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    Arquivo: Edição de 31-03-2019

    SECÇÃO: Destaque


    QUEIMA DO JOÃO

    foto

    Tormentos de Ermesinde bem expressos na paródia das deixas

    Como é habitual, o texto (das deixas, ou quadras), começa por fazer referência às raízes do João, que como dá para ver é um cidadão (multifacetado) do Mundo!...

    Em Lisboa fui nascido

    No Porto fui batizado

    Com nome de João Bastardo

    Minha mãe deitou-me à roda

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    Em Bragança fui criado

    Em Amarante fui soldado

    Em Foz Côa funileiro

    Em Coimbra tirei curso

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    Vim para o Porto para caixeiro

    Aprendi a sapateiro

    Fui trabalhar para o Pinhão

    Concorri para escrivão

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    Fui escrivão na Albânia

    Delegado em Vila Flor

    Juiz de Direito em Aveiro

    Em Viana fui doutor

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    Em Chaves fui ferrador

    Em Guimarães fui dentista

    Auditor em Macedo

    Em Moncorvo maquinista

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    Na Régua fui fadista

    No Peso fui serralheiro

    Capitão em Vidago

    Em Lamego relojoeiro

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    Tanta oficina que tive

    Para quê tanto sabedoria

    Assim meu nome elevo

    Tentei pedir como um cego

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    Por terras onde andei

    Fui sempre um folião

    Agora nos meus finais

    Estou numa confusão

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    Contada a minha vida

    E sem mais algum lamento

    Vão ser lidas as queixas

    E ainda o testamento

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    E depois desta brejeira apresentação, seguem-se alguns recados/alertas para os governantes da terra face a diversos problemas com que esta convive no presente, no sentido de que sejam resolvidos o mais breve possível para sossego dos ermesindenses...

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    João antes de morrer

    Disse haver necessidade

    De certas obras rever

    Dentro da nossa cidade

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    Às ruas mal acabadas

    Falta alcatrão e cascalho

    Aqui e ali esburacadas

    Efeito de um mau trabalho

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    Há nas ditas passadeiras

    Algumas situações

    Que parecem ratoeiras

    Para caçar os peões

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    Os jardins estão tão feios

    Parecem abandonados

    Ou será que os jardineiros

    Com eles estão zangados?

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    O edifício do mercado

    Lá na feira plantado

    A cada dia piora

    Do chão até ao telhado

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    E mesmo para acabar

    Algo que há muito noto

    A Ermesinde só vêm

    Para nos caçar o voto

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    E quem esperava ser contemplado com alguma coisita no testamento do nosso estimado amigo, este ano... teve azar... tirando a Junta e pouco mais!

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    Os herdeiros são bastantes

    Fez questão de sublinhar

    Que todo o avarento

    Vai morrer com falta d’ar

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    Era tipo que se gosta

    Homem de bom princípio

    Até doou uma casota

    Para os cães do município

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    P’ra junta de freguesia

    Numa linha deixou escrito

    Que ficou certa maquia

    Para comprar um penico

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    João homem precavido

    Deixou em sua escritura

    Que do caixão adquirido

    Metade é pr’a viúva.

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    Do dinheiro que ganhou

    Andando pelo mundo fora

    Penso que nada sobrou

    Para distribuir agora

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    Para espanto de todos

    Por falta de ar ou com frio

    Ganhando muito mais modos

    Não pegou com o mulherio

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    Mudam os tempos, as vontades

    E o nosso querido João

    Para as mulheres de Ermesinde

    Nem deixou ficar sabão

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    Contrariamente a anos anteriores, o João poupou as moças dos vários lugares de Ermesinde às suas referências brejeiras e maliciosas...

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    Neste ano especial

    Por respeito e educação

    Deixou as mulheres tranquilas

    O nosso querido João

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    E posto isto, era altura das despedidas e agradecimentos que para o ano cá estamos outras vez...

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    É assim o carnaval

    Que está prestes a acabar

    Para o ano cá estaremos

    Para todos animar

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    Obrigada minha gente

    Por toda a colaboração

    A junta a todos promete

    Que p’ró ano há mais João

     

     

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