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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 31-01-2018

    SECÇÃO: Especial


    Mensagem para um pequeno arauto

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    Em dezembro de 2010 recomeçava o percurso de uma mulher que precisava de construir novos caminhos. Era implícito que à coragem para o fazer a dose de ousadia tinha que lá estar. Nesta ousadia havia um espaço que haveria de se transformar numa amizade com "A Voz de Ermesinde". Curiosamente, esta amizade tinha o formato de escrita. "O conto de Natal" deu origem a mais de 130 apontamentos que, entre edição em formato de papel e edição digital, foram sendo partilhados.

    Nunca terá sido a petulância ou a vaidade pessoal que me moveram. Penso que, intuitivamente, fui ocupando um lugar que se encontrava vago - aquele que passa despercebido numa sociedade que é implacável e começa a deixar de ter tempo para pequenas (mas valiosas) coisas a que se dá o nome de sentimentos. Daí ter escolhido uma escrita emotiva e cheia de pequeninos corações: a Ritinha, a Sara, o João, a D.ª Piedade, a Mamie, o Matateu, a Lindinha, o Modesto e por aí adiante.

    Emprestar os olhos a quem não tem tempo e é protegido em mundos que existem dentro dos mundos (repletos de pessoas) foi das aventuras mais maravilhosas a que me atrevi, expondo-me. Ao longo do tempo, e olhando para trás, dei-me conta que ao fazê-lo foi como se me tivessem estendido uma corda por onde fui trepando em direção a uma luz interior, que também eu não tinha tido tempo (nem coragem) para encontrar.

    Foi também neste percurso que aprendi o valor dos "pequenitos arautos" que precisam de ser tão grandes em coragem, em teimosia, na vontade. Palmilhar terreno, como foi o meu caso (e a partir de um dado momento em que contactei diretamente pessoas para a divulgação do jornal "A Voz de Ermesinde"), permitiu-me perceber o carinho que os Ermesindenses têm por ele. Apoiar as edições sucessivas da Feira do Livro representou uma consolidação desta perceção.

    O que seria injusto deixar de referir é a coisa mais digna que posso atribuir a "A Voz de Ermesinde", nos sete anos de caminhada em textos - a importância que ocupa no seu dever de informar e/ou, também motivar (no meu caso nos tantos rostos e expressões que nem cabem em texto). No respeito que sempre teve pela minha liberdade. Nunca, em momento algum, senti qualquer tipo de ostracização ou devassa pela minha definição política, crença religiosa, orientação sexual ou cor de pele.

    60 anos, não faz de "A Voz de Ermesinde" um adulto. A impressão (que me tem sido deixada por quem tem passado pelas suas Direções e por quem vai fazendo parte da sua equipa técnica), é de que a AVE é uma criança, de colinho, tratada com carinho e que todos os dias, precisa de aprender a andar, a cair, a voltar a tentar, a impor-se num "mundo de adultos", que já perderam esta magia.

    Feliz aniversário "A Voz de Ermesinde". Ainda a tempo de desejos de Ano Novo, aqui ficam os meus - que ninguém ouse matar o mensageiro.

    Parabéns a quem fez (e faz) parte dos 60 anos da sua história.

    Por: Glória Leitão*

    *(colaboradora na rubrica "Crónica")

     

     

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