COVID-19 - Situação em Portugal, no concelho e no mundo (Dados de 21/11/2020)
A pandemia por Covid-19 continua a grassar pelo mundo, ceifando vidas e arrasando economias.
Em Portugal estamos em plena segunda vaga e os sinais de abrandamento são muito escassos. Os computadores notam um muito ligeiro abrandamento, mas as pessoas e, especialmente, os serviços de saúde, não. O número de novos casos cresce e a tendência é que continue a crescer.
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NOVOS DOENTES POR MILHÃO DE HABITANTES |
Os Serviços de Saúde estão próximos do colapso. Significa que, principalmente ao nível dos Cuidados Intensivos, a capacidade de receber novos doentes está muito limitada. Muito mais do que na chamada “Primeira Vaga”.
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INTERNAMENTOS (DESDE MARÇO DE 2020) |
Porém, há alguns sinais que nos dão ânimo: embora a crescer, esse crescimento está a abrandar. A “tempestade” vai lentamente perdendo força. O Fator de Crescimento está numa (lenta) trajetória descendente.
E outro sinal de encorajamento é a relação entre o número de novos casos e o número de doentes recuperados. Enquanto que o primeiro está estável (nem aumenta, nem diminui), o segundo está em franco crescimento. São mais os doentes que recuperam do que os que caem doentes. Como costumo dizer, embora muito a custo, estamos a segurar as pontas.
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FATOR DE CRESCIMENTO A SETE DIAS |
Mais de 60% de todos os novos casos têm ocorrido no Norte e principalmente no Distrito do Porto. A tendência geral é a mesma – um lento descer.
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DOENTES ATIVOS E DOENTES RECUPERADOS (Os “saltos” ocorridos em 16 de novembro resultam de atualizações destes números feitas pela DGS) |
Para o concelho de Valongo não se pode apresentar um gráfico evolutivo. A DGS mudou o método de informação por concelhos. Em vez de apresentar semanalmente o número total de casos, apresenta agora quinzenalmente a incidência acumulada de novos casos por cem mil habitantes ocorridos nos últimos 15 dias. Os números anteriores e os números atuais não são comparáveis. E as tentativas para o fazer esbarraram no que se supõe terem sido números incorretos.
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INCIDÊNCIA CUMULATIVA |
Mas o concelho de Valongo está no centro do Grande Porto, com importantes ligações viárias, sociais e económicas com os concelhos vizinhos. Não está dentro duma bolha, pelo que acompanha a evolução desta grande área geográfica. E foi no Norte do País e, principalmente no Grande Porto, que a pandemia atacou com toda a potência dum furacão. Mas dentro deste furacão, Valongo está muito próximo da (relativa) calmaria.
No mundo, as coisas não vão melhor. Por Mundo entendo a parte do Velho Mundo (Europa) com quem Portugal tem maiores laços sociais, que são os países da Europa Ocidental. Eis alguns exemplos.
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TOTAL DE CASOS E ÓBITOS POR 100.000 HABITANTES / Fonte: https://www.rtve.es/noticias/20201121/mapa-mundial-del-coronavirus/1998143.shtml |
Por este gráfico podemos concluir que, em termos de incidência de casos, não estamos no pelotão da frente, mas sim num pelotão intermédio. Mas somos o terceiro país deste conjunto de países em termos de número de óbitos por 100.000 habitantes. Ressalvam-se eventuais diferenças nas definições de “caso” e “morte” por Covid-19.
À LAIA DE COMENTÁRIO FINAL
A guerra contra o vírus reveste os mesmos princípios que a guerra militar. E qualquer exército que vai para a guerra prepara a sua logística de retaguarda, nomeadamente prepara a população e os serviços de saúde. Será que Portugal preparou devidamente as suas retaguardas quando era certo que vinha aí uma segunda vaga? E agora até com uma já anunciada terceira vaga, quando esta segunda vaga não dá ainda mostras palpáveis de abrandar? Meditemos e vamos todos dar um ainda maior contributo para facilitar o combate de alguns esquecidos – os serviços de saúde.
José Garcia (médico)
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