nas áreas de Matemática e Física. Durante duas décadas pesquisou sobre os princípios da Hidrostática, o que o tornou famoso perante a sociedade da época. Ministrou aulas de Geometria, Mecânica e Astronomia na Universidade de Pádua, permanecendo na instituição durante 18 anos.

    O certo é que se fosse possível eleger o “pai” da ciência moderna, teria de ser Galileu Galilei. As suas extraordinárias contribuições vão desde a criação do método científico até ao desenvolvimento de instrumentos, passando por descobertas únicas e pela popularização do conhecimento criado.

    Através de um telescópio pioneiro, desenvolvido por ele próprio, o cientista italiano foi o primeiro a identificar as crateras e montanhas lunares, descobriu as quatro maiores luas de Júpiter e constatou que a Via Láctea é composta por inúmeras estrelas, invisíveis a olho nu. O que também impressionou a época foi a forma que Galileu usou para comunicar as suas descobertas. Contrariando os costumes, em que a língua oficial da academia era o latim, o cientista fez questão de escrever as suas obras em italiano. Não por falta de conhecimentos de latim, mas como opção própria, de forma a popularizar as suas descobertas, alcançando, assim, mais pessoas.

    Conhecido como polémico, o italiano familiarizou-se com as controversas ideias de Nicolau Copérnico sobre a Terra ser apenas mais um planeta entre muitos outros, possuindo um movimento à volta do Sol. Escreveu uma obra dedicada a esta teoria, “Diálogo Sobre os Dois Máximos Sistemas de Mundo”, publicada em 1632 e que causou um grande desconforto na igreja católica.

    Furioso, o papa Urbano VIII convocou Galileu à Inquisição e fê-lo abandonar as suas teorias e ideias como o heliocentrismo, em 1633. Todas as suas obras foram banidas, e o italiano foi condenado à prisão domiciliária até ao fim dos seus dias.

    Embora doente, idoso e enclausurado, Galileu continuou a estudar. Publicou a sua última obra na Holanda em 1638, onde a Inquisição não o conseguiu censurar. Esta obra é considerada uma das suas mais ricas, onde ele resume mais de três décadas de trabalho, antecipando quase as ideias de Isaac Newton com a gravidade, determinando como se dá a queda de projéteis.

    De forma a finalizar, importa ainda destacar a metodologia de trabalho de Galileu, que envolvia a experiência sistemática como forma de produzir conhecimento científico. Estabeleceu a necessidade de testar hipóteses e confirmá-las através da experiência prática, permitindo que a ciência evoluísse drasticamente até aos dias de hoje.

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    "A GALILEU

    Limpe os olhos da luz do dia e, ao entardecer, projecte o olhar para o horizonte, contemple a abóbada celeste.

    Há pouco mais de 410 anos, em Março de 1610, Galileu Galilei fez as primeiras observações científicas dos astros utilizando um telescópio, instrumento por ele melhorado. A sua luneta, permitia-lhe aumentar o tamanho aparente de um objecto até cerca de 30 vezes. Por isso, terá sido o primeiro ser humano a contemplar com admiração, as crateras lunares com um detalhe que deixou desenhado nas suas ilustrações, registos científicos das suas observações.

    Também na aurora do século XVII, e ao observar o planeta Júpiter, Galileu descobriu, para seu grande espanto, que outros corpos celestes orbitavam ao redor desse planeta gigante: Júpiter também tem Luas, só suas! Esse momento, que o leitor pode imaginar e reviver hoje ao contemplar a “estrela da tarde”, é um marco da história da ciência e logo da humanidade.

    O facto de corpos celestes rodarem à volta de outros corpos celestes que não a Terra, fez ruir concepções anteriores, baseadas na primeira aparência das coisas. Com a simples atitude de registar o que observava, Galileu reuniu dados suficientes para corroborar um determinado modelo mais aproximado do comportamento do Universo então observável: o modelo heliocêntrico proposto antes por Copérnico.

    As observações sistemáticas dos corpos celestes, efectuadas sucessivamente por diversas gerações de cientistas, adicionaram novos dados e conhecimentos às observações e registos precedentes, o que permitiu elaborar teorias sobre o universo distante, mas também válidas à nossa escala mais humilde e humana. Por exemplo, é pela mesma interacção gravítica que faz com que os astros se movam uns à volta dos outros, que uma qualquer maçã, golden ou bravo de esmolfe, tanto faz, é atraída e atrai o chão. O leitor, quer experimentar, se faz favor?

    Ponha de lado os preconceitos e, por sua vez, experimente deixar cair da mesma altura e ao mesmo tempo duas moedas diferentes: uma de um cêntimo e outra de um euro. Está assim a repetir uma outra experiência, a dos graves, que Galileu Galilei terá feito (há quem diga que não!) no cimo de uma torre e com outros objectos. Se o leitor quiser estar mais alto, suba, com cuidado, para cima de uma cadeira e repita a experiência. Os dois objectos não voltam a chegar ao chão ao mesmo tempo? Pois é. Mesmo que repita vezes sem conta até se cansar, verá que o resultado é sempre o mesmo. E se não fosse?

    Saberá porventura o leitor que esta experiência também foi realizada na Lua, que agora observa em fase cheia, por astronautas da missão Apolo 15, em 1971: o comandante David Scott deixou cair da mesma altura e ao mesmo tempo, uma pena de ave e um martelo. E não é que também caíram ao mesmo tempo no chão lunar! Como teria gostado Galileu de ter observado, através da sua luneta, a réplica da sua experiência na Lua…

    O facto é que a mesma experiência, feita por pessoas e em locais e épocas diferentes, tem dado sistematicamente o mesmo resultado. O conhecimento que resulta desta atitude experimental é, assim, reprodutível nas mesmas condições e isto é uma das características do conhecimento que resulta do método científico.

    Deixe cair o cansaço rotineiro e descanse o olhar no céu estrelado. Deixe o tempo estender-se no espaço, até ao infinito e deslumbre-se com a aparente serenidade da astronómica noite semeada de miríades de constelações de estrelas. Seja humano. Sonhe. Ponha questões e experimente.

    António Piedade

    Ciência na Imprensa Regional

    – Ciência Viva”

    Por: Luís Dias

     

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