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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-10-2020

    SECÇÃO: Editorial


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    A Educação

    O destaque da presente edição de “A Voz de Ermesinde” vai para a educação, ou melhor, para o estabelecimento de ensino público da cidade, que desde há 50 anos, vem permitindo que os estudantes naturais de Ermesinde possam frequentar o ensino secundário na sua terra. Trata-se da antiga Escola Técnica, que iniciou as suas atividades escolares, propriamente ditas, no dia 2 de novembro de 1970.

    Ao longo do meio século que a Escola Secundária de Ermesinde leva de existência (30 anos no século XX e 20 anos no século XXI) terão passado pelas suas salas de aula mais alunos do que a cidade conta atualmente de habitantes.

    Quantas lutas não tiveram de ser travadas pela comunidade escolar, sociedade civil e autarcas para que a Escola Secundária de Ermesinde (nome que começou a ostentar depois do “25 de Abril”), enquanto instituição, fosse uma realidade!? Quantas reuniões e manifestações não tiveram de ser feitas para que a Escola fosse instalada num edifício adequado, construído de raiz para ser uma escola e com acessos seguros? Quanto foi preciso esperar, e repetidamente reivindicar junto dos governantes, para que as obras de requalificação das atuais instalações fossem, finalmente, uma realidade?

    Houve, de facto, muitos “combates”, o envolvimento de muita gente, mas a união e a insistência dos ermesindenses logrou o alcance do que se pretendia e hoje a Escola Secundária de Ermesinde, ou o Agrupamento de Escolas de Ermesinde de que faz parte e é sede, não só dignifica esta terra, como é para ela motivo de justo orgulho e de grato reconhecimento.

    Vários governantes, sobretudo após a Revolução dos Cravos, bradaram aos “quatro ventos” que a sua paixão era a educação! Mas, uma vez no poder, quase sempre surgem outras paixões mais prioritárias que a educação. Mas esta, numa sociedade democrática, deveria ser efetivamente a primeira paixão. Ela pode e deve ser acessível a todos e primar pela equidade, promovendo a inclusão de todas as crianças e jovens, no sentido de lhes proporcionar uma aprendizagem, que valorize os princípios democráticos que devem ser a base de uma cidadania ativa, responsável e permanente.

    Fala-se muitas vezes em “cidadania europeia” e em “cidadania multicultural” onde todos cabem com a sua diversidade, que, em vez de ser encarada com desprimor ou inferioridade, deve ser antes vista como riqueza civilizacional, onde a tolerância deve ser regra, em vez de ser considerada exceção e cedência caritativa.

    Insiste-se, e bem, numa “educação para a cidadania” nos estabelecimentos escolares, onde se deve apostar nas práticas de cidadania, dado que elas fazem parte, ou devem fazer, da forma de estar e de ser numa sociedade que se assume democrática. Contudo, no caso de Portugal, não falta quem aponte ainda, e com razão, a existência de um défice de cidadania.

    Vale a pena refletirmos sobre o que cada um de nós entende por cidadania! Ou se deveremos falar antes de vários tipos de cidadania!? O mais importante é mesmo contribuirmos todos para a construção de “cidadanias”, em contexto democrático.

    E para esta construção, o papel da escola e da educação são fundamentais. Desde o jardim-de-infância à universidade, o estudante deve perceber que há uma multiplicidade de cidadanias que importa respeitar democraticamente. Mas, para a construção de cidadanias também é muito importante o papel da família.

    Escola e família devem estar sempre de mãos dadas para que a educação para a cidadania das novas gerações resulte em pleno.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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