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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 30-11-2020

    SECÇÃO: Local


    CARTAS AO DIRETOR

    Magricela - Infeliz

    Fotos JDC
    Fotos JDC
    Sou o infeliz que vivia feliz, junto ao cemitério nº1 em Ermesinde. Era o gatinho sem dono, magricela, mas bem alimentado por alma caridosa, que todas as noites me trazia o alimento e água, tal como me diziam já o faz há muitos anos e eram em tempos muitos os meus companheiros. Que à hora certa; manhã ou tarde ali chegavam. Depois foram rareando, desde a chegada das gaivotas que lhes roubavam os alimentos. Agora apenas restava eu, meio adoentado e magricela. Nos primeiros tempos, passava os dias no muro do cemitério; mais quentinho; na relva fofinha. Tinha o amigo J. que falava comigo, 1º não lhe liguei, depois na minha língua conversávamos, assim passava o tempo. Até que a minha benfeitora me arranjou novo lugar, mais abrigado e colocou uma caixa de papelão para meu abrigo, logo a seguir como chovesse, tive direito a caixa de plástico, com jornal e cobertorzinho fofinho, muita comida e água. Bem instalado, ali permanecia, dia e noite, dormindo belas sonecas e aturando o J. que teimava em dialogar comigo. Era um sem abrigo feliz. Porem na noite de 28-10-2020 fui atacado, o J. pensa que foi não por cão vadio, mas certamente por cão da moda, que por ali passeiam dia e noite, por cima da relva fofinha, para regalo dos donos. Pois o J. fala com o meu espírito, mas eu não posso revelar, ele como eu sabemos que vai muito tempo que por ali não circulam cães vadios; (só eu sei quem me assassinou. (A NÃO SER ALGUM RECENTE QUE ELE NUNCA VIU) Como o J. viu e fotografou, EU DEFENDI-ME, mas não sobrevivi ao brutamontes ignóbil, se acompanhado, o meu verdadeiro carrasco terá sido o dono. No dia seguinte, a minha protetora repôs o meu berço no sítio, a caminha fofinha à minha espera, mas eu já ausente e no local onde me encontro vislumbrei uma lágrima de dor e revolta no meu AMIGO J. que sei ali passa todos os dias, todas as manhãs lá está a minha refeição e caminha feita; mas a refeição em pouco tempo desaparece e até as minhas amigas gaivotas, só frequentam o local, mas em voos de boa altura, como que brincando com o meu espírito de bom companheiro. Aqui fica a minha história de gatinho sem abrigo; MAS ERA FELIZ, na companhia de quem me dava miminhos. J. vem depressa para aqui conversarmos mais um pouquinho, em gatinhês. PS. como se pode ver, a caixa está deslocada para o fundo; o local normal era do lado direito junto ao tronco da árvore. As cascas de pinheiro revoltas e em grande quantidade no passeio; sinal de grande luta. É DEPRIMENTE. Mais ainda se houve intervenção humana?

    foto
    JOÃO DIAS CARRILHO

    C. C. 45 45 02

     

     

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