SECÇÃO: Especial

“A Voz de Ermesinde” - um Jornal irmanado com a cidade

Um jornal que cresceu e foi ganhando cada vez mais credibilidade junto dos ermesindenses, graças a um conjunto de homens bons, que, indiferentes a algumas incompreensões, nunca deixaram de lutar pela sua terra. Nada melhor para provar o que dizemos do que começar por evocar Domingos Santos, o "bairrista saudável" que não se cansava de elogiar Alberto Taborda, como grande obreiro "das coisas novas da nossa terra". Ao seu lado, outros, como Manuel Ribeiro, professor Sodré Borges, Dr. José Ribeiro Pereira, Conceição Pereira e tantos outros, cujos nomes ficarão para sempre ligados à V.E.

A sua força e prestígio era tão grande que, um certo dia, um membro da Assembleia de Freguesia (princípios dos anos noventa), talvez interpretando o sentir geral, não se coibiu de proclamar em voz alta numa assembleia desse órgão: "A Voz de Ermesinde é o melhor autarca na defesa da cidade".

Mas não só na cidade se impunha, como a sua imagem, força e grandeza começou a ser conhecida e respeitada a nível da imprensa regional, nomeadamente no Norte, graças à sua participação nos vários congressos deste tipo de jornalismo, que se realizaram nos anos noventa. Num deles, na Figueira da Foz, foi este jornal, convidado, na pessoa do seu director, para ser membro oficial e integrar os órgãos da APIR (Associação Portuguesa de Imprensa Regional).

Deste empenho, tenacidade e entusiasmo dos seus colaboradores, pode-se hoje constatar, que o nosso jornal não só foi "o lampadário para a discussão e análise dos grandes problemas da cidade" como está ligado, no papel de grande impulsionador e divulgador, a muitas das nossas importantes obras. Nestas páginas, independentemente da data, apenas referiremos: aqui nasceu o Centro Cultural de Ermesinde que está na génese da aquisição da Vila Beatriz, se pugnou pela instalação do Ciclo Preparatório, em Portocarreiro, e mais tarde da chamada Escola Técnica da Formiga, se acompanhou e apoiou a comissão mista para a "escolha e selecção do terreno" para instalação da nova escola secundária, se defendeu o melhor traçado para o Viaduto da Igreja etc.

À V.E. se deve a classificação e divulgação da existência e importância dos vestígios geológicos (conglomerados e leques aluviais), dos Montes da Costa, entre muitas outras "descobertas".

Por último, apenas me resta felicitar e desejar um bom trabalho ao Dr. Manuel Dias, como novo timoneiro do Jornal, que tão bem conhece e ao qual se dedica, afincadamente, há vários anos.

Por: Jacinto Soares*

*(Antigo Diretor de "A Voz de Ermesinde”)