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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-12-2019

    SECÇÃO: Destaque


    COM A PRESENÇA DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

    Ermesinde acolheu o 2.º Encontro Nacional de Iniciativas de Educação de Segunda Oportunidade

    Fotos CMV
    Fotos CMV
    No dia 16 de dezembro último ocorreu, no Fórum Cultural de Ermesinde, o 2.º Encontro Nacional de Iniciativas de Educação de Segunda Oportunidade - Rede E2O Portugal, tendo estado presentes os principais atores do movimento nacional de educação de segunda oportunidade, legitimado agora pelo novo enquadramento legal, como resposta ao grave problema social do abandono precoce, dando conta das novas iniciativas em Valongo e Samora Correia, bem como de outras que se preparam por todo o país. A nossa Cidade acolheu técnicos, professores, bem como o presidente da Câmara Municipal de Valongo (CMV), José Manuel Ribeiro, e o Secretário da Educação, João Costa. Estas duas personalidades deram início à abertura do evento, tendo por base o conhecimento do projeto e, consequentemente, da sua abrangência e do combate à exclusão social dos jovens em Portugal.

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    O primeiro a abrir o encontro foi o presidente da CMV, que agradeceu a todos pela presença e ao atual Governo a parceria nesta área e dando a sua visão/opinião do projeto referiu que todos os jovens merecem uma segunda oportunidade e é nesta iniciativa que se centra essa hipótese, dar ensejo aos jovens que resistem ao ensino tradicional, proporcionando-lhes a confiança e fornecendo-lhes a iniciativa na procura entre as diversas áreas onde se sintam mais confortáveis, dando uma renovada visão da Educação. O presidente da Câmara frisou ainda que «temos de ter um trabalho focalizado para dar oportunidades para que todos cresçam e que sejam o que quiserem». Orgulhoso, acrescentou ainda que, apesar dos problemas enfrentados há seis anos, sobre a questão do abandono escolar, «o nosso programa contra o insucesso escolar é reconhecido por todos», referindo ainda que «Valongo foi um dos concelhos que não recebeu nenhum investimento na área da Educação, tendo, por isso, de ser a autarquia a pôr mãos à obra», porque «educar numa escola que está a cair não é igual a educar numa escola que não está a cair e quem disser o contrário não está a ser honesto intelectualmente». Quanto aos investimentos, José Manuel Ribeiro constata que «no nosso país os investimentos estão mais incutidos no centro» e destaca a dificuldade de gerir e governar as periferias, que é diferente de gerir e governar as zonas centrais, pois são coisas completamente distintas, alegando que as periferias padecem de mais cuidado e atenção que os centros, assegurando que o objetivo «é dar oportunidades aos nossos meninos e meninas de serem o que eles quiserem». Destaca que Valongo é um dos concelhos que, apesar das dificuldades e dos poucos recursos financeiros, aposta na educação com diferentes projetos que estão a decorrer, como a grande adesão das bibliotecas públicas ao programa “Ler não custa nada” e o programa das “28 Salas do Futuro”, salientando que o que motiva estes projetos é «percebermos que fazemos a diferença», destruindo os obstáculos relativos às pessoas carenciadas e ao combate à pobreza, dando ênfase ao facto de que todos são partes iguais e que «quem nasce numa família carenciada, não tem de ser carenciado». Por fim, sensibilizou o secretário de Estado para o facto dos investimentos em cada município serem pequenos, sendo preciso que o Governo tenha uma maior flexibilidade para ajustar os meios que são disponibilizados aos municípios no processo de descentralização.

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    Já o secretário da Educação, João Costa, admite que em Portugal existem «focos grandes de abandono escolar precoce e de retenção escolar» pois os alunos não conseguem arranjar uma resposta nem enquadrar-se no sistema de ensino regular, sendo que «a retenção é, em primeira instância, um problema de injustiça social», por causa da condição socioeconómica da família e da qualificação académica dos encarregados de educação, destacando a baixa escolaridade das mães, admitindo que é um problema complexo. Porém, reafirma que existe sempre solução e que por isso não temos de baixar os braços quanto a esta questão. João Costa referiu que a iniciativa das escolas segunda oportunidade vem corresponder aos alunos que não encontram na escola uma solução positiva, aos alunos que são mais resistentes ao nível do ensino tradicional, afirmando que «quando falamos em inclusão, falamos em sentimento de pertença», porque a sensação de bem-estar é cada vez mais essencial. João Costa enuncia que o projeto já passou de uma fase piloto com resultados muito positivos, podendo agora, segundo o próprio, passar a uma fase de consolidação. Entre as várias experiências em encontros com os alunos acrescenta que é preciso «dar aos alunos a capacidade de sonhar, eles querem aprender, a curiosidade é despertada».

    Em suma, afirma que o despacho prevê condições positivas no que toca a este projeto e, que para isso é preciso o auxílio de todos nesta questão complexa, dizendo que um dos principais objetivos é, sem dúvida alguma, «resgatar na representação destes jovens aquilo que foi uma péssima atuação com a escola».

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    Nunca será por demais recordar que a Escola Segunda Oportunidade é um projeto pioneiro e inovador em Portugal, desenvolvido até agora em apenas três concelhos do país, um dos quais Valongo. No nosso concelho este projeto é desenvolvido pelo Centro Social de Ermesinde (CSE) em parceria com a Câmara Municipal de Valongo, Agrupamento de Escolas de Ermesinde e a DEGEstE. Ao longo do resto do dia deste 2º Encontro Nacional de Iniciativas de Educação de Segunda Oportunidade - Rede E2O Portugal estiveram reunidas instituições (escolas, CPCJ, autarquias, ONG e outras) e profissionais (docentes, educadores sociais, técnicos de serviço social, psicólogos, artistas e outros) ativos no campo da educação de segunda oportunidade e no combate à exclusão social de jovens em Portugal. De realçar a presença de vários elementos afetos à Escola Segunda Oportunidade de Valongo, entre outros o coordenador Florentino Silva, bem como o presidente do CSE, Henrique Rodrigues.

    Por: JOANA OLIVEIRA

     

     

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