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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-10-2020

    SECÇÃO: História


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    ACONTECEU HÁ UM SÉCULO (18)

    Celebração do 10.º aniversário da República

    No dia 5 de Outubro de 1920, há um século, apesar do tempo estar de invernia nesse dia, os republicanos não deixaram de comemorar festivamente o 10.º aniversário da implantação da República. Muitas unidades militares da capital e muitas cidades e vilas pelo país fora celebraram entusiasticamente a República. Era Presidente da República, António José de Almeida, o único presidente no período da Primeira República que cumpriu um mandato completo de 4 anos, tendo assim voltado um civil a assegurar o mais alto cargo do Estado. O Presidente do Ministério, ou chefe do Governo, era António Granjo.

    No programa anunciado para o 10.º aniversário do dia 5 de Outubro, em Lisboa, entre outros eventos, estava estabelecido um bodo aos pobres nas sedes das juntas de freguesia da capital; a inauguração das aulas para os órfãos dos militares na Escola Profissional da Agricultura; receção na Estação do Rossio à Câmara de Santarém que vinha oferecer à cidade de Lisboa as insígnias da Grã-Cruz da Torre e Espada; a mesma câmara seria recebida no Palácio de Belém; e, pouco depois, haveria sessão solene na Câmara Municipal de Lisboa, com a entrega pelo Chefe de Estado, das insígnias da Torre e Espada, e Parada no Terreiro do Paço.

    O jornal “A Capital”, de 4 de outubro de 1920, dava conta da jornada festiva que começara nesse próprio dia, como há 10 anos atrás, os principais acontecimentos revolucionários se deram no dia 4, culminando na proclamação da República, às primeiras horas do dia 5 de Outubro:

    «O dia de hoje amanheceu triste e carrancudo, motivo porque as festas comemorativas do 10.º aniversario da Republica não poderam ter o brilhantismo e lusimento que era de desejar.

    Pelas 6 horas houve alvorada ás portas dos quarteis, tendo comparecido na Praça Marquez de Pombal uma das bandas da guarda republicana e o terno de corneteiros, que depois seguiu avenida abaixo executando a banda o hino nacional. Nas praças do Comercio e do Municipio, á porta da Camara Municipal a banda executou novamente a “Portuguesa”, retirando depois ao respectivo quartel. A cidade apareceu engalanada vendo-se hasteadas bandeiras nacionaes e estrangeiras nos edifícios do Estado e em varias casas particulares. Nas repartições publicas o movimento foi nulo, por ter havido tolerancia de ponto, o que foi aproveitado por muitos funcionarios para andarem passeando com as familias.

    Um dos numeros das festas de hoje era a grande parada militar que devia realizar-se ás 14 horas. Muito antes, porém, já as forças de encontravam nos logares que lhe tinham sido indicados para a formatura geral, a qual se fez a partir da Rotunda da avenida da Liberdade, estendendo-se as varias unidades pela avenida Fontes Pereira de Melo, Praça do Marechal Saldanha, avenida da Republica e largo Afonso Pena.

    Ás 14 horas prefixas chegava á praça Marquez de Pombal o cortejo presidencial, organizado pela seguinte forma: guarda avançada constituída por um piquete de lanceiros 2; “landau” descoberto conduzindo o capitão tenente sr. Jaime Atias, secretario geral da presidência da Republica, dr. Henrique Braz, chefe do gabinete do sr. Presidente do Ministerio e dr. João Rocha, secretario particular do chefe de Estado; “landau” em que tomavam logar o sr. Presidente da Republica, o chefe do governo, fechando o cortejo um forte esquadrão de lanceiros dividido em quatro pelotões e cujo comandante cavalgava á estribeira da carruagem presidencial.

    Na Rotunda era o sr. dr. Antonio Jose de Almeida aguardado por uma brilhante cavalgada de que faziam parte o sr. ministro da guerra, general sr. Abel Hipolito, generais comandantes da guarda republicana e do Colegio Militar, comandante da divisão com os seus ajudantes (…).

    DESFILE DE INFANTARIA NO DIA 5 DE OUTUBRO DE 1920 (IN "ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA", EDIÇÃO DE 18-10-1920)
    DESFILE DE INFANTARIA NO DIA 5 DE OUTUBRO DE 1920 (IN "ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA", EDIÇÃO DE 18-10-1920)

    O DESFILE PELA AVENIDA

    (…) As tribunas, cobertas com toldos brancos, produziam bom efeito, sendo as decorações feitas a colgaduras, bandeiras, vasos com plantas, flores e tapeçarias. A decoração do salão era completada com mastros e bandeiras, sendo o chão areado a vermelho.

    (…) Ás 14,30 prefixas o chefe do Estado, tendo passado revista ás tropas, chegou á tribuna presidencial onde era aguardado por todos os membros do governo, tendo o sr. ministro da guerra, bem como a cavalgada que o acompanhava, tomado lugar em frente á tribuna.

    Passada meia hora, começou o desfile em continencia, vindo á frente o comandante da divisão com os seus ajudantes, que foi postar-se á esquerda da tribuna.

    Rompiam a marcha os alunos do Colegio Militar com bandeira, seguindo-se-lhes os Pupilos do exercito de terra e mar, tambem com bandeira. Os rapazes marchavam com galhardia executando com precisão as vozes de comando.

    Marchavam depois, por sua ordem as seguintes unidades: regimento de infantaria 1, na sua maxima força, com a secção de metralhadoras, cofres de munição e as mulas correspondentes; serviços de saude, companhias de engenharia e de administração militar, infantaria e cavalaria, guarda fiscal e grupo de baterias a cavalo de Queluz, que desfilaram a trote largo.

    Seguiu-se depois a guarda republicana sob o comando geral do coronel de cavalaria sr. Vieira da Rocha, desfilando primeiramente os batalhões 1, 2 e 3 com as secções de metralhadoras; telegrafistas da guarda, com as competentes viaturas; dois grandes carros com projectores; 8 autos com metralhadoras escoltados por secções de infantaria; grandes autos com praças de infantaria; metralhadoras pesadas; regimento de lanceiros e as varias baterias de artilharia pesada, que desfilaram a trote rasgado e por ultimo todo o grupo de esquadrões de cavalaria nas suas máximas forças, com os competentes ternos de clarins e bandeiras.

    (...)

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    Por: Manuel Augusto Dias

     

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